Entendemos, em rápidas
noções – porque o presente instante não está voltado para o aperfeiçoamento da
compreensão plena de cada uma das proposições – a Educação como ato reflexivo
do universo social sob prática constante, conforme o instante humano, natural a
um processo de conteúdo geral, parte dele apreendido por meio da aprendizagem
que se efetiva por meio das instituições de ensino, generalizada sob o termo de
escola.
O repassar o conhecimento
acumulado pela experiência – o que inclui os métodos elaborados – para a
abertura de caminhos que alimentarão novas experiências, em torno de um
conjunto de hábitos e valores consolidados no curso da vivência humana.
Tal considerar é
imprescindível à Espécie por constituir a estrutura cultural de determinada
sociedade o que leva à elementar conclusão de que faleceria àquela, caso não
houvesse os instrumentos (físicos e intelectuais) para assegurarem a
transmissão dos seus elementos de geração a geração, o que se dá por meio da
Educação.
Desde os primórdios da
Civilização compreender a finalidade e o como resultante do processo de ensino
para alcançar a Educação norteado está pelo destinatário do processo: o homem,
como ser social.
Dos gregos – revistos e
sempre fonte de compreensão – já em Sócrates, cabia “à educação formar o homem”
que se desdobrava em compreendê-lo sob o crivo de vida e qualidade de vida. Idealisticamente
Platão a tinha como o caminho de levar o homem à felicidade.
Tenhamos que este
processo, sob rédeas do Estado modernamente como sujeito a quem compete
promove-lo, para o destinatário que a ele chegue – através dos caminhos da
formação escolar – ocorre como um parto. A descoberta e o despertar para a vida
são um impacto tal como se o recém-nascido dissesse – se o pudesse – “que estou
fazendo, o que é isso”?
Imagine-se o impacto que
vivenciamos (e já esquecido) quando nos deparamos com aquele mundo inteiramente
desconhecido que nos acometeu de espanto e incompreensão, porque nada dele sabíamos,
ao ultrapassarmos a soleira da primeira escola?
No curso da História a
educação foi manipulada em defesa de interesses de classes dominantes ao seu
tempo, que não destoa quando estas passaram a controlar o Estado.
Eis que tema recente eleva
aos píncaros a denominada escola cívico-militar. E a leva ao palco como se a
‘disciplina’ fosse conteúdo de aprendizagem além do que efetivamente é:
apontador de faltas de alunos e professores, fiscalização de corredores,
tocador de sirene, chefe de disciplina, censor etc. etc. Porque quem a materializa como propaganda é uma persona específica: o militar.
No fundo, no fundo nada
mais que uma discussão insossa, destituída de lógica e muito mais amparada em
ideologia castrense e mesmo de valorizar um estamento que está muito a dever ao
país, mas tão só a de tornar a natureza da aprendizagem inerente à caserna,
que, em si, está voltada para a formação do estamento militar com funções
definidas de segurança em nível estadual (Polícia Militar) e nacional
(Exército, Marinha e Aeronáutica).
Tal ocorre, assim o vemos,
como singular expressão de um bedelismo – o neologismo se impõe – que surge com
força inusitada a garantir uma boquinha para quem comande a ‘ordem unida’ em
ditas escolas, sem prejuízo da remuneração (soldo ou reserva) para consumir
milhões de recursos orçamentários da Educação que deveriam estar voltados para
aperfeiçoar a oferta de conhecimento à formação intelectual e moral e para efetivamente constituí-la ‘formadora de homens e mulheres’ deste país em
plenitude de instrução, conhecimento, alimento, saúde etc.
Assim considerando, para
exemplo do que seja uma escola cívico-militar – tomando-se a origem de quem controlou
o Estado e ‘disparou’ a ideia – fácil comparar o que pode representar o
idealismo dessa gente para ‘formar o homem por inteiro’; porque o desdobro em
qualidade de vida passa ao largo.
Basta ver que se inicia pela
tentativa de impor nacionalmente uma forma de instituição de ensino.
Que certamente não levará
à reflexão aquela triste página de nossa História sob o cutelo da ditadura
militar. Tempo em que muitos (alunos e professores) fomos torturados e morremos
nos porões, alguns ainda desaparecidos e insepultos. Como outros sacrificados
em Canudos, Contestado, Acosta Ñu...
Que o estimado leitor não se espante se alguém indagar: O que é isso?
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