Ainda
que mea culpa
De Tasso
Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB, arrependido de haver negado valia
aos resultados eleitorais de 2014 e embarcado na canoa furada do ‘rebelde’
Aécio Neves:
"O
partido cometeu um conjunto de erros memoráveis. O primeiro foi questionar o
resultado eleitoral. Começou no dia seguinte (à eleição). Não é da nossa história e do nosso perfil. Não
questionamos as instituições, respeitamos a democracia. O segundo erro foi
votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser
contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar
no governo Temer." (disponível no Google).
Ainda
que mea culpa, não bastasse ser
tardia, a confissão de como pensa parte da classe dominante quando encastelada
no poder: não discute o que deve servir ao país e ao seu povo mas o que e o como se servir deles.
Tem boi
na linha I
Da série duvide
quem quiser. A
matéria truncada de o Globo (apoiada no inquérito da Polícia Federal, a que teve acesso), afirma que Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho e não há
terceiros envolvidos no ataque a Bolsonaro. Mas – danado esse mas
– as apurações prosseguem.
Ou seja, há continuidade das investigações à procura
de alguma coisa, ainda que o resultado do inquérito (e das apurações) tenha
concluído que o indigitado Adélio ‘agiu sozinho.
Fecha o
pano.
Abre-se
a cortina do teatro, véspera das eleições. Melhor, ante-véspera. A Globo, que
pode tudo, publica reportagem e nela repercute alguma entrevista do ilustre
Adélio, dizendo que negou envolvimento de terceiros porque estava amedrontado
mas (esse danado de mas) tudo foi
planejado por Fernando Haddad, que mandou fulano dos anzóis pereira, que se disse amigo de Lula, na véspera
do ‘atentado’ para que cuidasse de tirar da linha o candidato... Apesar de
contatado pelo telefone fulano dos anzóis pereira não enviou respostas à
reportagem. Mas – danado esse mas – a
“motivação política” se faz presente (da matéria publicada).
Na mosca,
na batata, pacascas: o GI já afirmara que a motivação “foi indubitavelmente
política”.
E o candidato já anunciou que não aceitará a derrota (que, no fundo,
admite).
General emitindo opinião em política às vésperas de um pleito
presidencial.
E a entrega do patrimônio nacional ainda não o foi a
contento. Estados Unidos... Estados Unidos... Estados Unidos...
Tem boi
na linha / Tem, tem, tem.
Duvide
quem quiser, mas – esse danado de mas
– temos até o próximo fim de semana para confirmar, ou não, o que sempre
acontece às vésperas da eleição quando o PT pode vencê-la.
Tem boi
na linha II
Caso
insista em caro leitor em duvidar do que ora especulamos, não deixa de ser
intrigante a ‘preocupação’ do ex-Chanceler Celso Amorim e também ex-Ministro
da Defesa (no 247) ao afirmar que as
forças Armadas respeitarão a voz das urnas: “A vitória de Haddad será
aceita pelos militares”.
Falar no
que deveria ser o óbvio não deixa de intrigar.
E nos deixa com a pulga atrás da
orelha lembrando (os que estamos com mais de 60 anos) com aqueles tempos de
Lacerda (a partir de 1950) e, o mais grave, que a Democracia (?) brasileira
está tutelada por aqueles que a derrubaram em 1964.
Cena de
ópera bufa requentada
Ainda
que o público não aprecie o texto, o tema ou coisas mais, não custa alimentar a
especulação, com o terceiro ato textual: o pós-eleição.
Partindo-se
da premissa, que todos tentam evitar – de Fux e alguns muitos colegas de STF e do TSE, urnas viciadas, moros da vida, alguns militares, Globo e quejandos, 3,5
milhões de títulos de eleitor cancelados (ler Jânio de Freitas no Conversa
Afiada) etc. – de que Fernando Haddad venha a ser eleito e não ocorra um golpe
no imediato do resultado (que não será aceito pelo derrotado – não o golpe e
sim, o resultado – que já o anunciou aos quatro ventos) o script está pronto e
ensaiado, aguardando tão somente o abrir das cortinas a partir de 1º de janeiro.
Ei-lo:
Caso o TSE/STF permita sua diplomação, o empossado – que iniciará o mandato sem que o Orçamento de 2019 tenha sido
aprovado – começa a ver continuada a campanha por reconhecimento da
ilegitimidade do mandato por vitória com diferença de uns poucos votos (2014).
Campanha para implantação do parlamentarismo.
Denúncias semanais de corrupção e
caixa 2 na campanha.
Ataque cerrado a cada ministro que venha a nomear.
A partir de fevereiro, com
a posse do novo Congresso, o bloqueio a todas as iniciativas do Poder Executivo
e a aprovação de pautas-bombas.
E a necessidade de editar Medidas Provisórias para
fins financeiros por falta de autorização porque o Orçamento ainda não foi aprovado,
o que somente ocorrerá entre março e abril/2019.
E mais tudo o que já vimos.
Último
ato: Janaína e Paulo Bicudo ressuscitados lançam pedido de impeachment em razão
de ‘pedaladas fiscais’.
Condicionante:
a continuidade da democracia não admite que a vice-assuma, porque oriunda do Partido
Comunista, o que lembra Luiz Carlos Prestes, João Amazonas, Gumercindo Dias, Giocondo Dias etc. etc.
Fecha o
pano.
2019 não
é 2003
Depois
do último ato.
Lula, a
partir de 2003 entregou dedos para preservar anéis.
Seu sucessor, sem dedos e
sem e o restante dos anéis (em poder do sistema financeiro) não suportará a
campanha e o povo o derrubará, incentivado pela mídia que alegará, diariamente,
que ele não está cumprindo as promessas de campanha.
Detalhe
No seio
da província e da sabedoria popular havia (não sabemos se ainda há ou se nada
se fala em razão do conceito que adquiriu o expressar) algumas considerações:
pobre não gosta (e não vota em) de pobre, preto não gosta (e não vota em) de
preto etc.
Análise
de pesquisas, quanto ao extrato de renda trazem singular conclusão: quem se
beneficiou das políticas públicas do petismo (distribuição de renda, aumento
real do salário mínimo, acesso a universidade e ao crédito etc. etc.) não vota
no PT.
Aquela
classe média intermediária, que saltou de 17% para 36% nos anos petistas hoje
reduziu seu voto no candidato do petismo.
Imaginando-se melhor por força do
mérito (como gosta de alimentar uma certa crítica em economia que ocupa a TV)
nenhuma relação faz com as políticas de Estado implantadas em benefício geral e
que fizeram melhorar, no particular, esse segmento da sociedade.
Detalhe:
em 2014 esse segmento (que hoje representa 69% da classe média) foi o fiel da
balança em favor de Dilma.
Onde hoje
Bolsonaro abre 11 pontos de vantagem sobre Haddad.
Sem falar nos 3,5% milhões de eleitores do Norte e Nordeste barrados de votar.
Vale-tudo
Assim
como já ocorreu com Suzane Richthofen, condenada por matar os pais, outros
assassinos com extensa folha corrida, estelionatários de crimes variados: do goleiro Bruno a Marcinho VP, passando por Fernandinho Beira-Mar e quejandos, que encontraram decisão judicial favorável a que fossem entrevistados, para não ferir a liberdade de expressão e o direito à informação fixados constitucionalmente como garantias, tentaram entrevistar Lula.
Mas, Lula,
não!
Vale-tudo
e a frase da semana
Nem
entrevista autorizada por ministro do STF pode conceder Lula, assim o diz
aquele do “mato no peito”.
A
propósito de um ministro, ocupando por algumas horas a presidência do STF,
negar vigência à pratica do STF, de levar ao Plenário a decisão monocrática e
nunca caber a um outro ministro a iniciativa de revogá-la, a jurista Giselle
Cittadino nos lega a interpretação da semana, peremptória, para a iniciativa de
Fux “mato no peito”:
"Um prostíbulo
tem mais decência e respeito às normas do que o Supremo Tribunal Federal.”
Não falta
nada
Quando
imaginamos que foi esgotado o estoque de besteiras no país nos chega uma nova, através do UOL.
Como a desse idiota, de que a Polícia de São Paulo "aumenta a expectativa de vida de jovens negros e
pobres" porque reduziu o número de homicídios para 10 a cada 100
mil habitantes.
Para não
admitir a tradução pretendida pelo ilustre (de que a salvação de pobres e
negros está na Polícia Militar, em geral), a estupidez é tal que nem mesmo cuida
de indagar de que classe são esses 10 por 100 mil. E de quem mata parte desses 10 por mil.
Nome da toupeira: Samuel Pessôa.
Alerta ao leitor: não confundir esse idiot savant com o notável Samuel Pessoa (1898-1976), parasitologista e sanitarista brasileiro, pioneiro em pesquisas sobre parasitologia médica no continente sul-americano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário