E por falar em golpe
Em relação ao golpe na
Turquia – enfrentado pelo povo... pelo povo! – o chanceler interino José Serra
proclamou aos quatro ventos: "Em relação aos acontecimentos em curso na Turquia, o
governo brasileiro insta todas as partes a se absterem do recurso à violência e
recorda a necessidade de pleno respeito às instituições e à ordem
constitucional”.
Simplesmente
para o gênio do chanceler José Serra deveriam os golpistas não usar da
violência (certamente utilizar o método brasileiro), tampouco o governo ao combatê-los. Genial!
Tudo poderia ser resolvido – dedução da coluna – num jogo de palitinhos mediado pelo Serra, o que daria a ele o Nobel da Paz.
Deixando de lado o
que representa Serra no cenário da diplomacia – a declaração já o diz quão
vazio – cabe lembrá-lo que no Brasil está em andamento um golpe –
reconhecido internacionalmente – do qual ele se beneficia... em todos os
sentidos.
De nossa parte vamos
mais além: Serra pedindo às partes que se abstenham do recurso à violência pode
ser aquela coisa de botar o próprio traseiro na parede.
Caem as máscaras
Está em editorial
publicado no Le Monde, na quarta 13, em
tradução livre: “Dilma Rousseff, vítima de uma manobra parlamentar de baixo nível”.
Para o Le Monde caem as máscaras desde
que as gravações telefônicas de Sérgio Machado “revelaram as manobras” para
materializar o impeachment como meio de salvar os corruptos do PMDB e quejandos.
E foi mais além na denúncia: "Estamos preocupados com o envolvimento no golpe de
Estado da grande mídia brasileira pertencentes a grandes grupos financeiros,
por uma campanha extremamente violenta a favor da destituição e criminalização
da esquerda. Essas mesmas mídias apoiaram o golpe de Estado Militar de 1964 a
partir do qual construíram verdadeiros impérios midiáticos".
"A Democracia importa"
Também preocupado o congressista Alan Grayson, do Partido Democrata dos Estados Unidos, em pronunciamento na Câmara dos Deputados, como o registra o Opera Mundi, para o qual o governo interino, nos termos em que ascendeu, "mina a democracia".
E sentencia: "Isso precisa terminar. A Democracia importa."
Saia justa I
Em outra
manifestação o Procurador da República Ivan Cláudio Marx foi de uma clareza
meridiana, ao falar das alterações na lei e de quem as burlou e dos que se
omitiram (TCU, MPF etc.) razão por que afirma peremptoriamente: “...todos os
seus praticantes devem ser responsabilizados ou nenhum o deve”.
Também preocupado o congressista Alan Grayson, do Partido Democrata dos Estados Unidos, em pronunciamento na Câmara dos Deputados, como o registra o Opera Mundi, para o qual o governo interino, nos termos em que ascendeu, "mina a democracia".
E sentencia: "Isso precisa terminar. A Democracia importa."
Saia justa I
Não fosse o golpe
instaurado uma quartelada política em plenitude não haveria dúvida de que o
impeachment cairia no Senado. As alegadas provas da existência de crime foram
todas desmanteladas pelo Ministério Público Federal que as analisou.
Explicitamente está dito que não há justa causa para a pretensão.
No entanto não se
trata de juridicidade ou respeito à lei o que tramita no Senado, mas de um
típico golpe político para fazer levar ao Poder projetos não discutidos com a
sociedade nem por ela acolhidos, já que o que se dá é justamente o contrário:
os que defendiam o que o interinato está a fazer perderam as eleições.
Uma saia justa,
porém está no palco: caso o Senado insista em aprovar o impeachment cabe
questionamento ao Judiciário por tê-lo sido sem fundamento jurídico.
Sob esse aspecto o
desgaste seria imenso.
Também sob saia
justa o STF, caso provocado a se manifestar sobre tal absurdo. Se mantiver o
impeachment se torna partícipe do golpe.
Saia justa II
Em palavras
objetivas, dando nome aos bois: a prática antecede à edição da lei, que é de
2000, e como FHC, Lula, Michel Temer nunca foram ‘agraciados’ com a
interpretação, não seria Dilma Rousseff a ser penalizada.
Por faltar base à acusação, o MPF pediu o arquivamento do inquérito que analisava.
Saia justa III
Ultrapassada a farsa
que norteará o parecer do tucano Anastasia restará a análise fria das provas postas à
mesa.
Dois pareceres se encontram no estuário dos
fatos verdadeiros e confirmam inocência de Dilma na prática de crimes. Não se
afirme que possam ter algum efeito sobre os senhores senadores tidos como menos
facciosos e dotados de mínima consciência, muitos se definindo como indecisos. Ainda.
A votação final mostrará suas
verdadeiras faces.
