domingo, 14 de junho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Caolhismo I
O pior cego é o que não quer ver – afirma a sabedoria popular. No Brasil – considerando a análise político-econômica encetada pela mídia conservadora – a coisa assume foros de absurdo quando o técnico é utilizado ao sabor da crítica político-partidária submissa ao discurso oposicionista.

Isto leva a não enxergar o que “os meus” fizeram. Interessa tão somente o que “os outros” (adversários, na situação) deixaram de fazer ou não fizeram ao contento dos humores que defendo.

Temos ouvido – e o debate fica difícil porque quem nos contraria somente lê e ouve o quer ouvir – que a crise que nos assola leva ao caos o país. Os números apresentados exibem o Armagedon: o desemprego ultrapassa 8%, tarifas administradas incomodam o consumidor comum, a inflação à sorrelfa.

A gravidade existiria se olhada só sob o viés imediato e não comparativo. Aí reside a hipocrisia e a falta de critério.

Houvéssemos de observar a postura ortodoxa posta em prática pelo governo Dilma neste primeiro ano de mandato deveríamos nos assustar realmente.

Mas quando o comparamos com o que fez FHC no mesmo período do segundo mandato acabaríamos mandando celebrar missas e cultos de agradecimento. 

Não só pela dimensão de cada um (período) como pelos resultados.

Artigo de Márcio Pochmann  OPOSIÇÃO CRITICA AJUSTE FISCAL, MAS NA ÉPOCA DE FHC MEDIDAS RECESSIVAS ERAM REGRA – no Rede Brasil Atual, ilustra – com precisão –, para fins de comparação, o que foi o de FHC.

Compare o leitor com o de Dilma. Rogando – naturalmente – que não reproduza o final do FHC.

Caolhismo III 
O mais grave, no entanto, não é o caolhismo de parcela considerável de analistas econômico-políticos. É a solução que desejam para o caos que anteveem. Que passa – necessariamente – pelo caminho ultrapassado na experiência nacional: a política da subserviência colonialista aliada à exacerbação de complexo de vira-lata.

Há por aqui quem somente enxergue saída se ombreados estivermos aos Estados Unidos, ainda que tirando os sapatos em aeroportos de lá.

Nem mesmo são vistas como positivas as análises de órgãos criados e aos EUA vinculados, como FMI, Banco Mundial e quejandos, que encontram no Brasil exemplos para o mundo em políticas sociais.

Para a turma o ajuste ideal é aquele exposto naquela carta de intenções de FHC para o ‘ajuste fiscal’, em março de 1999, que se comprometia a entregar o que ainda restava da soberania nacional.



Muito a sofrer...
O Partido dos Trabalhadores sai de seu Congresso Nacional, (re)discutindo e (re)fazendo propostas. No fundo voltar a ser original.

O PT, como partido político que nasceu amparado em ideário de centro esquerda, ainda muito vai penar por ter se tornado uma agremiação viável para o poder. Paga caro, muito caro, por essa circunstância. O oportunismo de inúmeros quadros que nele aportaram e não bebem em sua cartilha original tornaram-no um partido igual aos outros, não fora o empenho da ação governamental.

A declaração do senador Delcídio Amaral líder do Governo no Senado – é um reflexo da tal confusão. Defende o ilustre – em nome pessoal, ainda que deva defender o governo que lidera – a flexibilização do pré-sal. 

Mais está para liderado de José Serra que para líder do Governo. A Presidente Dilma já afirmou como inegociável tanto o conteúdo nacional como os 30% de obrigatoriedade de participação da Petrobras na exploração do pré-sal.

A ideia de Delcídio casa muito bem com a proposta de ‘ajuste fiscal’ de FHC ao FMI, em março de 1999 – depois de pedir bilhões de dólares para cobrir a terceira quebra do Brasil, assim que reeleito – ilustrada acima em seus pontos principais. 

Como o defendido por Aécio Neves durante a campanha e alimentados – no que diz respeito ao pré-sal – por Delcídio Amaral.

...muito a aprender
O mal que aflige o PT também alcançou outras siglas nascidas originariamente à esquerda. Que o diga o PSB, recentemente em vias de fundir-se ao PTB – um partido que já foi trabalhista.

Quem quiser entender o que representa o Partido Socialista Brasileiro basta analisá-lo a partir de nossa região: nele estão representantes do mais puro carlismo, travestidos de ‘socialistas’.

Mangabeira chacoalha no túmulo a cada segundo.

Falta o áudio
Difícil de o leigo entender – a não ser que bem conheça as ‘razões de estado’ de Sua Excelência – o ministro Gilmar Mendes absolver a Delta das picaretagens envolvendo Cavendish, Cachoeira e a Veja no contraponto.

Carlinhos Cachoeira, a Delta, a Veja do Caneta e quejandos, circulando sob apoio do ex-senador Demóstenes, fizeram parte de uma história suja onde o ministro buscou se tornar peça importante, a ponto de fazer-se ator na famosa fase dos grampos sem áudio.



