domingo, 18 de fevereiro de 2024

"Êta paisinho..."

 

Perdoe-nos o paciente e estimado leitor deste escriba de província o tanto retardar a postagem deste semanal. Problemas técnicos presentes, mas não somente isso.

Vivenciamos singularidades que – nessas quase oito décadas de existência – não imaginaríamos viver. Dentre muitas a forma como a denominada imprensa ‘formadora de opinião’ trata a realidade. Inelutável que o país hoje ocupa espaço no concerto das nações como há muito não ocupava. Esse nosso “há muito’ está voltado para um fato concreto: muitos são os anos para reconhecimento, mas para destruí-los pouco tempo basta. E quem mais o afirma não está restrito aos limites territoriais desta terra brasilis. Mesmo porque – no quesito ‘opinião editorial’ – nenhum destes arautos da verdade encontra reconhecimento lá fora.

Dizemos isso – e logo decidimos concluir a especulação – porque se nos basearmos naquilo que esses ‘técnicos de fancaria’, ‘comentaristas a serviço de quem os paga’, e quejandos tais, o país está definitivamente alheado do resto do mundo no plano diplomático, desfeito de perspectiva na seara da Geopolítica, sofrendo reveses na política econômica (interna e externamente) etc. etc....

Mesmo quando o seu Presidente estabelece postura em nível planetário – agradando ou não, o que é natural – a plebe ignara (obrigado Stanislaw) do pensamento único de imediato ocupa o espaço do auditório reservado à “turma do gargarejo”, dispensa a análise lúcida e cai de pau e pedra no indigitado, quando lá fora a exaltação está mais expressa e somente contra ela gritam e esperneiam os efetivamente atingidos com a verdade diplomática diante da crueza da Geopolítica pensada pelo Ocidente.

Nada a criticar diante da ‘qualificação’ crítica. Afinal, quem pouco ultrapassou as primeiras letras do alfabeto humanístico e ainda não superou conta de somar e diminuir no âmbito da distribuição da riqueza de todos concentrada em unzinhos, falar em questões de tamanha envergadura cheira a falar de “paz e amor’ para quem só conhece a guerra.

Em “O Homem Que Desafiou o Diabo (2007), dirigido por Moacyr Góes), o personagem ainda não tornado Ojuara - vivido por Marcos Palmeira - levanta-se, abre a janela, olha para a rua e destila: “Êta cidadezinha de merda!”

Adiantamos ao caro e estimado leitor que o ‘paisinho’ não é o país em sua totalidade, mas parte de sua gente que se imagina dominá-lo por deter uma caneta ou teclado. E nem se fale dos que se expressam nas ‘telinhas’ alcunhados de ‘experts’, ‘comentaristas’, ‘profetas’  e nem fale de quem disponha de um púlpito  verborragindo baboseiras.

Não é a Jardim dos Caiacós do filme. Mas, êta paisinho...  


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