terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Solução

De sempre
Volta ao noticiário a peça ensaiada há meses: o Shopping Jequitibá "estuda" a possibilidade de cobrar pelo estacionamento. Não seria iniciativa local, mas uma tendência nacional.

Sinal de novos tempos. A oferta de estacionamento sempre foi a melhor propaganda e o chamamento para levar o consumidor a tais espaços. Pode-se afirmar que se constituía numa das ferramentas mais convincentes.

No caso itabunense a oferta de vagas no Jequitibá cai a cada expansão, como se houvesse madeireiro capixaba na administração munido de serra elétrica; para mais lojas e mais público consumidor menos espaço para estacionar; e não se diga que tal não ocorre quando pretende ampliar a oferta de serviços. Para construir a torre comercial não dispensou ocupar o espaço do solo, antes destinado aos que o buscavam.

Mas, é da essência do capital quando não encontra freio estatal, dentro da concepção do livre mercado, a força invisível que nos "ampara" a todos: possibilidade de mais ganho, ganhe-se. E dane-se o resto, pruridos e quejandos tais.

Nos vem à mente, a propósito, uma proposta embutida no acordo MEC-USAID, no imediato do golpe militar (idos 1965-1966 para as batalhas campais) já consolidado com a "eleição" de Castelo Branco, trazendo de roldão a redenção nacional e a abertura ao capital que se tornou amplamente especulativo/explorador com o aperfeiçoamento da teoria, que deram de denominar neoliberalismo.

A grande meta do MEC-USAID (Ministério da Educação e Cultura-United States Agency for International Development) - que se dizia destinado à reforma do ensino brasileiro - estava em privatizar o ensino universitário. Tudo começaria - para não espantar a freguesia - com o pagamento de taxas simbólicas que visavam desenvolver a cultura da cobrança em torno do que antes nada custava até alcançar a glória de as universidades públicas cobrarem mensalidades para os cursos oferecidos.

Na época não deu certo. Os estudantes enfrentaram a repressão, muito cassetete choveu no lombo da turma, mas a proposta não vingou.

Apenas aguardou o neoliberalismo de FHC para a consumação do ideário.

Como aguardaremos a solução de sempre que será trazida pelo Jequitibá. Uma virtude dos tempos atuais, no entanto: não haverá necessidade de distribuição de "fanta" porque a freguesia já está acostumada.


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