Na ferida
O leitor pode não gostar de Lula. Mas do que disse em relação à gestão de alguns órgãos da imprensa nacional, em Salvador, ninguém pode duvidar. 

Muito menos desmentir.

Essas empresas que atacam tanto o nosso governo, não são capazes de administrar a própria crise sem jogar o peso nas costas dos trabalhadores. E acham que podem nos ensinar como se governa um país com mais de 200 milhões de habitantes”.

E fechou
:

Proporcionalmente ao seu tamanho reduzido, o setor que mais desemprega hoje no Brasil é a imprensa. Só neste ano, tivemos 50 demissões de jornalistas na Folha de S.Paulo. Foram 120 demissões no Globo, 100 demissões no Estadão, 50 na Band e 120 na Editora Abril. A Editora Abril, que publica a revista mais sórdida deste país, teve de entregar metade do seu edifício-sede, teve de vender ou fechar 20 títulos de revistas. E temos grupos jornalísticos inteiros à venda. Parece que as pessoas não querem continuar lendo as mentiras que eles publicam.”

“Troféu acadêmico”
Nassif cunhou a expressão, que vemos perfeita para a empáfia de FHC.

Que maldade a do rapaz!

A razão
A insistência com que a oposição – e quejandos – busca criminalizar Lula demonstra, à saciedade, que dificilmente o incriminarão, razão por que criar factoides que possam gerar noticiário muito interessa. Mormente quando o ex-presidente se afirma como grande liderança mundial, não só brasileira.

A dor de cotovelo tem suas razões: quem do PSDB, do DEM, do PPS, do PMDB etc. etc. etc. é aplaudido lá fora como o Lula? E o pior: Lula recebe o dobro de FHC por palestra.

No fundo, no fundo – como diria Tormeza – o que move a turma é a inveja.

Inclusive do legado político-eleitoral do ex-presidente.



O macaco tá certo!
Personagens televisivo-humorísticos, na Globo de outros(?) tempos, envolviam-se em diálogo concluído com a expressão "O macaco está certo!". 

Dizia respeito àquilo que não percebíamos mas traduzia a verdade real.

Lembramo-nos dos tempos de antanho  não tão antanhos  levando em conta o dito por Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, diante das permanentes tentativas de vincular a pessoa do ex-presidente a algum escândalo, especialmente o que permita algemar Lula no dia da Proclamação da República, da Independência etc. etc. etc.

Disse Okamoto, diante da CPI para a qual fora convocado:

— Há uma tentativa clara de criminalizar o PT— referindo-se às denúncias de recebimento de propina pelo partido durante a Operação Lava-Jato: — Parece que só o PT arrecadou. Por que, para arrecadar, só o PT teria de ter cometido malfeitos?

Naturalmente  como já o disse Lula, ironizando  o PSDB, o DEM, o PPS, o PMDB e quejandos arrecadam dinheiro para suas campanhas fazendo quermesses.

O macaco Okamoto tá certo!

Com os fundilhos de fora
O Catão senador Aécio Neves – que age como presidente eleito, que pelas circunstâncias de um golpe tentado e frustrado ainda não tomou posse – como mineiro, onde a religiosidade é marca cultural, deve mandar celebrar missas e cultos diariamente, desde que Alberto Yousseff o citou em delação premiada durante depoimento na Lava Jato de Moro, afirmando-o beneficiário de recursos oriundos do esquema de Furnas (dinheiro público), em módicas parcelas variáveis entre 100 e 120 mil dólares mensais.

Com os fundilhos de fora (até agora misteriosamente protegidos) corre o risco de alguém se apropriar do aeroporto.

Idade Média
A imunidade tributária de que gozam os templos (hoje, de qualquer culto) – insculpida no art. 150, VI, “b”, § 4º, da Constituição Federal – tem raízes em tempos pretéritos, em muito acentuada na Idade Média. Desde os tempos em que os que dominavam o universo da espiritualidade (mesmo a primitiva) se fizeram essenciais ao exercício do poder. 

Roma os insculpiu no contexto de religião do Estado no séc. IV d.C.

Querem ampliá-la agora. Não enfrentemos o oportunismo de uma Câmara Federal ampliada em sua representação evangélica.

Mas fiquemos com a dura realidade de até onde a imunidade contribui para a sociedade.

Abril despedaçada 
Não estamos a feminilizar o filme de igual título, dirigido por Walter Salles. Mas de observar a situação da editora de igual nome (http://jornalggn.com.br/noticia/por-tras-da-reestruturacao-da-abril).

A salvação  através da existência da Veja no currículo da Abril  passa por duas eleições: a manutenção do tucanato em São Paulo e da derrota do PT em 2018.



GS
Não temos informações da participação de Geraldo Simões em eventos do PT baiano ou itabunense.

Fogo amigo
Estranha a intenção ‘informativa’ de um blog regional a partir do quanto publicado no Diário Oficial do Estado em relação à aprovação de contas de uma ex-dirigente da DIREC-Itabuna e a desaprovação daquela que a sucedeu.

Somente entenderá o que perceber quem exonerou àquela e nomeou estoutra. 


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