Em: 05 de fevereiro de 2012 - 17:46 - Por: Editor
Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Um dia para esquecer e lembrar
No dia 30 de janeiro de 1933 Hitler assumia a Chancelaria alemã, com o dólar valendo 1 trilhão de marcos, como registra William Shirer em “Ascensão e Queda do Terceiro Reich” (1960), também autor de “A Queda da França – O Colapso da Terceira República” (1969).Singular avaliação do que leva àquele período, a de Ingmar Bergman em “O Ovo da Serpente” (1977).
Porque a história deságua em tragédias – cada um com a sua – tudo nos vem à mente neste janeiro de ações como as da Cracolândia, em São Paulo – fundada “na dor e no sofrimento” como medida de higiene social – e do Pinheirinho, em São José dos Campos – típico genocídio social, para não utilizar a expressão “extermínio da pobreza”, como o diz o Defensor Público Jairo Salvador, que o denuncia como “projeto da elite local”. (vídeo abaixo)
Em maior ou menor dimensão, uma forma de limpeza em ambos os casos. Lá, como cá.
Não haverá necessidade de reler “Treblinka”, de Jean François Steiner, prefaciado por Simone de Beauvoir, para compreender ações e omissões.
Ou desmistificar algumas versões.
Está explicado
Marco Antônio, do Sul 21 (no www.advivo.com.br de terça 31): o PSDB de São José dos Campos elegeu o prefeito (tucano) Eduardo Cury, recebendo 427 mil reais de doações do ramo imobiliário em 2008, 20% da arrecadação.
Eduardo Capez, deputado tucano, irmão do desembargador Rodrigo Capez (que frustrou a ordem de suspensão da ação de reintegração) recebeu das imobiliárias para sua campanha o equivalente a 38% das despesas contabilizadas.
O terreno, tenham certeza, será utilizado por imobiliárias.
Está explicada – sob a ótica tucana – a criminosa ação no Pinheirinho.
Tadinhos!
Juízes ameaçam ir ao Supremo para reverter a realidade orçamentária, que lhes negou possibilidade de reajuste em 2012 (deu aqui n’ O TROMBONE). Pretendem 4,8% de aumento, o que elevaria o teto do funcionalismo público para 28 mil reais. (Cabe registrar que o teto não é o máximo do percebido, mas da remuneração básica, tanto que a ele se incorporam vantagens, que elevam os vencimentos a mais algumas dezenas, quando não, centenas de reais).
Ainda que não se fale da flagrante intervenção (iniciativa de gastos compete ao Poder Executivo), gostaríamos de vê-los exibindo o contracheque.
Não se faça oba-oba
A decisão, apertada, do Supremo Tribunal Federal reconhecendo a legitimidade do Conselho Nacional de Justiça para investigar independentemente das corregedorias deu-se em sede de pedido cautelar.
Falta o mérito. Ou seja, o julgamento que definirá a situação.
Aí reside o perigo!
Seixas Dória
Morreu na terça 31, aos 94 anos, o ex-governador de Sergipe (divisor de águas no processo de fazer política em Sergipe, rompendo com a estrutura dos coronéis), cassado em 1964 por não reconhecer o golpe militar. Diferentemente de Lomanto Júnior, aqui na Bahia.
Enquanto o sergipano manteve o discurso da defesa da legalidade e respeito à permanência de Jango, presidente constitucionalmente eleito, o baiano até mesmo fez recolher toda uma edição do A TARDE que publicava uma nota sua de apoio a Goulart.
Seixas Dória foi cassado; Lomanto, mantido no governo baiano, lambendo as botas encasteladas na Mouraria.
A cada um deles a história dará um registro. Definido pelos parâmetros da dignidade de princípios e convicções.
O mico da FICC ou a FICC fiasco
A instituição alardeou estar viabilizando acesso de “atores para seleção de elenco da novela” Gabriela que a Globo anuncia. A platinada desmentiu e tudo cheira a espertalhões faturando algum.
Para a FICC, no entanto, evidencia em suas hostes a plena incompetência na iniciativa, visto que nem mesmo se dignou checar a informação. E desconhecer que a Globo desistiu de editar uma novela, preferindo uma série.
Pior que isso, ao convidar para “testes de elenco” revela ignorância no assunto. Quando muito, a Globo faria teste para “figuração”.
É que a competente gestão da FICC (que Deus tenha piedade de nós!) não sabe distinguir elenco de figuração. Que bem pode ser um simples “cadastro de reserva”.
E como se dispôs a levá-los até Ilhéus gastou dinheiro público para alimentar a incompetência interna.
Um mico que não tem tamanho, que poderia fazê-la chamar-se FICC fiasco.
Um mico que não tem tamanho, que poderia fazê-la chamar-se FICC fiasco.
Revisão territorial
Fonte que integra a Comissão da Assembleia Legislativa encarregada de analisar e votar a revisão territorial entre vários municípios baianos nos informou que o município de Itororó não demonstrou qualquer interesse em reivindicar os distritos de São José do Colônia e de Bandeira do Colônia.
Considerando a repercussão que tal circunstância alimentaria, seja-o no da ampliação do território, seja-o no da população e aumento da arrecadação municipal, cabe ao prefeito Adroaldo Almeida explicar as razões da omissão.
Da série me engana que eu gosto
Estamos pagando para ver materializado o compromisso do proprietário da Difusora, de que a linha editorial da emissora está aberta a todas as correntes políticas. Ainda que Geraldo Simões tenha no seu currículo uma postura republicana gostaríamos de ver/ouvir alguém desancar o deputado através da Difusora.
Ou, coisa mais amena, elogiar Azevedo ou outros possíveis adversários (não cooptáveis) do PT.
Só abuso?
Por demais grave será a confirmação de que havia policiais no comando da agitação que alimentou o centro de Itabuna. Não bastasse a greve, teriam promovido a bagunça. Afirmam boas fontes terem visto policiais sem farda comandando a balbúrdia.
Em tais momentos, um grito de que está ocorrendo um arrastão transforma a população no próprio arrastão.
Abuso, alguns dirão, mas isso pode ser entendido como terrorismo.
Deixando a desejar
Ouviu-se de comerciantes, no imediato da confusão posta na quinta, que fechariam as portas diante da insegurança.
A considerar o trabalho da polícia em relação à segurança ideal de que precisamos não a temos como bom exemplo. Sua ausência agrava, claro. Mas sua presença deixa a desejar.
Os que dispararam tiros na Mangabinha (caso não tenham sido “infiltrados” a serviço do movimento) são os mesmos que por lá estão e todos sabem onde têm suas “bocas”. Menos a polícia.
Não fora isso, quando não estão em greve não conseguem conter a onda de assassinatos. Em grande monta causados pelo “inferno” da droga e de traficantes.
Coronel Santana
Continua afirmando que é candidato a prefeito. Ainda que detentor da indicação de cargos na prefeitura.
Caso assuma a candidatura dividiria, em princípio, a situação, o que beneficiaria Geraldo/Juçara.
Caso assuma a candidatura dividiria, em princípio, a situação, o que beneficiaria Geraldo/Juçara.
Em tempos de amores estranhos, como o de Fernando Gomes por GS e o PT, o do Coronel Santana pela própria candidatura pode tornar-se singular conquista petista. Ainda que indiretamente.
A não ser que não acredite no registro da candidatura de Azevedo.
Provocando I
Apoio de Otto Alencar (PSD) ao PT cheira a imposição. Tipo apoio vocês ali se vocês me apoiarem aqui.
Exemplo: se o PT de Ilhéus e de Simões Filho não apoiarem o PSD serão mantidos os apoios ao PT em Itabuna e Feira de Santana? Salvador é outra história.
Exemplo: se o PT de Ilhéus e de Simões Filho não apoiarem o PSD serão mantidos os apoios ao PT em Itabuna e Feira de Santana? Salvador é outra história.
Por enquanto é provocação!
Provocando II
A propósito, qual a densidade eleitoral do PSD em Itabuna?
Mas, ainda que faltem votos há um trunfo: tempo na radiodifusão.
O cerco
Geraldo Simões pôs os peões em campo, avançando, no xadrez que elaborou. Provável única saída de que dispõe para reverter tendências negativas, que vão de empate técnico nas avaliações estatístico-eleitorais (ainda que folgado) à perda de amigos e correligionários.
Repete o jogo de 2004. Naquele se deu mal.
Repete o jogo de 2004. Naquele se deu mal.
O que preocupa?
Moção de apoio a Aldo Bastos. Não fora certamente a utilidade de servir para encaminhamento à Secretaria de Cultura para aliviar a barra do rapaz naquela instância, a pergunta que encabeça o rodapé gera a certeza de que não pairam dúvidas em torno das denúncias contra ele, ou seja, são concretas. Consubstanciam campanha de contrainformação, além de revelar que a defesa de seu mentor à frente do cargo, o deputado Geraldo Simões, não está sendo de tanta valia.
“Moções de apoio” apenas requentam a matéria – quando a calmaria tomava a planície – e mantém a denúncia de corrupção de Aldo Bastos à frente do CCAF em evidência.
E, para não esquecer, atingindo o governo Wagner.
O que faz a bailarina e poeta nesse meio?
Interessante mesmo, alguns nomes que subscrevem o apoio. Como o de Sandra Ramalho, esposa do vereador Roberto de Souza e atual presidente da FICC, a poeta – que ainda não mostrou a poesia que faz –, a advogada que não peticiona (o marido contratou terceiros) – a bailarina, que não dança e a pedagoga que não “pedagoga”.
Em tempos de inusitadas alianças, a “aliada” de Azevedo ajuda Aldo, o menino dos olhos de Geraldo Simões.
Algo muito em comum deve uni-los. O tempo dirá o que tanto os une!
Tática I
A tática de Geraldo Simões para proteger Aldo Bastos, através de porta-vozes, e preservar a sua incompetência reconhecida na Secretaria de Cultura, é a de dizer que os que falam da corrupção são adversários ou inimigos de Aldo. Desenvolve ainda o raciocínio de que falar do amigo é tornar-se inimigo do deputado. Naturalmente, dele GS.
E assim vai tapando o sol com a peneira.
Tática II
Ah! E dizer que não existem provas. Que não peça para exibi-las que elas podem aparecer.
Inclusive aquele tradicional convitezinho do PT para convescotes e afins, com endereço do CCAF para cafés da manhã.
Tem gente que tem a mania de guardar tudo.
E la nave va
A ala “bloco do eu sozinho” existente no PT itabunense (aquela do pouca gente, muita zoada), o que inclui algumas bizarras competências, mais desune que une.
A disputa do “meu pirão primeiro” nem mesmo pensa no médio prazo: eleição municipal, ali em outubro.
A disputa do “meu pirão primeiro” nem mesmo pensa no médio prazo: eleição municipal, ali em outubro.
Nesse particular, a “vitória” interna de figuras pouco representativas do PT local (só têm utilidade portando bandeira em passeata) estão afastando parte da classe média do voto/2012 no partido.
Alguns observadores verificam que pode ocorrer em sede de futura administração petista uma onda de perseguições, amparadas no singular e bizarro princípio do “quem não está comigo, está contra mim”.
Lembram esses interlocutores do escriba que tal já ocorreu em nível de disputas internas, onde “companheiros” de uma chapa sindical derrotada em disputa no HBLEM perderam cargos que lá detinham no curso da última gestão de Geraldo.
Esse fato não pode ser tributado a GS, mas à autonomia dada a estes “blocos do eu sozinho”.
Abrir os olhos enquanto é tempo
Não à toa, para tristeza do futuro desta terra – pelo atual andar da carruagem – ouvir-se, como ouvimos, de uma figura exemplar, que na eleição não estará em Itabuna. Justamente para não votar no PTdoGS que sempre defendeu.
Outros admitem a existência de um eleitor passivo em relação ao processo eleitoral 2012, indiferente ao que está ocorrendo e admitindo a permanência de Azevedo no poder como fato consumado.
Por incrível que pareça há pessoas aceitando/tolerando a reeleição de Azevedo.
Correndo atrás do prejuízo
Nesse sentido age corretamente Geraldo ao buscar as hostes fernandistas. Ainda que Fernando Gomes não esteja a espraiar de viva voz seu apoio ao indicado por GS não deixará de recomendar que amigos façam a campanha petista.
Alguns fiéis aliados de Fernando já lutam e pedem voto para Juçara. E como sói ocorrer, talvez já tenham cargos assegurados.
PCdoB na espreita
Caso Azevedo encontre obstáculo que inviabilize sua candidatura muita gente soltará foguetes. O PCdoB, em especial, que poderá capitalizar a votação contrária ao PT.
Reiteramento da campanha de 2008, quando o eleitorado de Fábio descarregou sua votação em Azevedo.
Escrita
Se a escrita for mantida, Azevedo não se reelegerá. É o que tem ocorrido em Itabuna desde que o instituto da reeleição foi implantado, o que aconteceu, pela primeira vez, em 2000.
Entrevista
Juçara foi a entrevistada no Alô Cidade, da TVI, no sábado 4, mediado na oportunidade por Barbosinha. Como pré-candidata, começou tensa, refletindo certo nervosismo, até mesmo insegurança.
Nos últimos blocos se houve bem, definindo-se em relação à EMASA (sua posição é lúcida, quando afirma haver investimento do município que não pode ser transferido, se não ao Estado, muito menos à iniciativa privada), à Saúde (lembrando dos programas efetivados por Geraldo) e dos projetos que tem para o município.
Ao tergiversar diante de algumas indagações (greve da polícia, HBLEM, apoio de Fernando Gomes – para quem insinuou ser o governo Azevedo uma sequência – apenas para ilustrar), fixou algumas contradições, anotadas pelo escriba e que serão objeto de consideração em futuras oportunidades.
Raul
Bem podia ser entendida como premonição de Raul Seixas, sobre o que aconteceria a Itabuna décadas depois.
Eis a homenagem do Maluco Beleza: “No dia em que a terra parou”.
Cantinho do ABC da Noite
Pelo abraço que não pudemos dar no dia 2 de fevereiro (até o aniversário de Cabôco foi atingido pelo “caos” na quinta-feira)!
Anedota, caro leitor, mais adiante! Hoje, AQUELE ABRAÇO!!!!!!!!!!!!!!!!
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum
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