DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Explicando
Por razões alheia à vontade deste escriba retomamos as postagens, sustadas pela vontade imperial da assistência técnica do fornecedor do serviço, que nos deixou na mão durante este tempo sem corresponder à sua obrigação de assistir-nos em caso de queda do sinal. E o fazemos com nossos rodapés.
O
gato pode virar leão I
O
ministro das finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, 58 anos, professor de
Economia, com estudos nas universidades de Essex e Birminghan, na Inglaterra,
rugiu contra o sistema que quer fazer da pátria da Filosofia quintal de potentados
mundiais que dominam o sistema financeiro.
De
matéria de Carlos Drumond (“A esperança heterodoxa”), publicada na Carta
Capital, destacamos uma de suas ponderações: “O capitalismo sempre foi um
sistema fundado no poder do Estado em que a riqueza foi produzida coletivamente
e apropriada privadamente”.
A
observação reflete a formação marxista de Varoufakis, para quem o capitalismo se esgotaria por si mesmo por
se sustentar numa contradição: socializar a produção da riqueza e concentrar
seus resultados.
Não
se afirme – radicalizando Marx – que o capitalismo venha a se esgotar, dando
lugar – por geração espontânea – a um sistema antagônico como o socialismo, por
exemplo.
Mas a humanidade não suportará os conflitos gerados diante da
agressiva apropriação – que tende a multiplicar-se não em bases aritméticas,
mas ..., que já anuncia 1% da população mundial detentora de 50% da riqueza
dentro de 10 meses.
O gato pode virar leão II
Antônio
Delfim Neto, analisando as iniciativas de Varoufakis, as vê no plano da oferta
de outros/novos ‘nítidos limites do exercício da política social e econômica’
que será levada ao front da batalha que aquele propõe contra a troika (Comissão
Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), a que
sustenta – sob comando político do sistema alemão defendido com unhas e dentes
por Angela Merkel – as benesses que alimentaram a concentração da riqueza em
solo da velha Europa e tem levado, desde a crise de 2007/2008, à miséria uma
parcela considerável do Velho Continente.
Delfim vê no tabuleiro de xadrez a proposta de Varoufakis, que pode isolar mais a
Grécia e levá-la a um período de sombrio subdesenvolvimento.
Neste
ponto ficamos a ruminar o raciocínio de que, diante do fato de que também não
há saída para a Grécia sob as lições da troika, algo pode surgir no horizonte
da crise.
Delfim,
do território da ironia construída na experiência, diz que “Nos meus curtos 87
anos já vi, sem aviso prévio, mas com os bolsos vazios, muito leão virar gato
depois de rugir algum tempo assustando apenas a si mesmo.”
O gato pode virar leão III
Pode haver em razão Delfim Neto. Afinal, os postulados da economia aplicada ao
planeta, sob o viés teórico de alimentar o sistema financeiro e a exacerbação
liberal individualista (a redundância aqui se impõe) têm conseguido sucesso
porque se utiliza dos Estados poderosos para assegurar aos seus 1% os frutos
das falcatruas e submissões, seja-o sob o domínio diplomático, seja-o pela
força bruta.
Sob
esta visão – idealismo utópico que seja – não há forte que não sucumba um dia.
Assim, aquele tornado gato pode rugir e tornar-se leão.
Claro
que não sozinho. A Grécia convoca – como o flautista de Hamelin – os achacados
pela troika. E eles já estão nas ruas.
Na
Espanha...
Apostando na evasão
Brilhante
a lição/experiência tucano-paulista posta em andamento neste 2015: fecham-se
salas de aula, superlota-se as restantes e confia-se na evasão para regularizar
a situação.
Consumada a evasão (inclusive por falta de água nas torneiras
escolares) as turmas voltam aos números toleráveis.
Genial! Como a falta de água.
Há dois anos – exatamente no 15 de fevereiro – partiu para a eternidade o jornalista Eduardo Anunciação.
Ainda há quem folheie o Diário Bahia em busca do texto de Eduardo.
O "Bacurau", "Bode Rouco" ou simplesmente "Gaguinho" – contemporâneo de Célio e Hélio Nunes, entre outros – marcou época no jornalismo itabunense. Que não pode registrar sua história sem as paginas de Eduardo.
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