O TSE
cometeu um ato de violência contra o Estado de Direito e acaba de escancarar a
mediocridade de alguns julgadores, o que expõe o Brasil diante do mundo pondo-o na
arquibancada dos mambembes como país que não se dá ao respeito nem de fazer
valer suas próprias leis, para não dizer que nem mesmo cumpre o que subscreve
em seus compromissos internacionais.
E tudo, para
promover uma perseguição política.
O país
levado ao atraso, sua gente ao sofrimento, soberania às calendas e a fome de
volta batendo à porta. Enquanto brindadas ‘suas excelências’ com augusto
aumento.
A decisão,
em si, mais uma vez somente pode ser racionalmente compreendida como escancarada perseguição a Lula, vetado por forças ocultas e
expressas através do Judiciário. Nas circunstâncias do ex-presidente inúmeras
decisões deste mesmo TSE, sob a égide da mesma Lei da Ficha Limpa, asseguraram
candidaturas e posse, quando eleitos, e muitas situações foram revertidas, pois
pesava o argumento de que sólidos elementos do processo criminal ensejavam a absolvição
(o que o correu em muitos casos). Mas Lula não pôde utilizar-se daquilo que a
outros foi aplicado.
Alguns magistrados e membros do Ministério Público em todas as instâncias, o que inclui as superioras, perderam o pejo – para não dizer a vergonha na cara – e não demonstram a menor preocupação com a própria imagem.
Não há
proselitismo deste articulista em relação a Lula, PT e quejandos. Há a
indignação de quem ensina em um curso de Direito, e testemunha nessa gente a negação a tudo
que ensina.
Porque, neste
triste país, a fala de um juiz passou a ser a ‘lei’, não mais ele o aplicador
da lei.
Afinal, como observa Bernardo de Mello Franco em O Globo, a sessão do
tse (com minúscula mesmo, revisor) passará à História como “a maior
interferência do Judiciário numa sucessão presidencial desde o fim da ditadura”.
Tão só
lamentar: triste país, esse! Como a Bahia de Gregório de Mattos, nos cueiros da colonização, a pretérita atualidade permanece.
E por falar em degradação
Barroso – entre outras inócuas argumentações – disse faltar ao Tratado da Comissão de Direitos Humanos, da ONU, subscrito pelo Brasil, um “decreto executivo”. Ou seja: fugindo pela tangente – ou costeando o alambrado, como dizia Leonel Brizola – fez quem o assistia e não entendia Direito de besta/bobo/idiota.
Sua Excelência – ou melhor, ‘sua excelência’ – legou ao mísero estudante de Direito revolucionária inovação para o atraso em torno da legitimidade e eficácia das normas jurídicas: esqueceu – por conveniência – que o Tratado foi promulgado pelo Senado, a quem compete, por disposição constitucional, e não ao Poder Executivo. (Ver postagem do domingo anterior, neste blog).
Não ficou só, foi seguido por outras toupeiras que cuidam nos Tribunais de fazer política e não de interpretar leis para promover direito e justiça. Duas delas ocupando uma sinecura porque oriundos da OAB, o que explica o nível em que se encontra a Ciência do Direito no Brasil.
Só faltou aos senhores do TSE aquela manifestação ao votarem: faço em nome de minha mulher, de meu filho, de Deus, do gato de estimação, do cão vira-lata da esquina etc. etc. como na votação do impeachment.
Mas, no fundo uns e outros não passam de farinha do mesmo saco.
O que os difere é que uns para chegar aonde chegam precisam de votos; outros, de nomeações vitalícias.
Ambos pagos pelo povo para trabalhar contra ele.
Não à toa, 'suas excelências', que não entenderam do assunto como ponderara Fachin em seu voto, abrem caminho para singulares nominações para esse tse, como o intérprete Bessinha.
Não à toa, 'suas excelências', que não entenderam do assunto como ponderara Fachin em seu voto, abrem caminho para singulares nominações para esse tse, como o intérprete Bessinha.
A quantas andam os usurpadores do Poder
A propósito, melhor ler o que escreve Fernando Horta, no GGN.
Como contraponto ao texto informamos ao leitor que a atual ‘engavetadora-geral da república’, ilustre sucessora, em nome, daquele outro dos áureos tempos de FHC, já engavetou mais de 40 processos e pedidos de investigação envolvendo políticos.
Naturalmente de gente do PSDB, do MDB e de partidos outros aliados ao governo do interino tornado presidente.
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