Para análise I
A Karl Marx atribui-se a profecia: o capitalismo sucumbirá a suas próprias contradições. O estopim residiria na circunstância de socializar a produção (Capital + Trabalho) e concentrar a distribuição do lucro (obtido com parcela do Trabalho, pela mais-valia, teoria elaborada bem antes de Taylor desenvolver o sistema assegurador da produtividade, que fez ampliar aquela).
Tal afirmação nem mesmo previa a substituição/apropriação do capital produtivo pelo financeiro/especulativo, na contemporaneidade do Neoliberalismo, tampouco vislumbrava o surgimento das novas tecnologias, incluindo a robótica.
Nestes sombrios tempos em que o Neoliberalismo é a expressão do próprio Capital ler a entrevista concedida por Antonio José Avelãs Nunes a Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada) ilustra a compreensão do estágio a que chegamos.
E o Brasil, mais do que nunca, no contexto.
Para análise II
Aos advogados e estudantes de Direito destacamos: "Para sairmos desta caminhada vertiginosa para o abismo, é necessário evitar que o mercado substitua a política, que as 'leis do mercado' se sobreponham aos normativos constitucionais e que o estado democrático ceda lugar a um qualquer estado tecnocrático".
Sob esse condão, o significativo papel do julgador/Judiciário em compreender o que de 'mercado' foi inserido no ordenamento jurídico e fazer sobrepor o princípio da primazia do Homem sobre aquele.
Luz
Ainda
que um voto revisor, surge luz no fim do túnel. Enfrentar a pressão midiática –
que tem no PT o pai de todas as desgraças no país – e afirmar em voto que o
juiz Sérgio Moro condenou Vacari Neto sem provas, apenas na base de delação, é sinal da
existência de juízes em Berlim.
Do voto do revisor, desembargador Leandro Paulsen,
do TRF-4, a absolvição de Vaccari decorreria da falta de provas:
“Nenhuma sentença condenatória
será proferida apenas com base nas declarações de agente colaborador. O fato é
que a vinculação de Vaccari não encontra elementos de corroboração. É muito
provável que ele tinha conhecimento, mas tenho que decidir com o que está nos
autos e não vi elementos suficientes para condenação“, afirma o
magistrado.
A
fábula
Na esteira de O Rei Está Nu esta fábula de Sebastião Nunes, disponibilizada no GGN. A metáfora de uma história sem fim a la Sherazade ou Giovani Boccaccio, até que as razões para conta-la se desfaçam no ar. O que anda muito difícil e imprevisível, tantos os fatos novos a se atropelarem na disputa por aparecer.
Na esteira de O Rei Está Nu esta fábula de Sebastião Nunes, disponibilizada no GGN. A metáfora de uma história sem fim a la Sherazade ou Giovani Boccaccio, até que as razões para conta-la se desfaçam no ar. O que anda muito difícil e imprevisível, tantos os fatos novos a se atropelarem na disputa por aparecer.
Enquanto isso o sultão ensaia a morte
de aposentados e pensionistas em vez de esposas e se transformou na própria
Peste Negra.
A
entrevista I
Uma
coisa não bate com a realidade histórica na entrevista de Joesley à revista
Época: a afirmação de que fora o PT o organizador do processo de corrupção no
país nos moldes em que existe.
Não se afaste o Partido dos Trabalhadores, no
Poder, de ter se envolvido no tradicional sistema de financiamento eleitoral
tupiniquim via caixa 2. Isso fica claro desde o dia em que, no imediato da assunção, buscou
Marcos Valério – finório agente do PSDB de Minas – para ilustrar ‘cursos’ aos recém
chegados.
Demais disso, caixa 2 nem sempre significa corrupção em relação aos recursos, o que alcança todos os partidos.
