DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Caolhismo I
O
pior cego é o que não quer ver – afirma a sabedoria popular. No Brasil –
considerando a análise político-econômica encetada pela mídia conservadora – a
coisa assume foros de absurdo quando o técnico é utilizado ao sabor da crítica
político-partidária submissa ao discurso oposicionista.
Isto
leva a não enxergar o que “os meus” fizeram. Interessa tão somente o que “os
outros” (adversários, na situação) deixaram de fazer ou não fizeram ao contento
dos humores que defendo.
Temos
ouvido – e o debate fica difícil porque quem nos contraria somente lê e ouve o
quer ouvir – que a crise que nos assola leva ao caos o país. Os números
apresentados exibem o Armagedon: o desemprego ultrapassa 8%, tarifas
administradas incomodam o consumidor comum, a inflação à sorrelfa.
A
gravidade existiria se olhada só sob o viés imediato e não comparativo. Aí
reside a hipocrisia e a falta de critério.
Houvéssemos
de observar a postura ortodoxa posta em prática pelo governo Dilma neste
primeiro ano de mandato deveríamos nos assustar realmente.
Mas
quando o comparamos com o que fez FHC no mesmo período do segundo mandato acabaríamos
mandando celebrar missas e cultos de agradecimento.
Não só pela dimensão de
cada um (período) como pelos resultados.
Artigo
de Márcio Pochmann – OPOSIÇÃO CRITICA AJUSTE FISCAL, MAS NA ÉPOCA DE FHC MEDIDAS RECESSIVAS ERAM REGRA – no Rede Brasil Atual, ilustra – com precisão –, para fins de comparação, o que foi o de FHC.
Compare
o leitor com o de Dilma. Rogando – naturalmente – que não reproduza o final do
FHC.
Caolhismo III
O
mais grave, no entanto, não é o caolhismo de parcela considerável de analistas
econômico-políticos. É a solução que desejam para o caos que anteveem. Que
passa – necessariamente – pelo caminho ultrapassado na experiência nacional: a
política da subserviência colonialista aliada à exacerbação de complexo de
vira-lata.
Há
por aqui quem somente enxergue saída se ombreados estivermos aos Estados
Unidos, ainda que tirando os sapatos em aeroportos de lá.
Nem
mesmo são vistas como positivas as análises de órgãos criados e aos EUA
vinculados, como FMI, Banco Mundial e quejandos, que encontram no Brasil
exemplos para o mundo em políticas sociais.
Muito
a sofrer...
O Partido dos Trabalhadores sai de seu Congresso Nacional, (re)discutindo e (re)fazendo propostas. No fundo voltar a ser original.
O
PT, como partido político que nasceu amparado em ideário de centro esquerda,
ainda muito vai penar por ter se tornado uma agremiação viável para o poder.
Paga caro, muito caro, por essa circunstância. O oportunismo de inúmeros
quadros que nele aportaram e não bebem em sua cartilha original tornaram-no um partido igual aos
outros, não fora o empenho da ação governamental.
A
declaração do senador Delcídio Amaral líder do Governo no Senado – é um reflexo
da tal confusão. Defende o ilustre – em nome pessoal, ainda que deva defender o
governo que lidera – a flexibilização do pré-sal.
Mais está para liderado de
José Serra que para líder do Governo. A Presidente Dilma já afirmou como
inegociável tanto o conteúdo nacional como os 30% de obrigatoriedade de
participação da Petrobras na exploração do pré-sal.
Como o defendido por Aécio Neves durante a campanha e alimentados – no que diz respeito ao pré-sal – por Delcídio Amaral.
...muito
a aprender
O
mal que aflige o PT também alcançou outras siglas nascidas originariamente à
esquerda. Que o diga o PSB, recentemente em vias de fundir-se ao PTB – um partido
que já foi trabalhista.
Quem
quiser entender o que representa o Partido Socialista Brasileiro basta analisá-lo
a partir de nossa região: nele estão representantes do mais puro carlismo,
travestidos de ‘socialistas’.
Mangabeira
chacoalha no túmulo a cada segundo.
Falta o áudio
Difícil
de o leigo entender – a não ser que bem conheça as ‘razões de estado’ de Sua
Excelência – o ministro Gilmar Mendes absolver a Delta das picaretagens
envolvendo Cavendish, Cachoeira e a Veja no contraponto.
Na ferida
O
leitor pode não gostar de Lula. Mas do que disse em relação à gestão de alguns
órgãos da imprensa nacional, em Salvador, ninguém pode duvidar.
Muito menos
desmentir.
“Essas empresas que atacam tanto o
nosso governo, não são capazes de administrar a própria crise sem jogar o peso
nas costas dos trabalhadores. E acham que podem nos ensinar como se governa um
país com mais de 200 milhões de habitantes”.
E fechou:
“Proporcionalmente ao seu tamanho reduzido, o setor que mais desemprega hoje no Brasil é a imprensa. Só neste ano, tivemos 50 demissões de jornalistas na Folha de S.Paulo. Foram 120 demissões no Globo, 100 demissões no Estadão, 50 na Band e 120 na Editora Abril. A Editora Abril, que publica a revista mais sórdida deste país, teve de entregar metade do seu edifício-sede, teve de vender ou fechar 20 títulos de revistas. E temos grupos jornalísticos inteiros à venda. Parece que as pessoas não querem continuar lendo as mentiras que eles publicam.”
“Troféu
acadêmico”
Nassif cunhou a expressão,
que vemos perfeita para a empáfia de FHC.Que maldade a do rapaz!
A razão
A insistência com que a oposição – e quejandos – busca criminalizar Lula
demonstra, à saciedade, que dificilmente o incriminarão, razão por que criar
factoides que possam gerar noticiário muito interessa. Mormente quando o
ex-presidente se afirma como grande liderança mundial, não só brasileira.
A
dor de cotovelo tem suas razões: quem do PSDB, do DEM, do PPS, do PMDB etc.
etc. etc. é aplaudido lá fora como o Lula? E o pior: Lula recebe o dobro de FHC
por palestra.
Inclusive
do legado político-eleitoral do ex-presidente.
O macaco tá certo!
Personagens televisivo-humorísticos, na Globo de outros(?) tempos, envolviam-se em diálogo concluído com a expressão "O macaco está certo!".
Dizia respeito àquilo que não percebíamos mas traduzia a verdade real.
Lembramo-nos dos tempos de antanho – não tão antanhos – levando em conta o dito por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, diante das permanentes tentativas de vincular a pessoa do ex-presidente a algum escândalo, especialmente o que permita algemar Lula no dia da Proclamação da República, da Independência etc. etc. etc.
Disse Okamoto, diante da CPI para a qual fora convocado:
— Há uma tentativa clara de criminalizar o PT— referindo-se às denúncias de recebimento de propina pelo partido durante a Operação Lava-Jato: — Parece que só o PT arrecadou. Por que, para arrecadar, só o PT teria de ter cometido malfeitos?
Naturalmente – como já o disse Lula, ironizando – o PSDB, o DEM, o PPS, o PMDB e quejandos arrecadam dinheiro para suas campanhas fazendo quermesses.
O macaco Okamoto tá certo!
Com
os fundilhos de fora
O
Catão senador Aécio Neves – que age como presidente eleito, que pelas
circunstâncias de um golpe tentado e frustrado ainda não tomou posse – como mineiro, onde a
religiosidade é marca cultural, deve mandar celebrar missas e cultos
diariamente, desde que Alberto Yousseff o citou em delação premiada durante depoimento na Lava Jato de Moro,
afirmando-o beneficiário de recursos oriundos do esquema de Furnas (dinheiro público), em módicas
parcelas variáveis entre 100 e 120 mil dólares mensais.
Idade Média
A
imunidade tributária de que gozam os templos (hoje, de qualquer culto) –
insculpida no art. 150, VI, “b”, § 4º, da
Constituição Federal – tem raízes em
tempos pretéritos, em muito acentuada na Idade Média. Desde os tempos em que os
que dominavam o universo da espiritualidade (mesmo a primitiva) se fizeram
essenciais ao exercício do poder.
Roma os insculpiu no contexto de religião do
Estado no séc. IV d.C.
Querem
ampliá-la agora. Não enfrentemos o oportunismo de uma Câmara Federal ampliada
em sua representação evangélica.
Mas
fiquemos com a dura realidade de até onde a imunidade contribui para a
sociedade.
Abril despedaçada
Não estamos a feminilizar o filme de igual título, dirigido por Walter Salles. Mas de observar a situação da editora de igual nome (http://jornalggn.com.br/noticia/por-tras-da-reestruturacao-da-abril).
A salvação – através da existência da Veja no currículo da Abril – passa por duas eleições: a manutenção do tucanato em São Paulo e da derrota do PT em 2018.
GS
Não
temos informações da participação de Geraldo Simões em eventos do PT baiano ou itabunense.
Fogo
amigo
Estranha
a intenção ‘informativa’ de um blog regional a partir do quanto publicado no Diário
Oficial do Estado em relação à aprovação de contas de uma ex-dirigente da
DIREC-Itabuna e a desaprovação daquela que a sucedeu.
Somente entenderá o que perceber quem exonerou àquela e nomeou estoutra.
Somente entenderá o que perceber quem exonerou àquela e nomeou estoutra.
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