“Para onde vais?” – teria indagado Pedro a Cristo, por aquele avistado quando fugia da perseguição implacável de Nero contra os cristãos. Mais que perguntar por um destino, a razão por que o Salvador caminhava para uma terra de horrores dos quais fugia, ainda que para ali houvesse buscado como missão. A resposta do Mestre o fez retornar e enfrentar o martírio.
A indagação se apropria a
tudo que vivamos. Nestes trágicos tempos de indiferença mais cobrar repetir-se:
“Para onde vais”? E convencer para retorno às lutas e convicções.
Ao largo das questões
morais e éticas caminhamos por caminhos tortuosos de esquecimentos vários.
Esquecemo-nos – nós, isso que chamam de Civilização – de como nos construímos e
o destino que almejamos. Os que, vocacionados para a felicidade, padecemos por a havermos tornado mercadoria e objeto de lucro.
De um instante para outro,
no plano temporal ao qual nos integramos, os avanços científicos mais e mais
acentuaram a infelicidade humana, ainda que surgidos para diverso propósito. Porque
a submissão material à compreensão de nossa busca tornou todo o resultado
obtido em meio de acumulação desvairada.
Abrimos espaço até mesmo
para conquistar o ‘espaço’ sob a propaganda de que através de tal conquista
melhoraremos a vida planetária a partir de experiência obtida alhures. E mesmo
encontrar futuro destino para a humanidade além Terra.
E assim, esquecemos – como exemplo – que a transgenia que existiria para ‘alimentar’ o planeta, e acabar a fome – reduzindo a escassez de alimentos – apenas se tornou domínio dos que lucram com ela.
Sob a conveniência dos interesses lançamos na vala do esquecimento toda a experiência anterior levada a termo sob idênticas previsões.
Eis que começamos a
perceber – pelo menos tudo vai ficando mais evidente – em torno do real
objetivo da corrida espacial visando outros sistemas: diamantes, ouro, lítio,
titânio lá estão.
A Terra – ficando
insuportável em futuro não longínquo – começa a ser abandonada por aqueles que
a destroem.
Não há quem os indague “quo
vadis”. Ou – o que seria melhor – “qui vis ire” (por que queres ir), acrescendo:
não aprendeste com teu lar e reduto?
Por outro lado, alguém
parece demonstrar preocupação com o planeta. Defende-lo dos que relegaram a
Humanidade – em dimensão considerável – à ‘desumanidade’ por simplesmente
viver. Preocupação com aqueles que abandonam o lar, tradições, história e se
afogam em busca de outras terras.
Há quem esteja a levantar
a voz em defesa dos desfavorecidos, dos famintos e desvalidos, dos que
encontraram como única solução para sobreviver enfrentar a morte em travessias
em busca de um canto onde pousar.
Ainda que pareça tudo a
caminho do desastre ainda há esperança.
Quem sabe um “quo vadis”
de outras espécies não esteja dirigido à gente que se diz dona desta Terra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário