A mulher simples, desprovida das vaidades inerentes ao poder – próprias ou adquiridas – nunca se pôs a exibir-se. Já registramos neste espaço (Dois tempos) o ouvido por um amigo, de integrante do corpo de funcionários do Palácio do Alvorada, de sua busca – na feira-livre – por ingredientes para uma feijoada com que queria brindar Lula no primeiro dia de assunção do poder.
Somente isso – pela simbologia – justificaria encômios vários se fora outras as primeiras damas.
Somente isso – pela simbologia – justificaria encômios vários se fora outras as primeiras damas.
Nunca buscou os holofotes, além daquele imposto pelos cerimoniais: estar ao lado do marido, Chefe de Estado, pela circunstância de ser Primeira Dama. Nada mais que isso.
Muito menos aceitou convite para estrelar ovos em programas de televisão, para falar de intimidades do casal, dar opinião sobre esta ou aquela vestimenta etc. etc..
Debochada e ridicularizada enquanto o marido exercia o poder (como lembra Hildergard Angel, disponibilizada no Conversa Afiada) manteve-se indiferente, como lhe cabia em grandeza existir.
Muito menos aceitou convite para estrelar ovos em programas de televisão, para falar de intimidades do casal, dar opinião sobre esta ou aquela vestimenta etc. etc..
Debochada e ridicularizada enquanto o marido exercia o poder (como lembra Hildergard Angel, disponibilizada no Conversa Afiada) manteve-se indiferente, como lhe cabia em grandeza existir.
Hoje é a mulher do ladrão e coautora de crimes vários, cúmplice do marido, que sofreu um acidente vascular cerebral com hemorragia, o que torna grave o seu estado de saúde.
No entanto, caso dispusesse de condições de ler jornais e internet em vez de ver registrados pedidos de recuperação para sua saúde leria crueldades que mostram – e muito bem explicam – a razão por que este país passa pelo que passa: o nível da gente que defende os instalados no poder, gente como eles, que não espelha o mínimo de valores espirituais, morais e éticos.
Na imprensa medíocre apenas o registro e na rede não lhe falta quem a chame de “vaca” ainda que seu estado de saúde exigisse pelo menos o silêncio, em respeito aos que podem estar no estágio de moribundos.
Na imprensa medíocre apenas o registro e na rede não lhe falta quem a chame de “vaca” ainda que seu estado de saúde exigisse pelo menos o silêncio, em respeito aos que podem estar no estágio de moribundos.
Nenhum(a) dos(as) que se encontra(m) em estesia orgástica com seu estado de saúde e a escarnecem como abutres que se dizem humanos teria(am) a coragem de assumir o papel que ela assumiu em plena ditadura, de resistência e vanguarda no enfrentamento ao regime por aquele(as) aplaudido.
Certamente – e não o registramos por bajulação – muitas primeiras e ex-primeiras damas oriundas daquela ‘elite branca’ a que se refere Cláudio Lembo seriam humanamente ainda mais irreconhecíveis se tivessem exercido o poder que logrou chegar a D. Marisa Letícia. Principiando por trabalhar em fábrica aos 13 anos.
Do incômodo em ver doméstica na poltrona ao lado em aviões e em gôndolas de supermercados a inveja (esse pecado capital) incomoda aos que não chegaram (e nunca chegarão) a viver o que D. Marisa Letícia viveu.
E para isso não existe golpe que resolva.
Entre a faca e a espada
O Partido dos Trabalhadores se não saiu esfacelado das eleições de 2016 foi nelas profundamente abalado. E continua o alvo de permanentes ataques da mídia, acusado de tudo que não preste no Brasil desde o descobrimento.
Paga caro a falta de articulação política que resultou na eleição de Eduardo Cunha para presidir a Câmara, mérito incontestável de Mercadante, aquela parte da elite petista de São Paulo. Não precisa repetir que tudo começou com Eduardo Cunha, presidindo a Câmara com uma mesa composta e controlada por ele.
Paga caro a falta de articulação política que resultou na eleição de Eduardo Cunha para presidir a Câmara, mérito incontestável de Mercadante, aquela parte da elite petista de São Paulo. Não precisa repetir que tudo começou com Eduardo Cunha, presidindo a Câmara com uma mesa composta e controlada por ele.
O não alinhamento – correto – com o PMDB de Cunha implicaria – diante da flagrante impossibilidade de uma candidatura própria obter vitória – de compor com outros partidos, na época até o mesmo com o PSB que ensaiava deixar o barco do governo.
Ficou sem presidir comissões importantes e sem um mísero cargo na Mesa Diretora “de Cunha”. Perdeu inteiramente o controle, restando tão só o microfone para espernear.
Hoje não dispõe de possibilidade de enfrentar eleição em qualquer das casas do Congresso. Sua assembleia nacional conseguiu fazer vencer a proposta de abrir espaço para composições em chapas presididas pelo DEM, na Câmara, e pelo PMDB, no Senado.
O oxigênio buscado reside em participar das correspondentes mesas e presidir as comissões que lhe sejam oferecidas. Está naquela fase de mendigo, que não tem como escolher o que lhe seja dado, mesmo que peixe quando só come carne.
Para tanto – aprender com o látego nas costas – compor com os grandes artífices de um golpe que o afastou do poder, na dura lição de votar com o DEM e com o PMDB, seus carrascos.
Essa a melhor (e humilhante) saída. Afinal, pensar nas promessas e compromissos com o povo nada representam. Mesmo porque o povo preferiu o noticiário às ações que o beneficiaram nos últimos, tanto que não reelegeram nem Haddad em São Paulo.
Na discussão envolvendo uma postura purista e a pragmática (posta em prática nos últimos anos) provável que vençam a faca e a espada.
Legado em discussão
Nos limites das informações de que dispomos nunca entendemos algumas iniciativas de Teori Zavasck. Está posto em Necrológio I
Mas oferecemos o contraponto para análise do leitor, no expressado por Eugênio Aragão, no Blog de Marcelo Auler, reproduzido por PHA e Breno Tardelli, no Justificando.
Tramando
Por mais inocente a conversa entre as três figuras, no imediato do velório de Teori Zavasck – incluindo aquele Gilmar Mendes que foi a tiracolo com o interino tornado presidente a Portugal, para enterrar Mário Soares e lá não compareceu – há cheiro de interesses sendo discutidos. Não lhes cabe o benefício da dúvida, porque não dissimulam suas vontades e sonhos.
“Um encontro casual entre amigos há mais de trinta anos” com certeza não foi. A amizade, até; a casualidade, nunca.
“Um encontro casual entre amigos há mais de trinta anos” com certeza não foi. A amizade, até; a casualidade, nunca.
Basta ver Gilmar Mendes portando um livro quando lá chegou, mostrada na televisão.
Imagine o leitor Gilmar Mendes assumindo o controle sob as delações que estavam sob Teori Zavascki, já que ele nunca se dará por impedido emr azão de amizade com as partes interessadas.
Imagine o leitor Gilmar Mendes assumindo o controle sob as delações que estavam sob Teori Zavascki, já que ele nunca se dará por impedido emr azão de amizade com as partes interessadas.
Esprit du corps
Construindo o torreão, alicerçado no corporativismo. Assim a AJUFE (associação deles) pretende um deles para ministro do STF.
Qual o notório saber jurídico de suas excelências recomendadas? Apenas passar no concurso.
A destruição do país registrada a partir da destruição de sua indústria e da sua construção civil.
Carlos Válder
O tributarista e ex-professor da UESC, Carlos Válder do Nascimento, nunca imaginou que viesse a ser lembrado no imbróglio em que se encontra o país.
Mas aconteceu.
Deu no Conversa Afiada
‘...o repórter André Guilherme Vieira revela que a "Lava Jato teme por apurações no MP paulista".
MP paulista, como se sabe, é aquele que apurou exemplarmente a cratera do metrô do Cerra e troca Engels por Hegel.
Segundo o PiG Cheiroso, "receio é que fatos revelados pela Odebrecht não sejam aprofundados por promotores de Justiça".
Que fatos seriam esses?
O PiG cheiroso responde: a Linha-15-Prata do monotrilho de São Paulo, obras de rodovias, saneamento, além da formação de cartel e fraude em licitações do metrô e em trens de São Paulo.’
De nossa parte afirmamos: tal desconfiança pode resultar em briga judicial.
Onde o povo paga as custas.
Foragido
Anunciam-no foragido. No entanto simplesmente viajou para o exterior no imediato da operação que o prenderia.
Mais cabe à imprensa sedenta perguntar a Polícia Federal – presente nos aeroportos –a razão por que o deixou viajar.
À época teria havido manipulação de mercado e falsificação de documentos envolvendo as negociatas de Eike.
Acidentes retornando
Dória não é o culpado, e sim quem o legitimou na decisão judicial para aumentar a velocidade em avenidas paulistanas, o que já gerou acidentes e mortes.
Como explicar a conduta desses agentes da persecução? Claro que existem interesses pessoais e políticos na perseguição, vaidades, ódios, rancores e frustrações. Mas esses agentes não deixam de ser a representação da violência atávica das elites brasileiras contra todo o sentido da construção ética de uma sociedade justa e igual e de tudo o que significa luta nacional e popular por direitos. Como serviçais das elites, esses agentes não deixam de se sentirem donos do Estado, donos dos instrumentos da violência concentrada, portadores de uma imemorial consciência dos privilégios patrimonialistas.
Direitos, justiça e igualdade e a constituição ética do Brasil e da sociedade, portanto, são ameaças aos interesses, ao poder e ao mando das elites e de seus agentes. De tempos em tempos promovem uma degola das conquistas alcançadas através das lutas. É isto que se está vendo neste momento com o governo Temer. Nestes surtos violentos e destrutivos da agregação social e do sentido ético, agridem também com mais violência as representações simbólicas dessas lutas e dessa construção. Os movimentos sociais e políticos progressistas precisam compreender que quando se trata de democracia, direitos, liberdade, justiça e igualdade nunca há uma garantia definitiva. A manutenção das conquistas e sua ampliação requer lutas e mobilizações permanentes.
Antecipamos
Não sabemos a pretensão da Ciência – a teor da experiência japonesa – em criar um embrião parte humano e parte porco. Ainda sem nome o resultado do cruzamento.
A dúvida que nos abate, entre a prevalência do cérebro, é a seguinte: o do homem no porco ou o do porco no homem.
Cremos que, pela natureza humana contemporânea, presente em parcela considerável de brasileiros, prevalece o do porco no homem.
OIT
Em 2017, UM em cada TRÊS desempregados, no mundo, será brasileiro.
OIT
Em 2017, UM em cada TRÊS desempregados, no mundo, será brasileiro.