A não publicação de duas
postagens permanece por fruto de reflexão atropelando este escriba de província.
Certa angústia em duvidar se o que levaria ao leitor seria, além de sua
avaliação pessoal, uma imposição de caráter dogmático ou ideológico diante do
que assim o é neste Ocidente publicado.
Privando os estimados leitores
das elucubrações costumeiras nos debruçamos sobre alfarrábios em andamento,
dentre eles “E assim os copia os homens”, tentativa de explicar o Cosmos
através da província sob a égide do tempo.
Difícil o enfrentamento – se não
reconhecermos como desistência – aos temas que pululam em uniformidade com o
pensamento expresso. Afinal, em tempos em que não se mais percebe a diferença
entre o sabor do pão de uma padaria e outra, entre a farinha de mandioca
artesanal e a industrial, que a locomoção individual se perfaz do
envaidecimento em relação ao veículo que exibimos e não em relação ao custo
benefício, sentimo-nos como peixe fora d´agua e o oxigênio mais e mais escasso.
Lições pretéritas no curto
pretérito deste existir registrado nos encaminham para compreender a grandeza
que representamos como espécie escolhida, privilegiada. E nada mais!
Do nada ao fogo milênios; do fogo
à destruição por um dos usos do átomo dominado algumas insignificantes décadas.
Os que morríamos por doenças e
desnutrição várias aos 20 ou 30 anos há um século alcançamos possibilidades concretas
de vida centenária, tanto avançamos cientificamente.
Crianças alcançavam o milagre de
sobreviver quando completavam cinco anos. Que, por ironia, hoje escapadas da morte por doenças
várias morrem estupidamente sob o cutelo da doença contra a qual não
conseguimos vacina: ambição e poder.
Não percamos tempo pessoal em
sacrificar o tempo do leitor afeito aos nossos sortilégios...
Busquemos o prólogo da obra acima
referenciada o que pensamos lecionar sobre esta espécie que ainda não se
encontrou e cada vez mais e mais se perde:
“Mas o homem, em sua puída dimensão sapiens sapiens, impõe-se cronológico, ainda
que perdida molécula na poeira da relação espacial: gasta-se para ir daqui para
o ali, o acolá; do esperar, um pouco ou mais. Não basta o claro, o escuro; tampouco
dia, noite. Precisa cerzi-lo ao alvitre do giro das engrenagens construídas —
como inexorável à sobrevivência — e a ele se escraviza sob o ritmo dos segundos
e, desconhecendo os anos-luz, aprisionado no túnel em que o conceitua. Do tempo
em que se afirma existir nada mais que convenção materializada em segundos,
minutos, horas, incapaz de reconhecer a nanotecnologia que o sujeita”.
Não fora assim o que configura crianças serem
amputadas sem anestesia e clamarem desesperadas pelos pais que não mais verão?
Um punhado – dirão os algozes – de
insignificantes seres que por desdita nasceram em Gaza encerrados atrás dos
muros há duas décadas, sem futuro.
Dispensados estão de memoriais às vítimas de
genocídio, como na Bósnia ou Ruanda (lições não aprendidas), erguidos por
cúmplices comuns. Os de sempre.
Que em cada vala onde lançam uma criança sapiens sapiens vítima de guerra enterram o muito pouco que resta do que denominaram Civilização.
Daí porque, nesta angústia que nos acomete, não mais sabemos quando escrever ou reproduzir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário