Quá-quá-quá-quá...
Empáfia
tartufista. O STF admitiu condenar o Estado a pagar indenização por preso em
cela superlotada. Considerando aquele universo beirando 700 mil somente em
penitenciárias e outros milhares em delegacias e prisões de pequenas dimensões
abre-se um filão a ser explorado por profissionais do direito e mais uma fonte
de sangria para o erário.
No
entanto deixemos de lado a superpopulação carcerária em si, detalhe de pouca
significância no contexto. Afinal, outra poderia – e certamente o seria – a situação
de barbárie por que vivemos se não vivêssemos o angustiado tema como farinha e
feijão no cotidiano dessa terra brasilis
como natural à isso que chamam de existência.
Mas,
diga o leitor se não estamos na terra da bazófia: o STF, expressão última do
Poder Judiciário (Tribunais e Varas Criminais e de Execução Penal), contributivo
– com seu Conselho Nacional de Justiça, ao qual controla – com a superpopulação
carcerária, seja-o por tolerar a manutenção em cela de presos que já cumpriram
pena pela simples (não)atuação dos juízes da execução penal, seja-o pela
exacerbação do exercitamento da prisão como solução (inclusive a provisória,
eternizada). Por tal viés quase 50% de encarcerados por lá não deviam andar.
Não
bastasse, a segregação pura e simples – em vez de aplicação de outras penas – envolvendo
inclusive crimes de menor potencial ofensivo, ou pautados na discriminação
afastada dos estudos científicos, como recolhimento de usuários de droga,
agravam a situação.
E
para coroamento: o recolhimento à prisão antes de transitada em julgado a
decisão condenatória, decisão referendada pelo dito cujo (STF).
Aí
a anedota bizarra: o Judiciário que superlota cadeias condena o Estado a
indenizar a vítima da superlotação em R$ 2 mil. (Lembrando que o dinheiro não
sairá de seus cofres). E nem comentemos a piada que é o valor arbitrado para
quem dormia com a cabeça apoiada no vaso sanitário. Esqueceram de aditar o
risco de a descarga estar com defeito (sem água mesmo!).
Ah!
Stanislaw Ponte Ponte Preta, que falta fazes! Certamente descobririas onde se
escondem as dissimulações intencionadas e nos fizesse rir apenas.
Tribunal
Constitucional
A
análise levada a termo por um anônimo no Conversa Afiada põe a nu não somente as razões por
que um Tribunal Constitucional deixou de ser criado através da CF/88 como
falecem as estruturas do atual sistema.
Temos
afirmado neste espaço que um dos grandes problemas gerados pelo concurseirismo
no Brasil reside, justamente, no fato de que as avaliações apresentam-se sob um
caráter positivista e não universalista. Assim, alguém a quem estará submetido
um caso de repercussão e desdobramentos complexos não encontra a solução ideal
porque, como julgador, desconhece fundamentos vários a que deveria estar atrelado
(mas, não está) como Geopolítica, História, Geografia, Sociologia, Economia
Política, Antropologia etc. etc.
O
exemplo mais clássico nesta contemporaneidade está no poder atribuído a um juiz
de primeiro grau, capaz de promover decisões – e não entremos aqui na dimensão
político-ideológico-partidária, onde sinais concretos há de atuação – ao
arrepio de visão/informação na História, na Economia, na Geopolítica etc. etc.
O
resultado aí está.
E
como não temos aquela Corte Constitucional o que dela se arvoram cultores,
encastelados no STF, legitimam os absurdos todos. Mormente porque ali chegaram
amparados nos mesmos vícios que construíram nossa classe dominante, onde o que
menos objetiva para ela é a construção de uma Nação, limitada que está ao puro
e simples – dos mais mesquinhos – patrimonialismo.
Não
afirmemos que do caos atual sairá algo de grandioso. Afinal, está tudo dominado
por tais classes. E a única saída – o conflito intestino – não decorrerá,
porque sobra sempre alguma coisa suficiente para calar a boca descontente,
cultora do jargão ‘meu pirão primeiro’, porque sempre haverá pirão para toda
ela. Como sempre houve.