Outro
senão na entrevista se nos afigura esforço para dourar o entrevistador: o
raciocínio de que tudo começou com o PT desmente a verdade de Sérgio Machado,
de que a coisa rola solta desde 1946. Passando ao largo dos depoimentos de
Duque, Cerveró e quejandos estendendo os fatos da Petrobras ao período FHC
(lembrar, com Kiko Nogueira, no DCM), incluindo aqueles US$ 100 milhões para o PSDB
como propina pela aquisição da YPF argentina e a ansiedade e a gula do PMDB por
diretorias na estatal.
E
a revista não perdeu a oportunidade de chamar o interino tornado presidente de
chefe “da quadrilha mais perigosa do Brasil” na capa da edição.
Enquanto
isso vão vivendo dias tranquilos José Serra, FHC, Sérgio Motta (in memorian)
etc. etc.
Porque, dentre estes, o bode expiatório – sem possibilidade de
expiação, até agora – é o senador Aécio Neves.
A
entrevista II
Joesley
é um nouveau riche dentro de poucas centenas de brasileiros, bom aprendiz na linha de Daniel Dantas.
Não temos esse rapaz como herói ou com alguma importância,
além de bandido como muitos desta podre classe dominante que se apropriou do
Estado desde os tempos de Colônia.
E
que sonha tornar o Brasil novamente uma colônia: dos Estados Unidos. Para onde
carreiam o dinheiro que roubam aqui.
Arrumação
I
A
situação do interino tornado presidente caminha para a insustentabilidade. Só
uma coisa efetivamente o motiva a permanecer: evitar a cadeia, no imediato da
descida da rampa do Planalto.
O
compromisso de entregar o país e destruir a incipiente proposta de um Estado de
Bem-Estar Social se torna coisa menor.
Arrumação
II
No
entanto aí reside o busílis: assumiu para corresponder ao baronato (interno e
externo). Sua saída sob o condão de uma eleição direta – coisa que demanda
tempo – pode levar esse baronato a ter que engolir sapo, leia-se Lula. O que
significa retorno à políticas em razão das quais o PT/Governo foi derrubado.
A
eleição indireta sinaliza dias nebulosos.
Geddel
O
baiano saiu do governo mas não perdeu a evidência.
Judiciário
faz parte
Dispensamos
comentar. Disponibilizamos a matéria, como publicada. Cremos que os fatos são
por demais graves.
A demonstrar que o Poder Judiciário (no caso concreto,
específico, o Tribunal Superior do Trabalho) se imiscuiu no jogo sujo a serviço
do capital.
Em
termos de decisões monocráticas, posteriormente mantidas por colegiados de 2º
Grau, não desconhecemos o tratamento dado ao Trabalho no conflito com o
capital, como ocorre em muitos casos.
Mas desconhecíamos a saga de cortes superiores, na pessoa de alguns de seus expoentes.
No
caso específico da denúncia contida no texto outro agravante: uma empresa de
propriedade de um ministro do STF (Gilmar Mendes) acumplicia a canalhice,
custeada/patrocinada por uma empresa privada, a JBS.
Unanimidade
O
interino tornado presidente começou a sua lua-de-mel anunciando a intenção de
unir o país. Nem mesmo chegara a um ano já conseguira o proposto: quase a
totalidade contra.
Decifra-me
ou devoro-te
A
(nova) iniciativa de juristas capitaneados por Cláudio Fonteles, ex-Procurador
da República, Hugo Cavalcanti de Melo Filho (ex-presidente da Associação Nacional
dos Magistrados do Trabalho-ANAMATRA) e Marcelo Neves (ex-membro do Conselho
Nacional de Justiça-CNJ) em reiterar o pedido de impeachment do ministro Gilmar
Mendes no Senado, aliando-o a uma notícia crime junto a Procuradoria-Geral da República e uma representação disciplinar diretamente ao STF levanta lebres
muitas.
Sem dúvida, uma
saia justa foi posta – e bem justa – no corpinho do STF diante dessa representação disciplinar.
A
melhor saída será transferir para o Senado.
Mas, não tem saída. Qualquer
decisão dentro da representação disciplinar abalará a imagem do STF.
Inclusive
a de não decidir.
Festa
E por falar em São João Léo Villanova exibe a melhor surpresa(?) do ano.
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