Só
nos resta a dogmática de Fé. Através dela permaneceremos sublimando no
Altíssimo todas nossas incapacidades. Os problemas por nós criados alienados a
um Todo Poderoso que passa a nos assegurar – em outro plano – o que aqui não
conseguimos efetivar. Afinal, um super protetor tão somente, criado a partir de
nossas mazelas, que apenas cobra comportamentos (sem questionamentos) que
assegurem o espaço desejado, prometido no outro plano que criamos.
Em
nível de Brasil Feuerbach ou Freud encontram terreno para suas teses, em relação
ao homem negado antropológica e psicanaliticamente. Mas não encontrarão
resposta às suas interpretações.
Ainda
que amparada na ausência do fenômeno espiritual como elemento de convicção
moral, a análise histórica de uma sociedade amparada, de priscas eras, no
patrimonialismo que fez edificar sua classe dominante, leva-nos a vê-la sustentada
– hoje, como ontem – na informação que lhe chega. Ontem, através da voz da
casa-grande e do púlpito; hoje, dos meios de comunicação, onde se destaca a
radiodifusão.
Escolhido
o instante melhor para fazer tudo acontecer faça-se acontecer. Mais
recentemente – últimos 70 anos – o mesmo mote: a corrupção – apontada a dedo a
do outro, afastada a minha – que nos legou convulsões institucionais que
levaram um presidente ao suicídio, um golpe civil-militar e o recentíssimo, de caráter legislativo-judiciário.
Como
tudo acontece em razão da corrupção e por causa dela tudo passamos, só nos
resta o sobrenatural para salvar-nos aqui – ou esperarmos a salvação em outra
vida. Enquanto não morremos dependeremos dos salvadores (da pátria) terrenos para
enfrentar – por nós – o satânico contido na corrupção.
Inteiramente
afastados, desligados da realidade cotidiana apenas vemos e respondemos ao que
nos chega através dos que nos manipulam. E são eles a afirmar que tudo por que
passamos reside num mítico ser, pau para toda desgraça: a famigerada corrupção.
Dispensada de ser analisada sob o condão histórico e sociológico.
Na
esteira da fogueira inquisitorial adredemente acesa vão-se culpados e
inocentes.
Sob
esse cariz a aposentadoria e o trabalhador tornam-se desgraça.
Natural
que o seja: onde o patrimonialismo impera o fator trabalho e o que lhe seja afeto
pagam a conta. Na falta de chibata e do pelourinho imponha-se reformas
salvadoras como purgação.
Para
isso mude-se para manter tudo como nos interessa – diria o príncipe de
Falconeri, em O Leopardo.
Que o diga a composição do governo imposto e quem o
alimenta. Daqui e de fora.
Para
compreender esta terra brasilis
dispense-se praticar Feuerbach e Freud; fique-se com Giuseppi Tomasi di
Lampedusa.
De
volta
O
Brasil dele saíra, por meio de políticas de Estado voltadas para a redução das
desigualdades e de distribuição de renda. Emprego, ganho real para o salário
mínimo e programas sociais (Bolsa Família, Pronaf etc.).
Apenas
um ano de (des)governo faz o país voltar ao mapa da indignidade humana.
Há
quem não acredite
A
Confederação Nacional do Comércio já constatou o fechamento de 9.965
estabelecimentos do varejo brasileiro.
Só no
primeiro trimestre de 2017.
Há quem
não acredite. Como muitos colunistas de Economia.
Eis
o caos
O que se espera de investimentos em galpões, prédios, máquinas, estradas, refinarias, usinas, pontes etc. como instrumento de motivação à atividade econômica se encontra abaixo do que o que houve em 2000, são dados tabulados pelo IBGE/IBMC a partir de 2000.
O
quadro é de tornar o pessimista de hoje em otimista diante do que vem por aí.
De
barriga cheia
Não
nos causa nenhum júbilo alguém chorar, ainda que inimigo o fosse. O choro de
alguém é dele apenas. Há, no entanto, quem o tenha para gáudio
próprio.
O
choro de Geddel – estranhamente vazado em vídeo – nos leva, por outro lado, a
compreender que faz parte de sua existência: chora em depoimentos, desde 1993 na
CPI dos Anões do Orçamento (quando escapou da cassação graças a Luiz Eduardo
Magalhães, então líder do PFL, a quem implorou por intervir a seu favor) e
mesmo em eventos públicos.
Há
quem diga que é da natureza do crocodilo: chorar enquanto come.
O
crocodilo, enchendo a barriga; Geddel, de barriga cheia.
Prescrição
Que
pareça nada, mas nada não é. O patrimônio do povo se foi. E nada acontece.
Porque o Estado – em sua dimensão punitiva – só alcança pobre, preto, puta e
petista (atualmente).
Prescrição,
caro leitor, é a circunstância que decorre da omissão do aparelho estatal
(investigativo e punitivo) em apurar e punir os que praticaram ilícito, inclusive os que lesaram o Estado.
Os
prejuízos causados ao país no período FHC com as privatizações são
incalculáveis. Crimes de lesa-pátria. Tudo hoje prescrito.
Os
crimes se repetem no imediato deste (des)governo. Confiam – e não lhes falta
certeza – na prescrição.
A ironia de Aragão
As náuseas de Janot sob análise de Eugênio Aragão, no Conversa Afiada.
O detalhe: Aragão está certo!
O
interino no exterior
Pelo
que representa/representou, nada a registrar.
Nebuloso
I
Não
falta emblema e esse ritual de palestrar sobre o tema. Daí para uma igreja
poder institucionalizar o culto não falta nada. Afinal, Dellagnol não vende só
palestras, também sermões.
Tende
a um espetáculo de caráter circense nos moldes Sílvio Santos com prêmios,
bailarinas, perguntas e respostas, bonecos etc. etc.
Não tardará a inserção de uma
diversão tipo ‘tiro ao pato’ tendo o Lula como pato.
A
propaganda já está na rua.
Nebuloso
II
Uma
rede de palestras vem ocorrendo. A instituição (pública) a serviço de interesses.
E a
sociedade se cala.
Inclusive
a OAB.
Nebuloso
III
O
institucional virou comercial. Ou, como transformar uma instituição num negócio
rendoso.
Diz Dellagnol que o dinheiro arrecado vai para a APAE paranaense.
Eis um capítulo singular. De suspeitas antigas. Envolvendo, inclusive, a mulher do juiz Sérgio Moro.
Pelo meio o antigo senador petista, Flávio Arns, convertido em tucano e atual secretário de Beto Richa.
O irmão Arns por lá, que passa a se tornar advogado 'especialista' em delações na vara morinha.
Procuradores e delegados da Lava JAto ministram aulas em curso à distância de propriedade do irmão de MArlus, o irmão de Arns.
Denúncias pipocam há muito. A última através de Luís Nassif, de onde extraímos a ilustração ao lado.
E a força tarefa envolvida, não sabemos em que termos.
Pelo menos como financiadora da APAE/PR.
Esperemos que não sejam os 'palestrantes' beneficiados de alguma forma pelo irmão de Flávio Arns.
Porque, para muitos leitores, o que não falta é convicção.
Bem no cantinho
Reproduzimos observação de Fernando Brito no O Tijolaço:
[...] No cantinho inferior da coluna de Lauro Jardim, em O Globo, a notinha esclarecedora:
Sabe a tal “conta-corrente” de US$ 150 milhões na Suíça que Joesley Batista disse que disponibilizou para Lula e Dilma Rousseff em 2014? Não se espere extratos dessas contas. Joesley tem dito que dava o dinheiro em reais quando Guido Mantega pedia, e “descontava” da tal conta suíça. O que teria sobrado serviu para ele comprar alguns bens e o resto foi repatriado em 2016.
Ou seja, “tem a conta, mas não tem a conta”, entendeu?
É como o triplex do Guarujá, que “é do Lula” mas não é do Lula.
Ou a Friboi, que é do Lulinha, mas não é do Lulinha.
O que, pouco importa, porque “podemos condenar sem provas, como a nossa jurisprudência permite”.
Mas a “conta” vai para o Jornal Nacional e para as manchetes.
E o “não tem conta” para o “pé” de uma coluna.
E não adianta reclamar, porque é assim a nossa liberdade de imprensa.
No padrão Ricúpero: o que é “bom” a gente mostra, o que é “ruim, a gente esconde. [...]
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