Tanto de
tudo tem acontecido. Só não o que deveria acontecer. Assim – transitando por
vieses surrealistas – vamos descobrindo que novo aprendizado se nos afigura contemporâneo: o absurdo não é tão absurdo assim
como pintam.
No fundo
vivenciamos o absurdo como roteiro ao qual nunca imaginamos que quem dele
participasse fossem aqueles que o têm sob rédeas.
Os que
aprendemos nos alfarrábios o que representam as instituições e o seu
significado na preservação e na defesa de valores tão permanentemente repetidos, como mantra espiritualista, passamos a duvidar se o que ora nos ocorre realmente
o é ou se apenas vivemos um estágio de pesadelo.
Há quem –
analisando o que ocorre à volta – vislumbre apenas um processo de retorno. Ou
seja, os que atingimos a civilização ora trilhamos caminho inverso em
velocidade superior à da luz. O que levou milênios para se materializar como
avanço despenca no abismo sem fundo. No
inimaginável racionalmente pensado.
Talvez – muito provável – vivamos apenas
uma disputa entre tais extremos. Desta forma descobrimos – estarrecidos – que a
primitividade existia e não sabíamos. E mais: muito mais forte que a
racionalidade. E mesmo diríamos: era ela no fundo nossa razão de existir.
Aquilo que
antes imaginávamos natural aos que se encontrassem internados em manicômios – porque eram eles os “sem juízo”, os desconformes em relação ao certo e ao
errado que norteia o que denominam de civilização – estão ao redor a confundir ou exibir o impensável.
.
E mais:
muito do que ora acontece antes compreendíamos somente possível – se o fosse –
em grotões, nunca naquele país que se situa entre as dez maiores economias do
planeta.
A
responsabilidade deste país para com o concerto das nações sinalizava a existência
de um compromisso para com a civilização, ainda que jovem no plano de sua representação
histórica.
Mas descobrimos a barbárie como futuro, a irracionalidade como razão, o ódio como manifestação do amor, que o mundo será melhor sem poesia, sem música e sem cores.
E nem temos
como vislumbrar a retomada do aprendizado.
Afinal,
estamos naquela de nada mais que afinal.
"A responsabilidade deste país para com o concerto das nações sinalizava a existência de um compromisso para com a civilização, ainda que jovem no plano de sua representação histórica.
ResponderExcluirMas descobrimos a barbárie como futuro, a irracionalidade como razão, o ódio como manifestação do amor, que o mundo será melhor sem poesia, sem música e sem cores.
E nem temos como vislumbrar a retomada do aprendizado.
Afinal, estamos naquela de nada mais que afinal".
Estarrecedor.