“Da
guerra”, dizem os especialistas, referindo-se ao esgotamento do limite de
defesa ou ataque de uma das partes em conflito. O que ora ocorre na Ucrânia, cumprindo
seu papel de marionete no jogo bruto da geopolítica e da hegemonia buscadas
pelas potências, devastada a serviço do Ocidente, que nada mais faz que
endividá-la financiando-a com armamento para enfrentar uma potência.
Arrasada, a
Ucrânia tem servido à propaganda ocidental como bastião de luta por liberdade e
democracia. A grande verdade que Europa e mesmo Estados Unidos (estes o grande
vendedor de armas) esperam o fim da guerra, porque das proclamadas sanções que
atingiriam a Rússia na prática não traduziram a propaganda. Os russos, só com a
venda de petróleo já faturaram 90 bilhões de dólares a mais no período. E o
colapso alimentar alcançará patamares além da alta dos preços caso a Rússia não
admita liberar um corredor para escoamento dos grãos produzidos que, além de
garantir reservas para a Ucrânia, alimentarão milhões mundo a fora.
Não
bastasse, a Europa recebeu, até agora, em torno de mais 5 milhões de refugiados
(ucranianos) aos quais terá que garantir trabalho, comida, educação, saúde e moradia e já
se vê ameaçada com aumento de custos da energia.
Em nível de Brasil – pátria contemporânea de absurdos – a ‘fadiga’ que acomete a campanha de reeleição do inquilino do Alvorada não sinaliza qualquer compreensão ou respeito em torno da realidade, mas reação tresloucada de avançar sobre as barricadas adversárias como gesto de grandeza.
Na esteira da estratégia vem construindo os morteiros para consumar o projeto de continuidade ou continuísmo devorador da nação: as culpas alheias (sempre alheias), como pólvora, alimentam a ‘vontade’ de suspender as eleições (GGN) e assegurar através de um golpe a manutenção do status quo.
Em meio ao
cotidiano nosso de cada dia menos nosso, denúncias: advogado (com causas no
STF) custeia avião particular para ministro (Nunes Marques, indicado e nomeado
pelo inquilino do Alvorada) ir a Paris assistir final da Champions League,
Roland Garros e o Grande Prêmio de Mônaco (247); coordenador da FUNAI e policiais
militares envolvidos em arrendamento de áreas indígenas (Pragmatismo); imagem do país mais
piorada com a morte de indigenista e jornalista inglês e o presidente desvia a
atenção da gravidade do caso afastando a responsabilidade do governo (Noblat);
policiais pernambucanos abordam e agridem índio idoso que vem a morrer em
decorrência das agressões (GGN) etc. etc.
O
noticiário mais ameno pode ser traduzido através de outras agressões: inflação
em alta, desemprego, juros da SELIC avançando, outra alta para combustíveis etc.
etc.
O país está
esgotado. E aquele que o esvazia entende que ainda não concluiu seu nefando
papel a ponto de ameaçar eleições que podem pôr fim à continuidade de tão
trágico projeto. Não quer reconhecer que a decomposição por que passa o atual
governo está muito mais acentuada que aquela dos corpos dos assassinados na
reserva do Javari, no Amazonas. Mas a culpa é sempre dos outros: STF, imprensa,
Petrobras, oposição etc.
A “fadiga
da guerra” interna já exauriu o país. Mas o trágico é que a sua população miseravelmente atingida não
tem como migrar para outro como refugiada. Resta-lhe refugiar-se sob pontes e viadutos e
comer quando a misericórdia alheia lhe oferta a porção imediata, porque não há
esperança alguma para o dia seguinte. Migrar mesmo só para uma favela mais e mais distante.
O governo
causador de tantos males não sente a ‘fadiga’.
O povo,
sim!
Excelente! Uma explanação perfeita sobre quão grave e triste é esta guerra. A Ucrânia servindo e cedendo aos ditames dos EUA através de um bobo da corte e o povo desesperado.
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