domingo, 21 de junho de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Explicando o mundo
Não só classes em dimensão econômica. Também em gênero etc. A leitura de Domenico Losurdo para a “luta de classes” refletida em Karl Marx ultrapassa a relação de conflito burguesia-proletariado. O racial, entre outros – pontua o sociólogo italiano – norteou parte da história do séc. XX. Assim – ainda observa – a flagrante tentativa da Alemanha e do Japão – na primeira metade do século passado – de desenvolverem um processo contemporâneo de escravidão nada mais foi que reflexo de uma ancestral luta de classes.

A atualidade do conceito marxista leva-o a dele se utilizar para analisar os fatos da história contemporânea. Historiador da Filosofia e professor emérito da Universidade de Ursino, na Itália, este outro Domenico (o outro, De Masi) esteve em São Paulo para um seminário (Cidades Rebeldes) e lançamento do seu Luta de Classes, pela Editora Boitempo, como registrado na entrevista concedida a Claudio Bernabucci (revista Carta Capital), onde destacou a ascensão dos emergentes e uma singular observação: "Afirmar que na China o capitalismo venceu para sempre é uma colossal besteira".

Vemos razão na afirmação de Losurdo. Afinal  partindo-se do como observa Naomir Chomsky  nestes tempos em que as corporações dominam o Estado/Nação há em curso um avassalador domínio de uma corporação chamada China. Que se utiliza do Estado e dos recursos privados para seu projeto hegemônico.

E lá não há propósito capitalista além do asseguramento desta hegemonia.

Hermanos em último
Britânicos em primeiro seguidos de suíços, belgas, austríacos e dinamarqueses. Os argentinos, por se recusarem a cumprir as exigências do Concurso Mundial de Churrasco, realizado na Suécia  uma delas o uso do molho barbecue, depois de haverem exigido assar no chão em vez de na churrasqueira  levou-os ao último lugar (do G1  Argentinos ficam em último em concurso mundial de churrasco).

Ainda que os brasileiros não tenham participado  e que possam gozar com o alheio  não deixa de ser estranho que a Europa queira dar lições ao modo de churrascar que torna o argentino uma referência internacional em qualidade.



Uma questão de empatia
O ridículo a que se expuseram parlamentares brasileiros capitaneados por Aécio Neves só pode ser compreendido como uma questão de empatia e afinidade: os discursos da direita venezuelana são os mesmos da brasileira. Ou seja, simplesmente derrubar governos democraticamente eleitos.

Por outro lado, o alardeado apoio não passa – pura e simplesmente – de intervenção de um país em outro, o que fere o princípio da autodeterminação dos povos, do qual o Brasil (que Aécio desconhece) é subscritor.

O ridículo a que chegou Aécio e comandados leva-nos à conclusão de que efetivamente não temos oposição, e sim fantocheiros.

Como política um desastre, como realidade um ato de comicidade ridícula. E politicamente irresponsável. Uma inconsequente conduta pondo em risco o comércio exterior do Brasil, a teor do observado por Helena Stephanowitz, na RBA aqui  

Coisa de desesperado. Tanto que a resposta logo veio do PSDB de São Paulo: Alckmin para presidente.

Em fuga I
Dirão os acólitos que não. Mas, na verdade, Aécio e turma amarelaram, sob liderança do mineiro. A invasão promovida deu com os burros n’água. Talvez não, caso entendamos que o objetivo estava em criar factóides para o consumo interno.

Na terra do bolivarianismo – homenagem ao libertador Simon Bolívar – Aécio e turma não passavam de invasores. Exercitaram a provocação e não aguentaram o tranco.

O pastelão do cinema reeditado de forma medíocre. Ao ‘exército de Brancaleone’ aeciano faltou Mauro Monicelli. 

Não faltou Aroeira.



Em fuga II
A propósito da provocação bem acentuou Fernando Morais, a partir do 2:40 minuto do vídeo:

“Em oito anos como deputado federal, um deles como presidente da Câmara, oito anos como senador, oito anos como governador de Minas, [Aécio Neves] nunca abriu a boca para defender direitos humanos em parte alguma do planeta. Nunca falou sobre a prisão de Guantánamo, onde estão quase 900 afegãos e iraquianos, há 13 anos, sem nenhum processo judicial e submetidos a torturas brutais”, questionou.

“O que se vê é uma provocação política. Não sou do PT, do partido que está no governo, não estou aqui por uma questão partidária, mas para denunciar uma provocação diplomática de um grupo de senadores de direita contra a Venezuela”, disse. “Esta visita é uma provocação política não apenas contra a Venezuela, mas contra o governo do Brasil. Aécio disse muito claramente ‘estamos fazendo aquilo que não fez o governo brasileiro’. Ele tem que por na cabeça que perdeu as eleições, a política externa brasileira quem determina é a presidenta da República, Dilma Rousseff.”



Estratégia I
Houve quem imaginasse que a liderança de Aécio no comando da tropa a Venezuela estivesse na mesma dimensão de sua atuação aqui: comando de panelaço.

Estratégia II
De um gozador, na rede: “Sem Neymar, Brasil vai atacar a Venezuela com Aécio Neves”.

Estratégia III
Há quem afirme que o próximo passo de Aécio (especialmente depois da iniciativa do PSDB paulista lançar Alckmin para 2018) será participar de um filme de espionagem ou aventura.

Apenas faltar-lhe-á talento para Intriga Internacional. Nem mesmo para O Incrível Exército de Brancaleone.

Não aguentou
A senadora Lúcia Vânia deixou o PSDB (Do Congresso em Foco). Não suportou a fúria do debate oposição x situação. Em seu pronunciamento, no Senado, afirmou:

 “Saio em busca de um novo espaço que me traga motivação, uma nova compreensão deste momento ímpar que vivenciamos no país. Não acredito em uma oposição movida a ódio. Na minha visão, esse confronto que se estabeleceu no Congresso Nacional entre situação e oposição para dar resposta a uma sociedade órfã de lideranças é simplesmente irracional. O nosso papel, mais do que nunca, precisa ser de equilíbrio e sensatez sem, contudo, deixar de condenar os desvios, a má gestão, o descompromisso com o dinheiro público. Mas isso deve ser feito com a preocupação de oferecer alternativas e reavivar esperanças. Saio em busca dessa utopia”.

Temos que a senadora busca fugir das salivadas e gosmadas dos que discursam como cães raivosos ou com olhares que referenciam aquele coro entoado no Mineirão no jogo Brasil x Argentina da Copa América em 2007.

Insensatez ou insanidade
Circula documentário sobre as idéias de Chomsky na rede. Vejo-o mais amiudamente na programação do CurtaTV ou do CineBrasilTV. Em relação ao que ora ocorre no país da Lava Jato de Moro o considerado por Chomsky como limites do Estado/Nação – muito mais controlados pelas corporações do que pode imaginar o vil mortal que aplaude Moro e quejandos – leva à insensatez de promoção (em nome do combate ao crime) para destruir as corporações nacionais, que levaram décadas para firmar-se no mercado interno e externo.

O capitalismo se fez concentrando riqueza – extraída da força de trabalho – em mãos das corporações contemporâneas (que substituíram aquelas, de natureza burguesa dos primórdios da experiência capitalista). E em torno delas os países trabalham e por eles são defendidas em seus interesses. 

Justamente porque são elas que sustentam o Estado gerando empregos e assegurando a arrecadação de impostos.

Nossas empresas pagam impostos, geram emprego, exportam serviços e bens. Abusos e violações à legislação devem ser punidos sem quebrá-las, porque quebrando-as quebra-se, de roldão, o país.

Reside aí – muito provavelmente – a insanidade decorrente da insensatez.

E, por mais que pareça ativismo, não está descartada a finalidade político-eleitoral. 

Haja vista os atingidos pela seletividade, quando se trata de partidos políticos

Insanidade ou insensatez
Ao falarmos de corporações, temos hoje no Brasil – como interpretação do fortalecimento do Estado Democrático – o surgimento de corporações funcionais no interior do Estado que as sustenta. Formam-se castas no contexto do Estado, não só com remunerações que mais se constituem ofensa aos demais estamentos sociais, abonadas com vantagens absurdas, caso comparadas a idênticas atividades em países outros.

O país lhes paga. E muitos deles – que em concursos não são avaliados em História, Geografia, Sociologia, Filosofia, Antropologia, Economia Política etc., muito menos em Geopolítica – não se preocupam com as conseqüências.

Afinal, o seu dinheiro cai sagradamente na conta bancária. Diferentemente daquele que sobrevive dependendo do trabalho que presta às empresas.

E por falar em insanidade ou insensatez
Apropriado às considerações acima o pontuado por Mauro Santayana, extraído de A EMENDA E O SONETO  

   
Como mostrou a Suíça, no caso do HSBC, não se pode exagerar na dose para não matar o paciente, ou as galinhas de ovos de ouro, de uma economia, com a desculpa de desinfetar o galinheiro. Por lá, o segundo maior banco do mundo, envolvido em um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo milhares de clientes, pagou uma multa que não chega a 500 milhões de reais e encerrou-se o assunto.
Uma soma que é uma fração dos bilhões de reais em multas e subjetivas indenizações por “danos morais” que o MP quer impor a construtoras brasileiras muito menores que o HSBC, e uma quantia irrisória frente às gravíssimas, irreparáveis, consequências, que essa decisão que pretende ser exemplarmente punitiva pode provocar no mercado brasileiro de engenharia e de infraestrutura.

Boechat x Malafaia
Há evangélicos e evangélicos. Mesmo diria – lembrando de tempos pretéritos – há evangélicos e crentes, considerando como eram citados os que professavam o protestantismo, se consideramos o evangelismo corrente como uma vertente do protestantismo clássico em razão dos métodos utilizados por alguns para arrebanhar adeptos/fiéis, onde o despojamento dos próprios bens materiais são a prova e melhor expressão da conversão. Não mais o dízimo basta, mas a expropriação.

Sob essa vertente – a exploração da fé para enriquecimento pessoal, forma contemporânea de pirataria – o confronto Boechat x Malafaia poderia gerar o debate que levaria a sociedade a perceber a diferença entre algumas ‘igrejas’ protestantes (tipo as de Malafaia e quejandos) e as tradicionais (batista, presbiteriana etc.).

Boechat x Malafaia

Alguns estão entendendo que neste debate o Malafaia ficou enROLAdo.


Da série perguntar não ofende
O articulista Ricardo Melo, na terça 16 (Estupro constitucional) trouxe à baila um questionamento que deveria ser elementar, na análise (que não ocorre) de parcela considerável da imprensa:

ONDE ESTÁ O LADRÃO

A tentativa de liquidar antecipadamente a candidatura de Lula em 2018 tem proporcionado momentos hilários.

O instituto criado pelo petista é "acusado" de receber dinheiro da empreiteira Camargo Corrêa. Aí surge uma reportagem de anos atrás, da revista "Época", descrevendo como FHC arrumou seu futuro ainda no governo, passando o chapéu num jantar no Alvorada com figuras carimbadas do PIB nacional.

Duas questões. A primeira: a qual político influente a Camargo Corrêa e outras empreiteiras não doaram dinheiro neste país?


A segunda: você conhece algum ex-presidente, mesmo fracassado, que não cobra por palestras após o fim do mandato? 

Da redação do blog: interessante perguntar a quem alude o articulista da Folha quando expressa "...ex-presidente, mesmo fracassado".

Solla
O deputado baiano tem sido  observação pessoal  o melhor defensor do Governo na Câmara dos deputados, considerando sua atuação na CPI da Petrobras.

Madrugando
O escriba na Los Pampas, ouvindo Silvano e Carla, na quinta 18.

Não tardou descobrir que o espaço de festas da casa estava disponibilizado para gente que secretaria o Município de Itabuna. Em campanha.

Não sabemos quem pagou a conta: se o próprio, se a viúva ou se os "amigos".

Ficou-nos a certeza de que estamos assistindo a campanha de vereador mais cara da história de Itabuna.

Um mestre no São João
Em tempos de fogueira uma tradicional peça do clássico nordestino na leitura de Aderbal Duarte.

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