DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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A
foto fala
Retrato de a quantas anda o preconceito contra imigrantes na Europa,
berço da Civilização Ocidental. A postura xenófoba – praticada como política de
Estado ao tempo de Esparta – tornou-se câncer da contemporaneidade européia.
A
repórter cinegrafista não se bastou em gravar a cena de um imigrante
tentando alcançar o território húngaro, após romper a barreira policial de
fronteira. Intervém, expondo a sua índole, e passa uma rasteira no pai – que
carrega um filho nos braços – derrubando-os. Até crianças a ‘heroína’ andou chutando.
A
foto fala.
Aproveitando para produzir as cenas para o programa da Sherazade.
Refugiados
Ainda
que tenham sido tomadas algumas iniciativas – tênues – a situação de refugiados clama por uma
solução. Que começa pela supressão de bombardeios sobre populações civis, uma
vez que os povos estão fugindo de guerras.
Insensatez
Tendem a denominar as Olimpíadas da Coreia do Sul como "Olimpíadas Verdes".
Para dar lugar às instalações de uma pista de esqui estão destruindo uma reserva florestal com indivíduos de 500 anos, como denuncia o avaaz. Com o singular detalhe de nela haver quatro espécies em extinção.
Entre a suspeita e o indício
Suspeitar
demanda a certeza de algo por provar. A existência de indícios e não de
presunção. A denominada justa causa exige, pelo menos, sinais evidentes da
prática ilícita.
Em
Itabuna – em tempos pretéritos – um titular do Ministério Público Estadual
desenvolveu a figura do ‘inquérito civil preventivo’, contra o então gestor
municipal, através do qual buscava as provas que não tinha. Fazia-o – aí o
absurdo – sem que mesmo houvesse uma denúncia qualquer, ainda que anônima. Fez
escola.
Um
delegado federal presume – ainda que afirme não existir provas – que o
ex-presidente Lula tenha sido beneficiado pelo esquema de propina da Petrobras.
Para tanto, pede que seja ouvido.
Ou
seja, como no precedente itabunense, não tem provas e deseja que aquele a quem
pretende acusar/indiciar confesse que cometeu ilícito.
A sua atuação tenderia a fazer sucesso. Afinal entre a suspeita pura e simples e o indício o segundo sinaliza para o sucesso. Basta seguir o dinheiro, a partir de sua origem.
Preocupante
A
Folha, nesta sexta 11, especulou em torno da saída de Aloísio Mercadante da chefia da Casa Civil. O
Planalto desmentiu veementemente.
O
desmentido preocupa.
Na frigideira
Como manteiga posta em frigideira quente a audiência da TV Globo vai contabilizando reveses. Sinais de grave doença na outrora imbatível platinada.
O
futebol sempre foi o carro-chefe da Globo. Na terça – ainda que transmitindo
jogo da seleção brasileiro – pouco ultrapassou os 24 pontos. Em 0,1.
A
coisa não anda boa. A audiência está – literalmente – derretendo, como vaselina posta ao sol. Que o diga a audiência do Jornal Nacional, na quinta 10 e seus 23,1... Uma novela da Record já alcança 18 pontos. Coisa inimaginável em tempos não
distantes.
E
vem gente dizer que o Netflix já ocupa mais de 5 horas do brasileiro por
semana.
Nem
assim!
O
Ministério Público de São Paulo pede a devolução de 1 bilhão de reais,
desviados do escândalo de trens e metrô paulistanos. Busca as empresas. Foge, no entanto –
como o Diabo da cruz – de citar os responsáveis nos governos de José Serra e Geraldo
Alckmin pela falcatrua.
Os
fatos vão se avolumando. Materializam fortes indícios de prática criminosa a
confirmar o que anda denunciado. Mas a defesa “branca” do tucanato permanece
afoita.
Por
essas e outras alguém na rede (Totonho) pinçou o seguinte, parodiando a oposição
a Getúlio Vargas em 1950: “Tucano não pode ser denunciado, se for, não
pode ser investigado, se for, não pode ser julgado, se for, não pode ser
condenado. Com a palavra, começando pela letra A, Azeredo, Aécio, Anastasia,
Aloysio e Alckmin."
Deboche
Deboche
O
ministro Gilmar Mendes, no dia imediato em que a Câmara aprovou o financiamento
empresarial e privado para campanhas político-eleitorais, devolveu o processo
que guardava desde abril de 2014, quando já derrotado por 6 x 1.
Como
devolveu no imediato, tem-se que seu voto já estava definido. Apenas segurava-o
para fazer política partidária, já que quem defende tal financiamento mais está
nas fileiras do ideologismo político de Sua Excelência.
No
mínimo, um deboche.
Temos que, muito
a propósito, o artigo “Judicatura e dever de recato”, do ministro Ricardo
Lewandovsky na Folha de São Paulo – aqui disponibilizado através do Conversa
Afiada, enfrenta o deboche, ao concluir:
“O
protagonismo extramuros, criticável em qualquer circunstância, torna-se ainda
mais nefasto quando tem o potencial de cercear direitos fundamentais, favorecer
correntes políticas, provocar abalos na economia ou desestabilizar as
instituições, ainda que inspirado na melhor das intenções.
Por isso, posturas extravagantes ou ideologicamente matizadas são repudiadas pela comunidade jurídica, bem assim pela opinião pública esclarecida, que enxerga nelas um grave risco à democracia.”
Por isso, posturas extravagantes ou ideologicamente matizadas são repudiadas pela comunidade jurídica, bem assim pela opinião pública esclarecida, que enxerga nelas um grave risco à democracia.”
Hecatombe
Uma agência de risco rebaixou a nota do Brasil. Uma parcela considerável de economistas – do nível 'cabeças de planilha' como já os nominou Luiz Nassif em livro – fez a festa. Para eles festa é o caos para qualquer um que não leia em suas cartilhas.
A propósito, do mesmo Luiz Nassif, um artigo (Para entender a lógica da S&P aqui) delimita com precisão a 'disputa entre o rentistas e a economia re real: "A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos."
Posto em evidência que há interesses em jogo (no caso, dos rentistas) cabe avaliar a efetiva repercussão e a credibilidade da fonte em relação à economia brasileira.
Para tanto, alguns rodapés como pinceladas:
Quem é a S&P
A indigitada figura acaba de ser condenada a pagar pelos prejuízos causados por suas 'avaliações' e 'orientações' no escândalo das bolhas de subprime de 2007/2008.
Ou seja, pagou porque errou dolosamente, por fraude, enganando os investidores. E errou em favor de quem? Dos rentistas, naturalmente.
Por afirmar a qualidade do 'investimento' no subprime pagará US$ 1,37 bilhão ao governo e, por enquanto, outros US$ 125 milhões a fundos de pensão da Califórnia.
Unanimidade
Afastada a 'unanimidade' de economistas em defesa do rentismo – ou seja, aquela que vê no sistema financeiro a solução para o planeta – o fato concreto sustenta a certeza de uma tentativa de ataque especulativo contra o país.
Para uma parcela de economistas outros aqui a S&P errou ao rebaixar a nota do Brasil.
Uma agência de risco rebaixou a nota do Brasil. Uma parcela considerável de economistas – do nível 'cabeças de planilha' como já os nominou Luiz Nassif em livro – fez a festa. Para eles festa é o caos para qualquer um que não leia em suas cartilhas.
A propósito, do mesmo Luiz Nassif, um artigo (Para entender a lógica da S&P aqui) delimita com precisão a 'disputa entre o rentistas e a economia re real: "A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos."
Posto em evidência que há interesses em jogo (no caso, dos rentistas) cabe avaliar a efetiva repercussão e a credibilidade da fonte em relação à economia brasileira.
Para tanto, alguns rodapés como pinceladas:
Quem é a S&P
A indigitada figura acaba de ser condenada a pagar pelos prejuízos causados por suas 'avaliações' e 'orientações' no escândalo das bolhas de subprime de 2007/2008.
Ou seja, pagou porque errou dolosamente, por fraude, enganando os investidores. E errou em favor de quem? Dos rentistas, naturalmente.
Por afirmar a qualidade do 'investimento' no subprime pagará US$ 1,37 bilhão ao governo e, por enquanto, outros US$ 125 milhões a fundos de pensão da Califórnia.
Unanimidade
Afastada a 'unanimidade' de economistas em defesa do rentismo – ou seja, aquela que vê no sistema financeiro a solução para o planeta – o fato concreto sustenta a certeza de uma tentativa de ataque especulativo contra o país.
Para uma parcela de economistas outros aqui a S&P errou ao rebaixar a nota do Brasil.
A realidade
A situação do Brasil – ainda que no contexto de uma economia mundial claudicante – não se apresenta nos moldes que justifique o rebaixamento. Afinal, o país tem cumprido todas as obrigações contraídas, tem reservas consideráveis em dólares etc. etc.
O que há – como observa Moniz Bandeira aqui – é um jogo complexo, por onde transitam os interesses mais vários, inclusive em dimensão geopolítica (Brasil e Brics etc.), onde presentes interesses econômicos e políticos dos EUA.
Traque
Bombinha
de bater. Esta a dimensão do rebaixamento do Brasil para a S&P. Veja o leitor,
por exemplo, a repercussão em relação a Petrobras aqui.
Nenhuma, além da especulação
em si, que ocorre porque o sistema financeiro está fundado no capitalismo
não-produtivo, o de especulação. A quem servem as agências de risco.
Avaliação
Estando elas, as agências de risco, a serviço do sistema financeiro especulativo reta perguntar-lhes: como estão os EUA, a França, a Espenha, a Itália etc. etc.?
Como observou Lula, em fala na Argentina:
— Eu fico pensando: é engraçado, como é que eles têm facilidade para tomar medidas quando a dor de barriga é na América Latina. Ou seja, todo mundo sabe quantos países da Europa estão quebrados e eles não têm coragem de diminuir o “investment grade” de nenhum país.
Detalhe
O rebaixamento do investment grade brasileiro pela S&P torna-o, ainda, neste período Dilma mais alto que no período Lula e muito mais que no de FHC (que por três vezes foi com a cuia na mão em busca do FMI).
Enquanto isso
Investimento anda no passo ansiado. Mesmo que sob política econômica a serviço da especulação.
Que o digam a Transnordestina e a Transposição do São Francisco.
Geraldo Vandré
Nestes tempos bisonhos, de sonho nenhum, de gritos vazios, de festa sob incelência, não custa trazer à lembrança um sonhador em termos outros.
Geraldo Vandré hoje completa 80 anos. Dos cantos tantos – inclusive com o baiano de Ubaitaba Fernando Lona – escolhemos "Disparada". Aqui trazida a partir do instante em que colheu as flores de um outro público, de outras ideias, sonhos e compromissos.
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