domingo, 15 de maio de 2016

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DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Em homenagem aos 'novos tempos', deste augusto tempo de retorno, oportuna nossa DE RODAPÉS... A eles.

Atualidade
Eis o futuro. Um enorme passado pela frente. Já o antevia Millôr Fernandes.

O que permite concluir que o grande futuro elaborado nos últimos anos ficou pelas costas.

Sem perspectivas.

Até novembro I
Eis os meses por esperar. Até seis. Utilizados até o último dia no processo de julgamento, para dar o máximo de tempo a Temer para a ‘arrumação’. Melhor, para publicizar a ‘arrumação’. 

Isso implica em construir o início de um processo midiático-jurídico para estourar definitivamente o PT e suas lideranças (leia-se Lula) – como culpados da crise que está se aprofundando – ao tempo em que legitima e credibiliza a opinião para o ‘remédio amargo’.

Não custa – diante das maiorias exibidas nas votações do impeachment – aventar para a possibilidade de prorrogação do mandato de Temer.

A razão por que Temer seria louvado e incensado está no fato elementar de que a sua fragilidade alimenta o aprofundamento do desmonte nacional, facilitando a entrega da Petrobras e do pré-sal.

Depois, simplesmente extinguir o presidencialismo e erguer o parlamentarismo.

Mas, até o fim dos próximos seis meses o saco de maldades guardado na Caixa de Pandora de Temer não se expressará além do script necessário a assegurar sua permanência, com a cassação do mandato de Dilma. 

Nacos do pretendido, em doses, para manter o apoio e a confiança do mercado.

Depois...

Até novembro II
O apoio verberado pela Casa Branca – imediatamente, nem esfriado o defunto – é o registro histórico de que, mais uma vez, os Estados Unidos são mentores externos do golpe.

Por outro lado, o anúncio de apoio tem um recado velado: completem a missão assumida... para conosco. 

Leonardo Boff
Busque o leitor a íntegra da entrevista de Leonardo Boff ao Opera Mundi, parte veiculada no Conversa Afiada, quando cita Moniz Bandeira e afirma que "O golpe atende a interesses geopolíticos dos Estados Unidos". Caso a trecho abaixo justifique busca:

Seria errôneo pensar a crise do Brasil apenas a partir do Brasil. Este está inserido no equilíbrio de forças mundiais do âmbito na assim chamada nova guerra fria que envolve principalmente os EUA e a China. A espionagem norte-americana, como revelou Snowden atingiu a Petrobrás e as reservas do pré-sal e não poupou sequer a presidenta Dilma. Isto é parte da estratégia do Pentágono de cobrir todos os espaços sob o lema: “um só mundo e um só império”. 
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"Noam Chomski, Moniz Bandeira e outros advertiram que os EUA não toleram uma potência como o Brasil no Atlântico Sul que tenha um projeto de autonomia, vinculado aos BRICS. Causa grande preocupação à política externa norte-americana a presença crescente da China, seu principal contendor, pelos vários países da América Latina, especialmente no Brasil. Fazer frente ao outro anti-poder que significam os BRICS implica atacar e enfraquecer o Brasil, um de seus membros com uma riqueza ecológica sem igual."
...
Moniz Bandeira chega a afirmar: “não tenho dúvida de que no Brasil os jornais estão sendo subsidiados e que jornalistas estão na lista de pagamento dos órgãos citados acima e muitos policiais e comissários recebem dinheiro da CIA diretamente em suas contas”. Podemos até imaginar quais seriam esses jornais e os nomes de alguns jornalistas, totalmente alinhados à ideologia desestabilizadora de seus patrões.
Especialmente o pré-sal, a segunda maior jazida de gás e de petróleo do mundo, está na mira dos interesses globais. O sociólogo Adalberto Cardoso da UERJ numa entrevista à Folha de São Paulo foi explícito. “Seria ingenuidade imaginar que não há interesses internacionais e geopolíticos de norte-americanos, russos, venezuelanos, árabes. Só haveria mudança na Petrobras se houvesse nova eleição e o PSDB ganhasse de novo. Nesse caso, se acabaria o monopólio de exploração, as regras mudariam. O impeachment interessa às forças que querem mudanças na Petrobrás: grandes companhias de petróleo, agentes internacionais que têm a ganhar com a saída da Petrobrás da exploração de Petróleo. Parte desses agentes quer tirar Dilma”.


Hip! Hurra!
Há quem afirme que Temer não é nada. Pensamos diferentemente: é tudo... para o entreguismo. 

Não à toa era informante da Embaixada dos Estados Unidos, segundo documentos vazados pelo Wikileaks, denunciado no Metrópolis.

Notícia que já corre o mundo.

Informante dos EUA ganha o mundo!

Hip! ...
O Brasil detém segredos militares e estratégicos aqui desenvolvidos que interessam aos Estados Unidos. Incluindo o do processamento de urânio, desenvolvido pela equipe do Almirante Othon.

Como ficam os militares (Exército, Marinha e Aeronáutica) chefiados por um informante de embaixada estadunidense é o que veremos.

O por vir I
Não sonhemos com o porvir, palavra de sonhadores como Castro Alves, que nela embutem uma significação/semântica adjetiva. Substantivo adjetivado na ideia do futuro (substantivo), promissor e cheio de esperança (adjetivo).

Fiquemos com o “por vir”, estampado nas fotografias.

Caso algum leitor imagine que são cenas de 1968 assegure-se de que são de 2016. Em São Paulo. Exemplo para o “por vir”.

  SP, Estado de Exceção! Pau nos estudantes!

O por vir II
O novo Ministro da Justiça – ex-secretário de Segurança Pública do governo tucano de São Paulo – já anunciou seus métodos em nível nacional: a criminalização dos movimentos sociais será sua pedra de toque. 

Qualquer protesto será entendido como ato de guerrilha.

Adquiridos, sim... mas, nem tanto
A entrevista do czar da Economia não destoa do sabido e consabido em neoliberalismo: Previdência Pública e Salário Mínimo são inconveniências para o mercado.

Não fora isso, difícil compreender a objetividade da expressão “direitos adquiridos não prevalecem sobre a Constituição”.

Para o teorismo de que salário mínimo gera inflação os tempos para o Trabalho serão terríveis; para o Capital, só alegria!

Ministério de notáveis
Não se diga que o ministério de Temer não atinge a notabilidade. Inúmeros são investigados por corrupção (ontem e hoje).

Dispensam muitos um verbete em enciclopédia, mas não o das páginas policiais.

Um ministério bem conduzido. aqui ou aqui

Detalhe
Há quem afirme que Temer não é nada. Pensamos diferentemente: é tudo... para o entreguismo. 

Não à toa era informante da Embaixada dos Estados Unidos, segundo documentos vazados pelo Wikileaks.

Chauvinismo
Considerando a dimensão chovinista que norteia a elite brasileira o ministério Temer representa-a muito bem. Como observou The Guardian – lá fora enxergam – não há mulheres ou negros no governo Temer. 

A diversidade – pedra angular do idealista – voltou a ser conteúdo em alfarrábios.

As velhas oligarquias voltaram ao poder – declara o jornal. Infelizmente – para elas – o pelourinho não tem como ser reimplantado em sua plenitude física.


Visão caolha.
A extinção  pela fusão  do Ministério da Cultura bem demonstra a qualidade do pensamento do ‘governo’ Temer.

Credibilidade
A reação de servidores do Ministério da Cultura à posse de Mendonça Filho é singular e emblemática.

                      

Não vem ao caso
Estamos aguardando o posicionamento do Procurador-Geral da República – para quem a nomeação de Lula para a Casa Civil cheirava a 'desvio de finalidade' – o que tem a dizer sobre os 'notáveis' abaixo.

Cremos que dirá, morinamente: "não vem ao caso".



Aécio I
Não pensemos que Aécio Neves está morto politicamente, em que pese seu estágio de investigado por corrupção. No instante a recomendação de Janot para a apuração das responsabilidades de Aécio pelos desvios em Furnas assegura o álibi de tratamento igual para todos, a fim de jogar Lula aos leões.

No segundo instante será Aécio inocentado e tornado vítima, para assegurar a possibilidade de disputa em 2018.

Quem analisa os crimes de Aécio no STF é o ministro Gilmar Mendes. Que nem mais disfarça a sua vocação político-partidário-eleitoral. Que o ressuscitará.

Fecha as cortinas.

Aécio II
Redigíramos a nota acima na terça-feira. Nesta sexta o ministro Gilmar Mendes devolveu a Procuradoria-Geral de Rodrigo Janot o inquérito para reavaliação.

Um claro recado: desista.

Porque se insistir eu o absolverei... por falta de provas.

Falar com quem entende
O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa tuitou: há golpe, violações à Constituição no impeachment de Dilma.

Não podemos esquecer que nosso ex-Excelência sabe do que está falando. Fugiu do STF quando começaram a pipocar as ‘descobertas’ dos vícios na AP-470 que ele relatou.

Que poderiam chegar – já deveria ter ocorrido – no ‘sequestro’ que fez do inquérito 2474, que absolveria de crime de corrupção os que manusearam dinheiro da Visanet (que não era dinheiro público) e da fajuta utilização da teoria do ‘domínio do fato’ para condenar, por presunção, na ausência de provas.

No fundo, no fundo, o 'salvador da pátria' está querendo alguma coisa. Quem sabe? fazendo sua média para candidatar-se a presidente.

Como estamos vivendo a singular democracia (com letra minúscula, mesmo) vislumbrada pelo chargista do Le Monde ("Isto não é um golpe de estado") Joaquim Barbosa para presidente tem tudo a ver.

                    


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