Mas
a Criação de um Tribunal Constitucional entrando no debate – ou a ele
retornando – não deixa de ser uma luz no fim de longérrimo túnel.
Coisa que vai sendo sedimentada não só por anônimos.
Empresa
de demolição
Juca
Ferreira, ex-Ministro da Cultura, disse que a atuação do governo do interino
tornado presidente é típica de uma “empresa de demolição”.
Para tanto não se descure o desmedido apoio da gloriosa atuação de Moro e Procuradores da República a ele vinculados.
Para tanto não se descure o desmedido apoio da gloriosa atuação de Moro e Procuradores da República a ele vinculados.
E la nave va I
Mais uma da semanal desesperada, aliada de interesses variados, nada sérios. Basta seguir os passos do denunciante no Youtube (incluindo um áudio do dia 13 de fevereiro último) para perceber que não só as contradições levadas à matéria inocentam o acusado, como analisa o GGN.
No vídeo o denunciante anuncia a matéria da revista referindo-se, em mais de uma vez, a militares de alto coturno. Em nenhum instante outra referência que não seja aos militares.
Vão-se acentuando as certezas de que não dispõem de provas contra o ex-presidente Lula e constroem a ponte para condená-lo na base de uma nova espécie de domínio do fato: aquela em que suspeitos dizem e se contradizem mas falam dele como expressor de verdade iluminada por dogma de fé.
E
la nave va II
Para
nossa opinião – neste país onde se desconhece os limites entre a verdade e a
mentira, onde alguns integrantes do Ministério Público e da Magistratura
cumprem não estabelecem os limites entre a função e a opinião política – com o
grotesco em que vão ficando as acusações contra Lula em Curitiba – onde até a
testemunhas arroladas pela acusação o inocentam – a matéria da semanal
alimentará o imaginário para legitimar (na opinião pública) uma condenação de
Lula com base em nada.
Falsidade
ideológica
O
indicado pelo interino tornado presidente para o STF vem sendo acusado de
fraudar informação em seu currículo, onde apareceria como pós-doutor sem o ser.
Bobagem
dessa gente invejosa com o sucesso do rapaz! Afinal, diante da gravidade moral embutida
em sua indicação (natural ao ambiente e cultura das instituições na contemporaneidade)
não passa de insignificância.
Não
vem ao caso!
Até
Luislinda
Que
anuncia no currículo prêmio da ONU que a ONU desmente, porque nem mesmo existe.
Na esteira de outro prócer, José Serra.
Comparando
Na
falta de homens grandiosos em nacionalismo e à luz do que vem sendo posto em
prática, aceleradamente, pelo interino tornado presidente, não custaria rever
as similitudes entre os golpes de 1964 e 2016.
Ler
“Aos trancos e barrancos – Como o Brasil Deu no que Deu” (Editora Guanabara,
1985), de Darcy Ribeiro, será bom começo.
Temor
I
Suspeita
de possível delação de Sérgio Cabral envolver togados. Do STF e do STJ. Aventa Maurício
Dias, na Carta Capital.
Por
tal razão esta coluna vaticina: estarão soltos ele (Cabral) e a mulher a qualquer
instante.
Temor
II
Caminho
semelhante para Eduardo Cunha. Que insiste em querer respostas do interino
tornado presidente, blindado por Moro.
O que
está a exigir uma saída definitiva.
Não
se diga que não o é. Os sinais levados a público externo mostram o estrago que
o será para o público interno – leia-se governo do interino tornado presidente
e quejandos outros.
Soltar
Eduardo Cunha é única solução para evitar a entrega – com detalhes – do ‘chefe
maior’, beneficiário e comandante das famosas “emendas jabuti”.
Em
torno disso fervilham os corredores do STF. E o cafezinho de Suas Excelências.
A
la carte
À
escolha. Sentenças há quando envolvidos o PT e/ou Lula e outras para os
augustos guardiões da moralidade pátria.
Outra
não pode ser a jocosa crítica dos dois pesos e duas medidas, expressa em razão
do entendimento à nomeação de Moreira Franco.
Em
que pese – como já escrevemos: errado estava Gilmar Mendes (e conivente o STF)
e não Celso de Mello.
Carlos
Veloso
Nada
a comentar diante da nomeação de um ex-ministro do STF para o Ministério da
Justiça.
O
que causa espécie é a informação de que teria sido uma sugestão/recomendação de
Aécio Neves.
E
ter sido Veloso um dos pareceristas pela legitimidade da construção daquele
famoso aeroporto na fazenda de “titio Tolentino” onde o estado de Minas Gerais
torrou a bagatela de R$ 14 milhões.
Nenhuma
ilegalidade. Mas, moralmente...
Havíamos
escrito o dito acima no imediato da informação.
Neste
fim de semana o ex-ministro (responsável por conceder habeas corpus a Maluf e ao
filho, quando presos, e trocar efusivo aperto de mão com o advogado dos
indiciados) recusou a indicação.
Não
nos vem ao caso os motivos alegados por Veloso. Pesa-nos, sobremodo, aqueles de
ordem moral.
O
que assusta e ensina
Nessas
pesquisas para 2018 vão surgindo duas coisas: uma que não surpreende; outra,
surpreendente.
Não
surpreende Lula capitaneando. Até porque não lhe falta mídia – se não bastasse
ter sido presidente com reconhecível índice de aprovação – e a perseguição por
que passa (levando-o à vítima, no entender do observador diante de tanta
denúncia e nada ter sido provado até agora).
No
entanto – em que pese haver saído do armário a turma, inebriada no aroma de
1964 – uma candidatura escancaradamente reacionária estar no imaginário dos
entrevistados é sinal preocupante.
Não
porque tal não devesse ocorrer (a candidatura), mas em razão das razões que a
alimentam, contrárias – em muitos pontos de vista – aos anseios da cidadania.
Mais
sinais
O
interino tornado presidente – nenhuma novidade – foi ‘olheiro’ do consulado dos
EUA em meados dos anos 2000, denunciou – e provou – Snowden.
Agora
falam de uma Érica, ou Érika assessora da Embaixada Americana.
A
se confirmar, tudo em casa. Nós é que estamos ferrados.
Cultura
A
edição de uma das três etapas do Festival de Teatro do Interior da Bahia (apresentação
da Brasken e Ministério da Cultura) ocorreu em Itabuna, entre 15 e 18 de
fevereiro, fase para seleção de espetáculos à premiação em Salvador. Outras
duas, em março, em Juazeiro e Feira de Santana.
Um
público razoável – média em torno de um terço da capacidade do Adonias Filho –
assistiu a quatro espetáculos de grupos oriundos de Serra Grande, Vitória da
Conquista, Ibotirama e Jequié.
Punge-nos
observar que há um vazio na percepção do público itabunense. Afinal, espaço
facilmente preenchível (em torno de 500 lugares) não sê-lo em população que supera
duas centenas de milhares, onde centrado um significativo eixo de equipamentos
culturais (Academias de letras, universidades, jornais, rádios, televisão,
referência bibliográfica oriunda de autores nativos – famosos alguns – ou adotados
etc.) leva o observador s estranhar a pouca afluência aos espetáculos.
Mormente
quando o clamor – por todos os caminhos, do Buraco da Jia a Avenida Cinquentenário – gira em torno da conclusão de um
teatro de maior porte e de um centro de convenções.
Esperamos
a retomada de ocupação dos espaços culturais, dispensados nos últimos anos por
falta de políticas públicas locais.
Até
para justificar a insistente campanha pela construção dos aludidos centro e
teatro. Sob pena de se tornarem aqueles apenas equipamentos para valorização
imobiliária no seu entorno.
Por
fim – o que pode ser agravante ao dito acima – registre-se que não se pode
atribuir à iniciativa local o evento. Ou, talvez, seria uma reação.
Grosseria
Ouça
o leitor, se tiver paciência. Em tendo-a (a paciência), perdoe-nos...
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