Registramos em Caminhos Existem:1,6
quatrilhões de dólares americanos, 80 PIBs desta terra brasilis; 8 décadas – quase um século – de riqueza anual
produzida no Brasil a preços de hoje concentrada nas mãos de um punhado (e bota
punhado nisso!) de especuladores que controlam o sistema financeiro
internacional/mundial.
Eis-nos futucando a
desarrumada biblioteca e reencontramos “Os Credores do Mundo”, de Anthony
Sampson (Editora Record, 1981), com o singular subtítulo ‘Os Banqueiros
Internacionais Que Financiam a Dívida Externa’.
Na página 29 (Capítulo 2 –
Quem cuida do Mundo), uma citação de Galbraith: “O processo através do qual os
bancos criam dinheiro é tão simples que a mente não o aceita”.
“Tão simples” que se nos
assemelha à facilidade com que treiteiros (definidos vernacularmente como
estelionatários para fins punitivos) vivem e sobrevivem à custa de enganar o
semelhante para deles auferir vantagens. Vem-nos à mente Bertold Brecht
(1898-1956) na “Ópera dos três vinténs” (1928): “O que é roubar um banco
comparado a fundar um banco?”, desdobrada na reprodução cotidiana em ‘o que
diferencia um assaltante de banco de um fundador de banco’ e, muito
contemporaneamente; ”Roubar um banco é coisa de pobre; afundá-lo é coisa de
nobre” (vide) por meio da também não pouco singular e valiosa contribuição tupiniquim
a fazer lacrimejar o orgulho pátrio inspirado no Conselheiro Acácio.
Muito a propósito, recomenda-se a leitura de um clássico da Literatura Portuguesa ,“A Arte de Furtar”, hoje reconhecida como do
jesuíta Padre Manoel da Costa (1601-1667).
Mas, lá vamos nós,
observando o jogo de interesses sob controle dos ‘donos do mundo’, exploradores
como ninguém deste o antanho e – naturalmente muitos cairão de pau neste
escriba de província – causadores por excelência da miséria e da fome no planeta.
A ‘criminalidade
mafiocrata’ – que somente admite de bilionário para cima, em torno da qual
gargareja aquela parcela apenas milionária e defendida (não se espante o leitor)
com unhas e dentes por quem não tem o que expelir diariamente como excremento,
e que, espumante e raivosa, desanca quem critique a ‘livre iniciativa’ e o
‘capitalismo neoliberal predador’ que a miserabiliza.
‘Donos do mundo’ porque
assumem o controle de Estados nacionais impondo-lhes regras elaboradas pelos
organismos por eles criados para tudo justificar e levado aos quatro cantos
como verdade absoluta e tachando de inimigos os que porventura levantem senões.
Pepe Escobar, em uma de
suas mensagens no Pepe Café, ilustrando em torno dos destinatários da defesa
das minorias alardeada pelos poderosos ilustra muito bem quem são ditas
minorias as efetivamente protegidas: os bilionários.
Muito a propósito nos idos
de 2008/2009 a quebra do sistema financeiro, colapsado por meio do chamado ‘subprime’
(aperfeiçoamento do dito por Galbraith), que fizera invadir o mercado
imobiliário com “papeis’ sem lastro, multiplicados ao infinito, até que pelo
meio do caminho alguém tentou resgatar e se viu com a porta ‘arrombada’: de
imediato o tesouro estadunidense o amparou com a bagatela entre 4 a 5 trilhões
de dólares.
Memória curta a nossa.
Talvez por conveniência levados ao esquecimento.
Conclusão deste escriba de
província diante de ‘análises’ do mercado: os “donos do mundo” não estão nada
satisfeitos com os caminhos pretendidos pelo governo para a economia
brasileira. Afinal, heresia pura pretender gerar emprego, distribuir renda,
fortalecer a indústria nacional, investir em estradas, portos, ferrovias,
refinarias etc. etc. e a maior das heresias: cobrar imposto de quem ganha mais
(os muito ricos, naturalmente; não a pequeno-burguesia que os defende).
O centro das preocupações
e orientações de sempre: controle da dívida, da inflação, o equilíbrio fiscal
etc. etc.
(A propósito da inflação
personagem nosso em algum destes mal escritos oriundos desta mente provinciana
diz com todas as letras: se inflação fosse ruim para os ricos com certeza não
existiria).
Mas, retomando o roteiro: tomar
emprestado em suas mãos ‘banqueiras’ e entregar aos seus apaniguados o que
resta do patrimônio pátrio certamente é bem melhor. Dizem-no seus porta-vozes.
Tanto que a ‘prudência do
Banco Central’ mais e mais aplaudida por tal estamento, ainda que juros
escorchantes permaneçam.
Mas, os “donos do mundo”
não vivem de tais juros?
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