Afinal, a conclusão do MPF de que as tais
"pedaladas" não são crime (fundamento no pedido de impeachment de
Dilma) afirma enfrentamento à tese da acusação de que se constituíram crime de
responsabilidade e alimenta a tese de defesa.
E, mais que isso, tudo está confirmado
através do resultado da perícia das "pedaladas", encomendada pela
Comissão de Impeachment.
Silêncio de claustro
Sobre o registrado acima nenhuma manifestação da imprensa. Nenhuma repercussão.
Mantêm-se o cinismo e a hipocrisia.
Requentando
Mais uma vez a
imprensa requenta notícias sobre Lula. Nos últimos dias O Globo, a Folha e o Estadão – na falta de novos vazamentos – requentaram o que dispunham, velhos vazamentos da Lava jato.
Como observa RicardoAmaral, veiculado no CA de PHA, Lula, seu Instituto, e familiares já foram alvo de 9 inquéritos do MPF
e da PF, de 3 proposições de ação penal, 2 fiscalizações da Receita Federal e
38 mandados de busca e apreensão.
Sem falar naquele sequestro,
em 4 de março, frustrado em Congonhas pelo Coronel da Aeronáutica, no comando
do aeroporto, quando pretendiam levar Lula para Curitiba, fato registrado neste espaço (Abortamento aqui).
Até agora, nada! O
que remete a um elementar silogismo tupiniquim: ou Lula é inocente ou são
incompetentes os que o investigam.
O crime maior de
Lula – e por este não podem processá-lo e prendê-lo – é liderar a corrida
presidencial para 2018.
Caso não consigam o
intento Lula continuará como massa de pão: quanto mais batem mais cresce.
Boquinha
Delegados da Polícia Federal presos por achacamento a investigados no escândalo do Carf.
CR$ 800 mil em jogo é o que apurou a Ministério Público Federal. aqui
Concurseiros I
Nossos alunos têm
ouvido nosso clamor em relação aos concurseiros do serviço público. Aqueles que
definimos como destituídos de informação sobre temas que deviam lhes afetar, como já registramos neste espaço (Castismo aqui Cumprindo ordens aqui O jogo aqui e A serviço aqui).
Chegam ao ápice
estudando para concursos, insistindo até que em um deles seja aproveitado. Na área jurídica nem mesmo advogam para adquirir experiência.
Não bastasse a
inexperiência de vida passam a imaginar-se integrantes de uma casta que supera
as demais e – o que dizer? – os vis mortais. Cheios de cursos imaginam-se detentores
da dialética sobre tudo.
E o que dizer em
relação ao que pensam de um pobre mortal que nunca passou de torneiro mecânico
como formação intelectual?
Sobre eles – os deuses deste singular Olimpo – assim se expressa o ex-Ministro da Justiça Eugênio Aragão em entrevista ao Conjur
“Nossos juízes e membros do MP são profundamente conservadores. Isso mudou muito em função do 'concurseirismo'. É o perfil do concurseiro, aquele que quer entrar em uma carreira porque quer lucrar com ela. Ele investe fortemente três anos para prestar um concurso. Na hora que passa, ele quer os frutos do seu investimento. Isso é um conservadorismo, é um toma lá, dá cá. Eles não prestam concurso pela vocação, mas pelo que a carreira pública pode oferecer. E qualquer tipo de insatisfação, por menor que seja, gera uma bronca tão grande que fica até difícil administrar essas pessoas.”
Sobre eles – os deuses deste singular Olimpo – assim se expressa o ex-Ministro da Justiça Eugênio Aragão em entrevista ao Conjur
“Nossos juízes e membros do MP são profundamente conservadores. Isso mudou muito em função do 'concurseirismo'. É o perfil do concurseiro, aquele que quer entrar em uma carreira porque quer lucrar com ela. Ele investe fortemente três anos para prestar um concurso. Na hora que passa, ele quer os frutos do seu investimento. Isso é um conservadorismo, é um toma lá, dá cá. Eles não prestam concurso pela vocação, mas pelo que a carreira pública pode oferecer. E qualquer tipo de insatisfação, por menor que seja, gera uma bronca tão grande que fica até difícil administrar essas pessoas.”
Sobre a interpretação que defendemos não mais estamos só. também em torno do tema Luis Nassif abriu consideração.
A charge
A charge
Quem tem Cunha tem
medo. Feliz o chargista, no preciso instante em que Eduardo Cunha se sente
traído por Michel Temer na eleição da mesa da Câmara.

Sinais nebulosos
E bota nebuloso
nisso! 16,5 mil trabalhadores foram demitidos na indústria paulista em junho,
quase o dobro de maio (7,5 mil).
Há quem diga – para
dourar a pílula – que a retomada da atividade industrial está em andamento.
Nem o analfabeto
funcional em Economia admitirá que – com o custo embutido em demissões – a
indústria efetive tais gastos para contratar em dois, três ou quatro meses
adiante.
O gráfico fala tudo.

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