domingo, 18 de dezembro de 2016

Os novos sinais da fome

Josué de Castro
A aprovação da ‘PEC da morte’ nos remete a buscar a estante. Em particular Josué de Castro. Nenhum brasileiro deveria desconhecer o pernambucano Josué Apolônio de Castro. Ler Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951) é o traçado para compreender a miséria no planeta e as razões por que ocorre. Nada de ‘destino’, tudo planejado. Para acontecer e onde acontecer.

As duas obras (das mais de duas dezenas das publicadas) nos foram presenteadas pelo médico Carlos Eduardo da Cruz Cabral, naquele 1973, ano em que morreu (no exílio) Josué de Castro. 

Ainda que indicado quatro vezes ao Nobel da Paz, presidido o Conselho Executivo da FAO, Embaixador brasileiro junto a ONU, premiado nos Estados Unidos (Prêmio Franklin Delano Roosevelt) e na França (Oficial da Legião de Honra) além do Prêmio Internacional da Paz, oferecido pelo Conselho Mundial da Paz, voltou ao Brasil somente depois de morto (em Paris, onde exilado), cassado pela ditadura civil-militar já no AI-1.

Depois de Lula, e as Políticas de Estado do PT para o Brasil, viver o que estamos vivendo, enxergando o caminho inverso, exige reler Josué de Castro. 

Compreendê-lo. E reagir.

Para a ONU é a “condenação das futuras gerações
Philip Alston, em entrevista a Carta Capital:nos próximos 20 anos, o governo vai gastar com políticas sociais muito menos do que gasta hoje. Isso significa que toda uma futura geração está condenada, o que é inaceitável.

OIT
Salário real perde de 6,2%. Somente em 2016.

É a projeção da Organização Internacional do Trabalho para o Brasil. As perdas, incluindo 2015, já alcançam 10%.

E a recessão apenas começou. 

Supimpa I
São Paulo terá filial de colégio de NY para filhos de milionários. Abominarão o português, idioma pátrio, certamente.

Supimpa II
A educação que sonham. Para eles.

Apenas US$ 50 mil anuais.

Pacote de sempre
Para atender aos bancos. Não há uma só das medidas que não seja para beneficiar o sistema financeiro/bancário, que já começa a sentir os efeitos da inadimplência.

Imaginar, por exemplo, que liberação de FGTS para pagar dívidas o seja para o armazém da esquina... dispensa análise sobre a sanidade mental.

Ponte para o futuro
A proposta que norteou a ascensão do interino tornado presidente está no nível da Ponte do Rio Kwai (1957), clássico do cinema. 

Tanto que sugerimos ao caríssimo leitor rever o filme, dirigido por David Lean, metaforizando na construção da ponte as conquistas obtidas pelo povo brasileiro nos últimos 14 anos e as propostas atuais naquilo que se vê na foto que ilustra o texto de Fernanda Graziela Cardoso



José Dirceu I
Lendo carta de José Dirceu ao escritor Fernando Morais, destacamos: “Delenda Rede Globo”.

Diz o senador Roberto Requião – e o repete sempre que necessário – que no início do primeiro governo Lula, em conversa com o então ministro José Dirceu, recomendou a criação de uma TV Pública para enfrentar a privada, como o fizera no Paraná quando governador. Teria dito Dirceu que era desnecessário, pois já tinha a Globo.

A dito por Dirceu encerra um capítulo comum ao PT, de profundo amadorismo: desconhecer os elementos imutáveis que alimentam a luta de classes e imaginar que ‘boas ações governamentais’ da esquerda asseguram o reconhecimento e o respeito das classes dominantes.

Certamente, para José Dirceu, mais que amargar a prisão (injusta, desde a AP-471) é saber que teve o PT tudo na mão, por 12 anos, para criar um instrumento de informação para todo o Brasil e não o fez.

José Dirceu II
Idêntica realidade o PT local viveu, amadoristicamente, na sua primeira passagem pela Prefeitura.

Geraldo Simões sabe muito bem do que ora registramos.

Incompetência petista
Outra pergunta, que Dirceu não está obrigado a responder sozinho: explicar as indicações do PT para ministros do STF. 

Anulação
A presepada copiada por Procuradores tupiniquins resultou nulidade nos Estados Unidos. 

Onde a Suprema Corte justifica o respeito que a fez Suprema.

O imparcial

Moro continua o mesmo. Contra o PT e apoiando quem possa ferrá-lo. A dispensa sponte propria de perguntas de Eduardo Cunha dirigidas ao interino tornado presidente dizem muito da imparcialidade morina, aqui analisada por Jeferson Miola.

Neurastenia
O piti de Moro com advogados de Lula pode estar no fato, concreto, de que nenhuma das testemunhas arroladas pela acusação alimentou o mínimo resquício de prova de que Lula é, era ou foi dono do tal tríplex. 

Sem elementos para condenar Lula nesse processo o Moro começa a ficar neurastênico – como chamavam os antigos às figuras destemperadas – mal classificado com o CID-10 da OMS no século XX.

Decisão sensata
Quem já viveu o constrangimento de se ver acusado por “desacato a autoridade” pode dimensionar em plenitude a decisão do STJ, que entendeu não ser crime o antes tipificado no artigo 331, do Código Penal, como registrado no GGN.

Em qualquer repartição a ameaça estatal se faz flagrante, inibindo – como supremacia – o pobre desgraçado que a procure. 

Mais se agrava conforme a natureza da repartição. Delegacia, nem pensar. 

Questionar um guarda civil, para quê? 

PT em conflito I
A possibilidade – ao que parece, concreta – de Fernando Gomes integrar um partido da base do governo estadual gerou tiroteio de Geraldo Simões contra a Direção Estadual do PT e o Secretário de Relações Institucionais Josias Gomes.

Correndo por fora Fernando Gomes dando as cartas (uma delas, não entregar a EMASA ao Estado) com o baralho seu.

Todo o conflito para fazer tremular bandeiras. Todo o PT sabe – inclusive GS – que Itabuna, como município, será o único dos cinco maiores da Bahia a integrar a reeleição de Rui Costa, caso venha a se consumar as tratativas entre FG e Governo.

PT em conflito II
A reação de Geraldo Simões apresenta uma singularidade: como detém o controle do PT no município certamente deseja participar das conversas.

Por outro lado, é público e notório, que o PT tem se utilizado de outra forma na política de alianças: traz qualquer um para o partido. O que já fez à exaustão aqui na região.

Que diferença FG integrando partido da base de sustentação ao Governo Estadual?


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