domingo, 16 de julho de 2023

Que saudades de D. Marisa Letícia!

 

Quase um ano desde a última publicação nesta página. Mas, eis que de repente, não mais que de repente, algo nos pede para retornar à faina de registrar o como entendemos as coisas muitas vezes difíceis de entender. Muitas elaboradas para confundir e inviabilizar a reflexão; outras adredemente desenvolvidas para atender a detalhes e interesses apenas.

Que dizer de tempos estios, como o presente, quando o escrever – à guisa de exemplo – caminha para submeter-se ao mecânico e, em muitos instantes, de significação nenhuma, exigindo hercúleos esforços para a mais elementar exegese. Estranhos tempos, sim, norteados por aquilo que denominamos de “cultura da certificação”, quando o certificado – em nível de percentual estatístico considerável – se torna mais importante que o saber.

Na esteira da acomodação tudo passa a ser pautado em ganho de tempo que se esgota no vazio e resulta na negação do próprio homem definido como ser capaz de pensar e refazer pensamento, de intervir consciente no meio social em que habita. Acomodação que já o leva célere a ‘substituir-se’ por criatura que fatalmente o levará à extinção como espécie.

Mas, eis que este escriba de província em determinado instante sofreu um estalo, instantânea iluminação, súbita clareza (às calendas o tal do insight) em torno do que justificava sua escrita e percebeu-se mais pregando no deserto sem interlocutor, em que pese um significado punhado de pacientes e fiéis leitores serem a esteira para acomodar até mesmo a divindade tamanha dedicação e carinho. Que dizer daqueles abnegados que leem e releem nossos textos, como os mais de 13 mil no mês passado? Diante de tamanho ato de caridade cristã de nossa parte sabemos que alcançarão o Paraíso sem pedir autorização a São Pedro!

Mas, trilhando por caminhos que outrem registrou, aquele estalo nos fez sentir na seara do ser responsável por aqueles que cativamos.

E cá estamos, retomando o gasto do vernáculo com o que nos venha à cabeça e que, acima de tudo, nos cobra o fugir do apologismo circunstancial e passageiro.

E nos vem D. Marisa Letícia. (Claro que o estimado e paciente leitor há de indagar por quê). Esclareçamos!

Marcinho, conterrâneo nosso, muito amigo de uma ex-governanta do Palácio do Alvorada revelou dela haver escutado um fato singular, que àquela causara surpresa, ocorrido no dia seguinte à posse do Presidente Lula em 2003: dia amanhecido procurara a então Primeira Dama para conhecer os hábitos e desejos do casal etc. etc. Surpresa descobriu que D. Marisa não se encontrava no Alvorada. 

Desesperada (diante dos rígidos protocolos de segurança a que submetida e que lhe cabia fazer respeitar) correu por indagar aqui e ali até obter a informação de que a esposa do Presidente pedira ao motorista que a levasse a uma feira livre de Brasília onde pretendia comprar o necessário para fazer a feijoada do jeito que o marido gostava. Quando retornou – ilesa, graças a Deus! – e educadamente repreendida pela zelosa servidora diante dos riscos por que poderia ter passado, dela ouviu desculpas e a justificativa de que Lula adorava a feijoada que “ela fazia”.

Todo o papel acima gasto sustentado o foi no que lemos na rede (até que provem ter sido mentira), de que a atual primeira dama repreendeu veterano funcionário no exercício da função de mestre de cerimônia do Palácio do Planalto durante a cerimônia de retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, oportunidade em que cientistas pátrios agraciados com a Ordem do Mérito Científico entregues pelo Presidente da República.

Huuumm! Não sabemos o porquê, mas nos veio à mente a imperiosa necessidade de metaforizar o singular instante com a secular observação sertaneja. Dizem os que enfrentam as estiagens prolongadas que os cãezinhos nascidos no curso dela ‘acuam poça d’água’ quando a descortinam pela primeira vez.

E por lá até aprender leva tempo.

Que saudades de D. Marisa Letícia!

Mesmo porque também desconhecemos que a saudosa primeira dama tivesse gabinete ao lado daquele aonde despachava o marido no Palácio do Planalto!...

Pelo menos o que dizem por aí!


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