DE RODAPÉS E DE ACHADOS
___________________
Lições
O papa Francisco foi ovacionado no Congresso dos Estados. Caso aqui, corria o risco de ser vaiado. Tudo o que disse incomoda. Lá e cá. A diferença é que lá aprenderam a respeitar autoridades. Ainda que da Igreja.
A sua presença em território estadunidense foi marcada por pronunciamentos que bem definem o caráter e a personalidade de seu papado.
No Congresso dos EUA – a primeira fala de um papa em sessão conjunta na história daquela casa – exaltou os exemplos de Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton, ilustrados por Francisco como a grande herança cultural americana.
A significação de sua fala ao Congresso reside no fato de lembrar Lincoln como aquele que "dignificou a liberdade", Luther King como mártir em defesa da "pluralidade", Dorothy Day (ativista social anarquista, comunista e católica) por sua luta pela justiça social e pela defesa dos oprimidos e Merton (monge trapista no Kentucky) como o teólogo "do diálogo, voltado para Deus".
Na ONU praticamente convocou à união contra o sistema financeiro (para o qual cobrou regulação mundial) e por mudanças na gestão econômica mundial, que denominou de "irresponsável" (por ser guiada pela ambição e pela riqueza), invocou o combate à exclusão social e defendeu a eliminação da pobreza extrema no planeta e a sustentabilidade das ações, em todos os níveis, em defesa do meio ambiente.
Em meio à representação de muitos que sustentam o "Picnic de Abutres" deixou um recado duro, um chamamento para uma 'conversão' em defesa do planeta e de sua gente.
Foto de Tony Gentile/Reuters |
Ganhadores do Prêmio Nobel, George Akerlof e
Robert Shiller afirmam, em seu novo livro "Phising for Phools", que
"mercados competitivos, por sua própria natureza, produzem engano e
trapaça". (Transcrito do GGN aqui).
Caso
tivessem vivido no Chile de Pinochet, na Argentina, de Videla, no Brasil da
ditadura estariam com os dias contados. Certamente seriam tachados de comunistas
e – caso escapassem da eliminação – conheceriam a leveza de tratamento nos
porões, brincariam na cadeira do dragão e no pau-de-arara.
Os limites da crise
Em defesa da saúde do leitor disponibilizamos os dados de agosto publicados pelo IBGE sobre desocupação e renda, comparativos a 1 ano. aqui
É o meio que encontramos para evitar o estressamento imposto pelo sistema midiático capitaneado pela Globo.
Para turma estamos no limiar da hecatombe. Para o IBGE...
E o apagão?
Fernando Brito, no Tijolaço, ironiza a imprensa que só vê o de ruim no país. E o faz pelo viés da produção de energia por hidrelétricas (temos hoje 7% a mais nos reservatórios que no mesmo período do ano passado), anunciada como à beira do precipício em níveis assemelhados àquele de FHC em 2001/2002.
Melhor lê-lo aqui
Falando para quem não entende
FHC
anda se aproveitando do apoio incondicional que dispõe na mídia (a seu serviço)
e dana a falar. Agora sobre o dólar.
Esquece de fazer contas (por
conveniência) entre períodos (incluindo o governou o país) aplicando a inflação entre eles, tanto a que afeta o real como a do dólar.
A propósito, a análise de Luiz Nassif sobre o tema aqui,
"Efetuando essas contas, chega-se à conclusão de que o dólar a R$ 4,00 em setembro de 2015 tem o mesmo valor real do dólar de R$ 0,85 em setembro de 1994, isto é, após a apreciação de 15% imposta pelo real.
O alarido atual é ridículo. Em outubro de 2002, configurada a vitória de Lula, o valor efetivo do dólar equivalia a um dólar atual na casa dos R$ 8,76.
Em janeiro de 1999, a maxidesvalorização jogou o dólar para o equivalente a R$ 4,37 de agora."
Alguns especialistas entendem que a atual situação do câmbio reside em fatores mais 'políticos' que econômico/cambiais aqui
A
caminho dos 75
Na quarta 23 a Câmara Federal aprovou a revisão da compulsória, agora estendida a todos os servidores públicos federais, estaduais e municipais.
Acatou a emenda do senador José Serra à denominada 'PEC da bengala', que alcançava apenas magistrados de cortes superiores e Tribunais de Contas.
Nada
mau
Dentre
os ‘catões da moralidade’ tupiniquim o senador Agripino Maia (RN). Que acaba de
ser beneficiado pelo efeito retroativo a 1987 de lei estadual que ampara
ex-governadores com sinecura de R$ 30.400,00 mensais, em valores de hoje, pelo
exercício do mandato de governar por oito anos (1983-1987 e 1991-1995). AQUI
Considerando
o discurso de moralidade com que se apresenta há quem aguarde a recusa do senador em
receber a pensão vitalícia.
Moralidade
é isso! I
Primo
de Aécio tornou-se tesoureiro de sua campanha à presidência da república, ainda
que exercendo função na Cemig, como denuncia o 'blog da Elena' na RBA aqui.
Por mera coincidência uma empresa fornecedora da
mesma Cemig ‘emprestou’ imóvel para a tesouraria da campanha tucana.
Claro que
a doação desta empresa de 200 mil para o tucano não vem ao caso –
como diria o juiz Sérgio Moro.
Ainda que depois de um aditivo ao contrato, em 2013,
que o ampliou em 500 mil.
Moralidade
é isso! II
Mais
de um ano ocupando o avião para viagens ao Rio de Janeiro, Búzios, Angra dos Reis...
Eis o carioca Aécio Neves, enquanto governador Minas Gerais, que só com o avião do Governo de Minas, fez 124 viagens (sem falar nos voos fretados), como diz Jânio de Freitas, aqui disponibilizado através do Conversa Afiada. aqui
A
resposta que Moro não dá
A
Operação Lava Jato, nas mãos do juiz Sérgio Moro, concentra
investigações que – até o advento de decisão recente do STF – alcançam
desdobramentos (ainda que desvinculados objetivamente) de corrupção em alguns
escalões da Petrobras.
As empreiteiras são – em todos os caos – o elo comum. O
ponto comum da unidade – sabido e consabido – está concentrado nas
empreiteiras, seu modus operandi para subornos e financiamento de campanhas eleitorais.
A
vontade da sociedade é ver a corrupção extinta (pelo menos temos o direito à
utopia) na terra brasilis. O que significa afastar TODOS os que nela se vejam
envolvidos.
Como
todos os que falaram a Moro abordam a universalidade de propina para quase a totalidade
de partidos políticos a resposta que Sérgio Moro nega à sociedade é por que não
inclui os tucanos em suas apurações/julgamentos/vazamentos.
Cadáver
insepulto
Youssef
– em mais de uma oportunidade – já afirmou que Aécio Neves recebia dinheiro
desviado de Furnas (mas, não vem ao caso); a UTC deu mais dinheiro à campanha
de Aécio do que à de Dilma (mas, não vem ao caso); o rodoanel de São Paulo,
assim como trens e metrô, tudo através das mesmas empreiteiras (mas, não vem ao
caso).
Resta
indagar se o cadáver (tucano) escondido na sala o ficará para sempre.
Ainda que
‘não venha ao caso’.
A confirmar
Caminha
para ficar isolado Eduardo Cunha. As últimas manobras políticas demonstram
isso. Aguarda-se a nomeação ou não de indicado de Cunha para a pasta da Saúde.
Definirá a dimensão do isolamento.
‘Jurista
de twitter’
Que
crueldade a de Fernando Brito no Tijolaço aqui. Admoestou o juiz Sérgio Moro a se
olhar naquele “recentíssimo exemplo de esquecimento que se reserva aos que se
aspiraram ser heróis assim” na recente “história judicial brasileira”.
A
quem se referia Brito? A “Joaquim Barbosa, reduzido a jurista de Twitter, tão
apagado agora quanto brilhante quando tinha serventia aos deuses.”
Durma
com essa!
“O
país da piada pronta”, como define José Simão o Brasil.
Denúncias afirmam que Eduardo Cunha dava a palavra final na Petrobras.
E é ele quem
dará a palavra final nos pedidos de impeachment.
