O que nos
tornamos
Óleo bruto
avança sobre praias brasileiras. Parte dele já ocupa algumas áreas do litoral.
Mancha de 21 K² detectada por satélite caminha para a costa. Ibama localiza
barril de óleo da Shell em praia de Sergipe. Há quem fale de óleo de origem
venezuelana, o que seria uma ataque do país vizinho ao Brasil.
Parcela do
pré-sal entregue a preço vil. Petroleiras internacionais, as grandes
beneficiadas. Trilhões de dólares trocados por uma centena de bilhões de reais.
O comando
vivendo a Idade Média. Inclusive amparado na venda de Indulgências no atacado.
Palestram
para plateias 01, 02, 03...
Irmã Dulce
dos Pobres, a baiana canonizada neste 13 de outubro, tem pela frente realizar um
milagre: salvar o Brasil do Apocalipse em que nos tornamos.
Piada I
Dos arautos
do caos a declaração de que o óleo que ameaça o litoral tem origem venezuelana
e estaria no mar de propósito, como típica agressão à nossa soberania. Eis a
versão da Petrobras e do governo brasileiro.
Este surrealismo
– que se tornou lugar comum nesta hoje triste terra brasilis – encerra uma típica piada: caso tivesse partido da
costa venezuelana fez uma curva para chegar ao Nordeste evitando a costa da
Venezuela, das Guianas e Suriname, de ilhas do Caribe, do Amapá, Pará, Maranhão
e Ceará escolhendo Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia.
E há quem
duvide de inteligência na Natureza bruta!
Piada II
Em declarações o atual chanceler Ernesto Araújo (cuidando da representação
diplomática do Brasil como Ministro das Relações Exteriores) diz que o clima
tornou-se discussão ideológica. “Capturada por uma ideologia” – diz o
ilustrado.
Para ele “O climatismo está para a mudança climática como o globalismo
está para a globalização. A mudança climática deveria ser estudada de maneira
serena, racional, mas também foi capturada por uma ideologia".
Como nos tornamos uma piada pronta eis aí um
gênio a serviço da Pátria.
Reviram-se nos túmulos Santiago Dantas, Afonso Arinos de Melo Franco,
Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa, Graça Aranha...
Talvez careçamos de compreender Saint-Hilaire (1779-1853) como profeta ao metaforizar com sua imortal percepção: Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.
Talvez careçamos de compreender Saint-Hilaire (1779-1853) como profeta ao metaforizar com sua imortal percepção: Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.
Por hoje chega, caro leitor!
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