O
país não encontra um rumo. Não é difícil entender. Afinal, o que ofertaram por
estrada nunca apresentou um fim satisfatório em nenhuma parte do planeta onde aplicado.
Assim
passamos a conviver com políticas (públicas?) incompatíveis com as necessidades
do Estado Nacional. A simbiose entre a ideologia dominante (a do mercado) e a
política de Estado posta em prática negam ao destinatário (a sociedade) a
mínima possibilidade de encontrar o destino tão alardeado quando tornou-se
necessário violar as instituições democráticas que alimentam um Estado de
Direito para assegurar o retorno das políticas patrimonialistas de clássico
conhecimento na história desta terra brasilis.
E
por tal viés não sabemos em que nos agarrar. Coisas acontecem sem o crivo do
bom senso e do equilíbrio. Enquanto investimentos públicos vão-se pelo ralo
para assegurar o rentismo e a especulação financeira estamentos da sociedade
buscam aprofundar privilégios.
Não
bastasse a entrega do patrimônio público a uma meia dúzia de escolhidos vê-se o
futuro à deriva. Como náufrago em tormenta sem uma tábua onde segurar.
No
fundo estamos entregues a um fenômeno que se afasta do puro surrealismo para
ingressar no cadinho de uma elaboração regrada a ocultismo.
Teoria da conspiração – dirão alguns. O tempo está atropelando e nos lançando à deriva, sem que o percebamos. Tampouco seus fundamentos e razões.
pac
Com
letra maiúscula o projeto de investimentos públicos; com minúscula o projeto
que alimenta a crise.
Um, o Programa de Aceleração do Crescimento (de antes);
outro, o programa de aceleração... da crise (de agora).
Rui
Costa e o PAC baiano
O
Governo da Bahia faz o que o PT nacional não fez quando no exercício do poder. Interprete-o o leitor a partir do fato de O Correio (da Bahia), jornal de ACM
para sustentar o carlismo (para onde jorrava dinheiro público), andar chiando e
haver ingressado com pedido junto ao Ministério Público contra a Secretaria de
Comunicação Social do Governo do Estado alegando sofrer discriminação na distribuição
de recursos.
A
defesa de Sua Excelência residirá no fato de que o dinheiro público deve ser
aplicado em benefício do povo, como o faz em estradas, hospitais, saneamento,
transporte, cultura etc.
Enquanto
o país patina a Bahia vai mostrando a cara de um governo que tem políticas
públicas em consonância com a realidade de sua população.
FIES
Um
jovem, cursando Fisioterapia em faculdade particular de Itabuna, pretende Medicina
na Santo Agostinho. Não tem como pagar o curso. Perguntou-nos por uma solução,
acreditando no FIES. Dissemos, simplesmente, que ele esteja preparado para
esperar no fim da fila, porque a avaliação para ingresso em escola particular
passa pelo cadastro financeiro, ou seja, pela certeza de adimplemento.
Entendeu.
E
nem chegamos a dizer-lhe que 2/3 dos recursos do FIES para os que ganham até
três salários mínimos foram suprimidos pelo governo do interino tornado
presidente e que os de até cinco de renda passam a ser analisados pelo sistema
financeiro privado.
O
detalhe
Dia
desses reencontramos ex-aluno, hoje juiz federal. Gastamos prosa por mais de
duas horas. Em determinado instante – nós, dos que reagimos ao aparato
eletroeletrônico que alimenta a prestação jurisdicional contemporânea em
detrimento da efetiva realização da Justiça – dissemos a ele: Fulano,
prepare-se para ceder espaço a um robot. Sentença será obtida com a inserção de
uma moedinha e dados, que serão processados pela ‘inteligência artificial’.
Ele
riu e completou: “Faltou um detalhe, professor: caso não seja aceita a
pretensão a moedinha não será devolvida.”
Época
I
Transcrição
de Luiz Nassif de matéria da revista Época, de 2006:
“No caso de José Serra, há extratos fornecidos
pelo banco americano JP Morgan Chase. O nome do ex-ministro, que segundo
relatório dos policiais pode ser um homônimo, surge em uma ordem de pagamento
internacional de US$ 15.688. O dinheiro teria saído de uma conta denominada
“Tucano” e sido transferido para a conta 1050140210, da empresa Rabagi Limited,
no Helm Bank de Miami, nos EUA. Serra é apontado como o remetente dos recursos.
Isto seria uma indicação de que ele teria poderes para movimentar diretamente a
conta Tucano. Entre 1996 e 2000, essa conta recebeu US$ 176,8 milhões, segundo
a PF”.
As
tramamocas do rapaz são por demais sabidas e consabidas. Mas como integra um
grupo especial permanece livre, leve e solto.
Época
II
Reportagem
especial da dita cuja (a 996, deste julho), em chamada de capa, diz ter tido “acesso
a gravações inéditas de julgamentos secretos do Superior Tribunal Militar,
entre 1975 e 1978. Os áudios revelam como os ministros ignoravam a lei – e denúncias
de tortura – para condenar réus de acordo com os interesses do regime”.
Não
será ‘mera’ coincidência com certa Vara Federal de Curitiba quando julga ‘inimigos’,
onde não falta nem a tortura, substituído o pau-de-arara pela prisão por tempo indeterminado
(até que o indigitado delate o que a tchurma
quer ouvir).
Mas
da atualidade a revista passa ao largo. E mesmo aplaude.
Como diziam os
romanos, com Cícero: O tempora, o mores (Oh! tempos, oh! costumes!).
As
pernas curtas da mentira
Lula
está condenado. Assim sentenciou Moro. Por recursos obtidos ilicitamente em
decorrência de contratos da OAS com a Petrobras.
No
entanto, quando questionado – através de embargos de declaração – sobre os
liames entre uma coisa e outra – a relação casual, já que não admite o ato de
ofício – afirma que
"Este Juízo jamais afirmou, na sentença ou em
lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a
Petrobrás foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o
ex-Presidente. Aliás, já no curso do processo, este Juízo, ao indeferir
desnecessárias perícias requeridas pela Defesa para rastrear a origem dos
recursos, já havia deixado claro que não havia essa correlação (itens 198-199).
Nem a corrupção, nem a lavagem, tendo por crime antecedente a corrupção, exigem
ou exigiriam que os valores pagos ou ocultados fossem originários
especificamente dos contratos da Petrobrás"
Não
fora o cruciante aspecto de denunciar-se incompetente para julgar Lula –
afinal, cuida ele da Petrobras – é de ser perguntado: condenou por quê?
De
espantar
No
Brasil, depois de tudo de irregular cometido por Moro, o que espanta, como diz Xavier no Conversa Afiada é "... o silêncio escandaloso de órgãos como o
Conselho Nacional de Justiça e o Supremo Tribunal Federal explicam por que o
Judiciário nacional afunda sem parar na falta de credibilidade geral."
Sadismo
Muitas
as não-virtudes – para ficarmos no terreno delas (as virtudes) – do juiz Sérgio
Moro. Vão-se escancarando a cada derrota moral que lhe vai chegando.
Sua
perseguição a Lula beira a paranoia.
Mas,
ao vermos deferir – depois da sentença – um pedido feito no curso do processo –
temos que Moro é, definitivamente, um sádico.
Ou
um chicaneiro, como o diz o ex-ministro Eugênio Aragão no RBA.
Ninguém
segura
Algoritmos
Muitos estranharam a dimensão quantitativa da sentença de Moro contra Lula.
Tudo agora está escancarado por José Francisco Siqueira leite, veiculado no Conversa Afiada.
Moro, demonstra a análise, trabalha mecanicamente, montando o quebra-cabeça que imagina, reunindo as peças de forma a alcançar o resultado.
Por sua vez, Leonardo Yarochewsky, Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, leva ao leitor mais um registro sobre os abusos em relação a Lula: "República de Curitiba – Por que Lula?".
A
sentença na literatura
Certamente
não será fonte literária na expressão técnica, mas se tornará buscada por
aqueles que querem entender a condenação de Lula por Sérgio Moro em meio a
tantas acusações de perseguição político-judicial.
A professora de Direitos Humanos da Universidade Federal do
Rio de Janeiro Carol Proner, organizou coletânea de artigos que analisam a
sentença do caso triplex, com lançamento previsto para 11 de
agosto: "Comentários a uma sentença anunciada: o caso Lula." Que fala do trabalho aqui
Por sua vez, Leonardo Yarochewsky, Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, leva ao leitor mais um registro sobre os abusos em relação a Lula: "República de Curitiba – Por que Lula?".
Enquanto
a plebe pasta...
PDV
para servidor público, corte no FIES para os que ganham até três mínimos, redução
dos investimentos no PAC, extinção do Ciência Sem Fronteiras, Menos para o Minha Casa, Minha Vida e para o Bolsa Família etc. etc. etc.
...casta continua casta
Uma
merreca a pretensão salarial dos Procuradores da República: 16,38%.
Diante
de tanto altruísmo não podemos descartar a ironia de Fernando Brito, no
Tijolaço: “São uns sacerdotes franciscanos...”.
Conspiração(?)
O
tema se torna assunto nacional. O alerta Altamiro Borges, a partir de matéria do jornal Valor: "Eleições podem impor retrocesso às reformas".
Bingo!
Onde houver...
Só
há corrupção se houver dinheiro. Não houvesse dinheiro logo não haveria
corrupção. O aqui posto alimenta uma conclusão serena do papa Francisco, de que
não conseguiremos extirpar a corrupção de uma sociedade que tem no dinheiro seu
maior valor.
Bingo!
Obrigada Adylson Machado pela homenagem...
ResponderExcluirAmo por demais essa música em suas mais variadas interpretações.
Bjs