Piada
A
premiação da gestão Alckmin por sua "gestão" dos recursos hídricos em São Paulo. Ainda que tenha transferido o semi-árido nordestino para a grande São Paulo.
O
governador, em sua modéstia, diz que o prêmio é merecido.
Há
quem ansiosamente aguarde a correção de injustiças como negar a Bolsonaro
prêmios por defesa dos Direitos Humanos em favor da mulher ou mesmo o Nobel da
Paz, e ao casal Nardoni o de Proteção à infância.
Quem sabe a Abdelmassih o de
Ética Médica.
Homens
de negócio I
O
verbete “homens de negócio” no “Millôr Definitivo – A Bíblia do Caos”
(L&PM Pocket; 2005), de Millôr Fernandes, assim declina na página 274:
“Ali
estão eles reunidos, naquela mesa farta, todos bem vestidos, falando uma
linguagem delicada e civilizada. E cada um sabe que o outro quer arrancar-lhe o
fígado e sorri, e, enquanto sorri, o primeiro tenta apunhalar pelas costas o
segundo, que sorri, e, enquanto sorri, derrama tranquilamente veneno no vinho
do terceiro, que sorri, e, enquanto sorri, morde e come um pedaço da orelha do
quarto, que gargalha, e, enquanto gargalha, derrama ácido nos olhos do quinto,
que está ao seu lado: são apenas homens de negócio”.
Alguma
semelhança com a (re)arrumação ministerial é mera coincidência.
Homens
de negócio II
Na (re)arrumação ministerial o ‘aliado’ PMDB cobra mais ministérios. Que deverão ser ocupados por indicações do partido. Não necessariamente de técnicos, mas de políticos.
O maior orçamento da República – a Saúde – perderá Chioro (ainda que dezenas de moções das mais variadas entidades técnicas apóiem o seu trabalho).
Assim caminha este Brasil varonil.
Resta
a Presidente da República conseguir uma lanterna/lamparina e sair, como
Diógenes de Sínope, o Cínico (413-323 a.C.), à procura de quem não encontrará.
Considerando
que não vai exigir folha corrida de indicados e como não pretende renunciar é
provável que esteja buscando vacina para a peste bubônica.
Nada a declarar
Lembrar de Armando Falcão (do "nada a declarar" nos tempos em que Ministro da Justiça na ditadura) torna-se oportuno diante da declaração da nova peemedebista, Marta Suplicy, de que quer "um país livre da corrupção" e o PMDB é seu lugar.
Nada a declarar. Especialmente pelas companhias.
Nada a declarar
Lembrar de Armando Falcão (do "nada a declarar" nos tempos em que Ministro da Justiça na ditadura) torna-se oportuno diante da declaração da nova peemedebista, Marta Suplicy, de que quer "um país livre da corrupção" e o PMDB é seu lugar.
Nada a declarar. Especialmente pelas companhias.
A
rede avança
O
Brasil já supera a Europa em acesso à internet móvel. O brasileiro está ‘esquecendo’
da TV aberta.
A
inexorabilidade de afigura irreversível e se torna o grande desafio – ou
sacrifício – para a TV (aberta ou a cabo)).
O
Rede
O
ministro Gilmar Mendes não perdeu a oportunidade: em seu voto pelo deferimento do registro do partido(?)
Rede Sustentabilidade, proferiu discurso de campanha em defesa de Marina Silva.Doutor Álvaro
A instigante defesa de Álvaro Machado em torno da formação crítica de docentes para formar professores toca na ferida pouco atentada na Educação brasileira: de que está nos limites à formação de professores a mazela da sofrível educação nacional no que diz respeito ao aprendizando.
Ou seja: na ausência de uma visão crítica do professor (porque não desenvolvida na academia) parte da alienação por que passa a formação do educando.
A contribuição de Álvaro Lima Machado (ex-aluno de escola pública em Itabuna), através da Tese defendida perante banca na UNEB (onde ensina) eleva-o ao panteão dos educadores brasileiros que enxergam na formação crítica do educando (objetivo a ser alcançado) a revolução que se espera da escola brasileira.
Em síntese: não apenas ler para fazer a prova, alimentando a 'cultura da certificação'. Mas a efetiva construção da cidadania consciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário