domingo, 8 de novembro de 2020

Espelho quebrado não muda embalagem

 

Pautadas na formação oriunda da informação como nos chega, aos que somos massa de manobra, conclusões e ‘análises’ aos borbotões. Como torcida de Bahia x Vitória ou Fla x Vasco comparecemos ao campo eleitoral estadunidense que ocupou as atenções e paixões. O resultado destilou singularidades como tributar o que por lá ocorreu a uma vitória da “esquerda” vencendo o demônio da “direita”.

Não há quem aplique Nietzsche (1844-1900) àquela realidade imutável que norteia os de lá há mais de duzentos anos:


“Outra coisa é a guerra. Sou belicoso por natureza. Atacar faz parte de meus instintos. Ser capaz de ser inimigo, ser o inimigo...”. (Ecce Homo)

Em meio a tanto encantamento (inclusive da “esquerda” tupiniquim) postura coerente a do inquilino do Alvorada: fiel à sua paixão hesita em reconhecer a vitória do adversário. E quando o fizer será a contragosto.

Sabemos que por lá não haverá quem dispense uma colônia como esta terra brasilis. Atualmente objetivamente conquistada com métodos outros, mas não diversos dos postos em 1964 através do partido de “esquerda” que volta a vencer as eleições. O mesmo que fomentou e custeou os meios — políticos e materiais — para que um golpe fosse dado em 2016 para afastar quem não se submetia a contento.

No fundo, para quem defende interesses de forma competente o inquilino aqui encastelado será muito melhor. Adaptado, naturalmente, a uma agenda que assegure o rótulo para ambos.

De importante no resultado eleitoral estadunidense apenas a quebra de um espelho em que muitos mundo afora se miravam e se imaginavam também predestinados a tal postura.

No mais, ficamos nós com o pouco que sabemos — apurado no curso de décadas:

O veneno, o mesmo. Muda a embalagem.

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