domingo, 25 de junho de 2017

Apocalíptico

Temos trilhado por entre fábulas e saias justas, pessimismo, palhaçadas e desgoverno, buracos profundos, confissões, até pelo Latim (miserere nobis) porque o idioma pátrio já não atende aos reclamos da realidade, a tantas coisas mais, a ponto de o leitor ser chamado à conclusão muitas vezes. É que estamos num país de tristes figuras, perdido entre a verdade por ser encontrada, entre guerras e batalhas, sob o clima de rupturas, que caminha a passos largos por utopias, samaritanos, listas e venenos em meio a indigências entre dois países que não se encontram, perdidos entre remunerações e quebradeiras, escondendo em gargalhares e ironias o domínio da mesquinhez na triste sina de ser Brasil, tentando fugir dos tempos de necrológio da existência entre a tragicidade e a idiotia, caminhando para chamar Moreira César, o corta cabeças, como expressão governamental, pois este é o por vir que nos impuseram por ser esta terra o peru da vez a enganar os novos sinais da fome, as reações ou insatisfações em faniquito; afinal, o crime compensa, está demonstrado, caminhando – como caminhamos – para o começo do fim, de beiradas ou asas quebradas, pouco importa. Descendo a ladeira estamos, desde que consolidado o golpe.

De outubro/2016 a este junho que finda, os títulos (em itálico) que alimentam o parágrafo de abertura deste editorial dispensam avançar até maio daquele ano, porque nada a ser acrescentado a uma nação destruída em valores e instituições.

De lá para cá profundou-se escrever sobre o Brasil como exercício de fuga a um lugar comum: denúncias que se  sobrepõem, ilustrando a roubalheira escancarada comandada por um interino tornado presidente, anunciado como chefe de quadrilha.

Mas não reside aí a marcha dolorosa. A profunda agonia persiste porque posto o ‘chefe’ o foi para que se realizasse o butim, que se tornara não suficiente no período dos governos imediatamente anteriores. Ou, como anunciado por tal gente (santa de pau oco), porque novos atores ocupavam a cena. O detalhe, então, passa a residir na comparação entre o antes e o depois, dispensado o pós-depois (do interino).

Ainda que os atores dos desmandos, em parte considerável, agissem a partir de tempos mais imemoriais (disse-o Machado, desde 1946) buscou-se a criminalização de um bode expiatório (que deu causa por acreditar que sendo igual não seria alcançado). Ocorre que sobre o bode lançaram tudo, desde Roma. E as merrecas, em termos comparativos, tornaram-se fortunas incalculáveis, ainda que diante de bilhões santificados.

Certo que as visíveis contradições não mais enganam. Não há como acreditar que outros não sejam os motivos que sustentaram – e sustentam – o golpe.
No mais, apenas aprofundamos perdas: da identidade, dos referenciais étnicos, sociais e nacionais. Estamos vivendo a imposição de aprender a não nos conhecer. Nióbio, terras, Alcântara e a Arábia Saudita do pré-sal estão indo pelo ralo.

E já não nos basta um interino tornado presidente levando ao exterior o ridículo de sua desmoralização – e na esteira dela o Brasil – porque além da queda vem coice.

E acabamos de saber em torno do domínio que sobre nós ocorrerá através do controle da informação aprofundado em nível de globalização/neoliberalismo. A crise financeira da Globo levou-a a coadjuvância da Vice Media – deu no The Wall Stret Journal – canadense radicada nos Estados Unidos, que editora conteúdos para jovens.

O fato se encontra comentado/analisado pelo professor Pedro Augusto Pinho, no Conversa Afiada. Simplesmente apocalíptico. 

Precipitado o retorno à escravidão e ao colonialismo, que aguarda as próximas gerações.

Só nos falta Debret.

Nada mudou
Sociedade forjada à sombra da escravidão – afirma-o Jessé Souza em entrevista a Carta Capital. Autor de A Ralé Brasileira (2009), A Tolice da Inteligência Brasileira (2015) lançará A Elite do Atraso – da Escravidão à Lava Jato, analisando o comportamento brasileiro, em relação à escravidão, sob um conceito científico, para explicar o processo desenvolvido na terra brasilis, ilustrando:

“Como essa herança nunca foi refletida e criticada, continua sob outras máscaras. O ódio aos pobres é tão intenso que qualquer melhora na miséria gera reação violenta, apoiada pela mídia. É o tipo de rapina econômica de curto prazo que também reflete o mesmo padrão do escravismo.” 
Males de antes, males de hoje.

Cansativo
Não fora imperiosa necessidade de contrapor-se ao lawfare que insiste em ser Lula o dono de um apartamento no Guarujá estaríamos cansado(s) de ouvir o lenga-lenga da Lava Jato em torno do tema.

Lula não é dono versus Lula é dono, eis a questão.

Desmoralização
O país está desmoralizado perante o cenário internacional. Ninguém o respeita. Os prejuízos se avolumam. Seu Judiciário é alvo de críticas – aqui e lá fora.
Uma revista semanal – pródiga em obter vazamentos – antecipa a condenação de um juiz  a Lula em 22 anos.

Caso alguém pergunte se há prova(s) nos autos tenha a consciência de que em país desmoralizado, com juiz fazendo política partidária, prova judicial é coisa de somenos.

Ecce homo
Recebido por um vice-Primeiro-Ministro, na Rússia; um único jornalista, iniciante, acompanhndo seu discurso na Noruega (onde ouviu sobre cortes de investimentos no Brasil); recebido pelo chefe interino do Cerimonial e do comandante da base aérea local, onde anunciou que se encontraria com o “rei da Suécia”, ainda que estivesse na Noruega.

Eis o interino! Eis o homem!

Aos estudiosos
Em nós nenhuma pretensão aclamatória, mas tão somente a de disponibilizar uma peça de natureza jurídica sobre um tema que pode alcançar pessoas vizinhas bem próximas de nosso escritório, disponibilizada no Empório do Direito.

Quiá-quiá-quiá...
A gaitada – forma como dita pelo interior aquela risada gostosa e gozadora – começa a ficar desmoralizada, tanto se repetirá. 

Começa com o interino tornado presidente processando o colega de infortúnio/ladroagem Joesley Batista.

Voyerismo
De Eugênio Aragão a Dellagnol, aqui, com carinho, que anda faturando com palestras.

Confisco programado
A materializar-se a pretensão de Meirelles não tardará o confisco de parte do FGTS para garantir o pagamento aos rentistas. 

Em outras palavras: tirar do trabalhador para beneficiar a especulação financeira.

Nunca esquecemos
É pessoal, mesmo! Nunca esquecemos uma certa matéria de um esculachado grupo com programa televisivo. Nunca esquecemos a humilhação a que foi levada nossa querida Itororó em nível nacional. Nunca esquecemos da indagação naquele instante: quem pagou?

A senadora Kátia Abreu denunciava, à época, o que estava acontecendo: uma brutal concentração em detrimento dos pequenos, promovido por grandes grupos, o que viria a sacrificar, inclusive, toda a cadeia produtiva.

Itororó cometia o crime de abater entre 800 a 1.000 reses semanalmente, tirando da JBS, instalada em Itapetinga, a sanha por concentrar em suas mãos todo o abate regional e brasileiro.

Acompanhe a política de "terra arrasada" causada pela JBS, na leitura viabilizada pelo GGN.

Que atingiu Itororó.

Nenhum comentário:

Postar um comentário