O
Brasil está sem saída. Ou só tem uma saída. Sem saída, a permanecer a
degradação a que chegaram as instituições e a trágica repercussão na vida dos
brasileiros que não integram aquele diminuto percentual da classe dominante. Sob
tal condão não há pitonisa que se enfeite a prever alguma coisa para daqui a
meia hora. Dentro desse estágio a saída dos que usurparam o poder reside na sua
permanência. Até porque para isso tudo foi feito.
Para
os que afirmam só haver uma saída esta reside, pura e exclusivamente, na força
que sustenta o Estado democrático: reconhecimento/fortalecimento da classe
política com o chamamento do povo a decidir através de eleições gerais para o
Congresso Nacional e Presidente da República.
Aos
que alegam que tal iniciativa violaria a Carta Magna, nela introduzindo emenda
para que tal aconteça, a resposta reside na simples constatação: o que está aí
violou a Constituição e outra coisa não se faz nesse instante a não ser
torpedeá-la haja vista as reformas a toque de caixa sem discussão com a
sociedade.
Outrossim, somente ausência de respaldo ou legitimidade, visto que não foi esse o programa no
qual confiou/votou o eleitor em 2014.
Sustentamo-nos no fato de que o processo eleitoral pode resultar até em piora
(se a tragédia presente pode piorar ainda mais além da programada e em
andamento) porque os meios de acesso aos quadros políticos mantém-se viciados e
a política tida como vilã maior no imaginário da população não se oferta à avaliações
fora do roteiro maniqueísta.
Mas
cremos estar naquela hora em que os restantes 300 de Esparta lutam até o fim.
Claro que possível derrota na Termópolis tupiniquim não será para sempre, apenas um
passo para seguir em frente. Mas o passo que o país precisa dar... E não há
quem ande sem dar o primeiro passo.
Se
nos faltar motivo, se nos faltar esperança, se nos faltar oxigênio busquemo-los
na lembrança de um símbolo, em tempos mais complexos (ditadura), que se faz presente: a do político Teotônio Vilela (1917-1983), que
anteriormente marchara em defesa da Anistia e ao tempo das "Diretas Já!" emprestou – imortalizado por Henfil – seu manto/grito ao sonho de ver a Pátria elegendo seus dirigentes.
Saída há: Teotônio ao cubo!
Mais pior
Dentre os passos futuros, para entender porque não
bastam eleições diretas: mantido o atual sistema eleitoral o próximo Congresso
será pior – mais pior, como dizem as
crianças – que o atual.
Uma
Constituinte originária e autêntica se impõe. Não ocorrerá na forma ideal no
atual sistema.
Ainda que a crueldade deste sistema faça eleger facilmente quem queira para Senador ou
deputado: o desemprego e o subemprego tem hoje 26,5% de eleitores potenciais a
votar em quem der mais.
Dois
toques
Duas
matérias deveriam integrar o rol de leitura obrigatória. A atualidade dos temas
reflete, em muito, as razões por que passamos o que ora passamos.
Seja-o
sobre a indignidade de caráter pátrio de quem comanda a JBS (apenas um dos múltiplos exemplos), observada sob a letra fria de Perpétua Almeida e Ronaldo Carmona, seja-o na
premonitória de Fábio de Oliveira Ribeiro e a maldição do petróleo.
A
cara do cara
Empresa
investigada por uso de propina doa material para o município de São Paulo. Há mais coisa em jogo – sinaliza o GGN.
Por
mera coincidência ex-diretor da empresa é novo Secretário Municipal... para
receber doações. "Faz sentido" – diz Fernando Brito.
O
que vai em troca só Deus sabe!
Mostrando
a cara
Nosso
pessimismo para com o STF em nada mudou...
Hora
de escancarar a que vieram Alexandre de Morais, Luis Fux, Rosa Weber e Luís
Roberto Barroso.
A coluna antecipa (esperando estar errada): Aécio continuará onde e como está.
Não será acolhida a denúncia de Janot contra ele.
Apenas
3.000%
Denuncia o deputado Jorge Solla: sinais evidentes de escândalo no Ministério da Saúde.
Fiocruz vende, desde 2008, por R$ 0,17; Ministério da Saúde passa a comprar em laboratório privado por R$ 5,19.
Apenas
1.745,8%
Este
o aumento percentual na importação de combustíveis refinados. De 240 mil litros
em fevereiro para 419 milhões em abril.
Denúncia da Federação Única dos Petroleiros: a atual direção da Petrobras está sucateando o parque nacional de refino em benefício das petroleiras internacionais. Simplesmente vendendo óleo cru e importando derivados.
A
placa da rua
Há
coisas que somente podem ser compreendidas no momento certo. Ainda que
dispensemos a ilustração irônica a realidade à luz da mensagem contida na placa
se basta.
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