segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

De Rodapés e de Achados - Dia 29 de janeiro


DE RODAPÉS E DE ACHADOS
AdylsonQuando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.  
Adylson Machado

                                                                              

Quosque tu Fernandus

É o que diria José Serra, se estivesse em melhor situação (não fosse o “A Privataria Tucana”) diante das recentes declarações de Fernando Henrique.

Tiraria uma de Julius Caesar e veria em FHC um Brutus.

Nem o Vaticano escapa

A divulgação de cartas enviadas pelo arcebispo Carlo Maria Vigano, vice-governador da cidade do Vaticano, aos superiores (inclusive o Papa), denunciando corrupção, abalou o mundo católico.

O Vaticano reconheceu a existência e o conteúdo das cartas, mas condenou a publicação de matéria reservada, como detalhado no www.advivo.com.br da sexta 27. Ou seja, denunciar pode; não pode é divulgar.

Afinal, considerando a infalibilidade papal, e ser ele o representante de Deus na Terra, não fica bem para o Todo-Poderoso dita representação.

Para os corruptos, no entanto, constitui-se em outro argumento: é também coisa de Deus.

Engano(?)

Deu na BBC Brasil: diz a polícia de Nova York haver apreendido 12 quilos de cocaína, entregues “por engano” na sede da ONU, enviados de um país sul-americano.

Nas bolsas havia o logotipo da organização. Não informam se era mala diplomática.

Huuum!

Negando Justiça



Deram de confundir Judiciário com Justiça. Se houvesse Justiça não ocorreria tal descalabro em nome dela como a reintegração no Pinheirinho, em São José dos Campos.

No fundo todos esquecemos que a Justiça(?) nada mais é em nosso sistema do que a aplicação da lei. Ainda que a lei nem sempre esteja a serviço dela.

Faltam-nos homens julgando que compreendam isso.

(Por uma razão de espaço transferimos para adylsonmachado.blogspot.com outros registros e avaliações sobre o fato).

Fazendo Justiça

amiltonSaudade do baiano Amilton dos Santos, tratorista, que em maio de 2003 se negou a cumprir uma ordem judicial para destruir um barraco no bairro Palestina, em Salvador.
Teve mais dignidade em “julgar” o que é justo do que parcela da magistratura nacional em casos tais.

O que nos resta

Para os indignados com a absurda operação judicial-policial ocorrida no Pinheirinho, subscrever o manifesto-denúncia dirigido à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA através de http://www.peticoesonline.com/peticao/manifesto-pela-denuncia-do-caso-pinheirinho-a-comissao-interamericana-de-direitos-humanos/353  

Com quem a razão?

Preso quando buscou hospital, ferido na virilha, confessou que matara um policial em Ilhéus. Estava “protegido” na cadeia, como disseram companheiros detentos quando o oficial de justiça exibia alvará de soltura, determinada pela Justiça. Consideravam uma “cilada”.

A liberdade ocorreu na quarta 25, em Ilhéus, devidamente noticiada. Na quinta, foi assassinado em Itabuna, tudo devidamente noticiado.

Como é provável que a autoridade não chegue à autoria, não saberemos se os detentos tinham ou não razão.

Culpa do povo I

Transporte ruim não é novidade. Nesse particular novidade é o dirigente da empresa dizer que o veículo custa 400 mil
reais e condicionar o retorno da operação à “garantia” da população de que o fato não se repita.

O incidente – a população indignada incendiou o veículo que apresentou defeito na estrada de Itamaracá – deveria servir de alerta e de lição.

Afinal, transporte coletivo é público, que o particular exercita através de concessão.

Culpa do povo II

Ao que parece, falece competência ao Secretário de Transportes do Município para gerir o problema. A não ser que esteja agindo sob a premissa de que o interesse particular (da empresa) está acima do interesse da coletividade.

Coisas dessa administração(?). O gestor condena o ato de vandalismo e “condicionou a retomada do serviço” a entendimentos entre empresa e população. Ou seja, o poder público concedente, a quem compete gerir o sistema, apenas assiste e lava as mãos.

No final, mais fácil culpar o povo. Que, no fundo, é culpado mesmo!

Rasteira I

A surpresa na saída de Miralva da DIREC-7 não reside na exoneração em si, mas no modo rasteiro e deselegante utilizado por Geraldo Simões. Que pretendia ver o nome da exonerada estampado no Diário Oficial de fim de semana passado sem que tivesse ela conhecimento.

Mesquinhez ao cubo!

Rasteira II

A forma desrespeitosa como Geraldo Simões esperava a exoneração de Miralva Moitinho da DIREC-7 (que sairia “na calada da noite”, numa sexta-feira) não encontra justificativa nem que o fosse para abafar a repercussão da compra da rádio Difusora, assumida na segunda. (Assim o dizemos porque GS dela fala como se proprietário fora).

Não está sozinha

De um prefeito petista da região: Miralva deve receber a ingratidão como desafio. Afinal, dizem em nível superior – e o confirma o próprio GS exonerador, quando elogia a atuação da dirigente – que a DIREC-7 é a melhor administrada da Bahia.

O que não conseguirá I

Miralva, com defeitos ou não, parece possuir virtudes. Afinal, recebeu apoio ostensivo de parcela considerável do magistério local (200 para uns, 300 ou 400 para outros), para ouvi-la dizer que não abandona a luta.

Interrompida com aplausos em muitas oportunidades, quase foi vaiada quando exortou a todos a lutarem pela eleição de Juçara Feitosa.

É que somente três ou quatro pares de mãos ensaiaram rápido aplaudir, de imediato suspenso.

O que não conseguirá II

Miralva não conseguirá mudar consciências indignadas. Principalmente diante de urna. É onde reside o perigo para GS.

Uma categoria amparada em trabalho conquistado através de concurso, com estabilidade, não corre o risco de perseguição (pelo menos em termos). E tem autonomia e determinação histórica para assumir posturas, posicionar-se contra ou a favor.

Ou, pelo menos, votar na surdina em quem queira. Ou não votar.

Difícil de entender e entendendo

E nessa esteira embarca Geraldo Simões. Não deixa de ser profundamente contraditória a atuação do deputado: elogia a atuação de Miralva (sem faltar aquele sorriso de Monalisa), mas pede sua exoneração, ao tempo em que defende a permanência de Aldo Bastos no CCAF, atormentado por denúncias de corrupção e definido como o pior dirigente de Centro de Cultura do Estado da Bahia.

O que faltou

Como GS elogia Miralva (competente) e defende Aldo Bastos (incompetente) certamente careceu Miralva de um pedido da mãe. De GS.

Falta de prestígio imperdoável!

Competência

Considerada a competência de Jonas Nascimento, tido como o grande vitorioso com a saída de Miralva, fica difícil entender porque Geraldo não o indicou para substituí-la na DIREC-7.

Encantado

Tiago Feitosa (não sabemos, ou não explicam, a razão por que de recusarem o nome Simões, tanto a esposa como o filho) está encantado.

Com Fernando Gomes!

Como é também o caso de Geraldo Simões, como perderam tempo esses anos todos de disputas!

Síndrome Félix Mendonça

No fundo, no fundo, Geraldo Simões demonstra estar usando até a esposa. Tudo para manter um feudo eleitoral que lhe assegure em torno de 20 mil votos em Itabuna (caso ela não se eleja), enquanto através de alianças em outros municípios sustentaria a votação para sua reeleição a deputado federal.

Se não mantiver a corrida “rabo de cavalo” (só cresce para baixo) – obrigado vó Tormeza – como aconteceu nas duas últimas eleições: de 89 mil para 75 mil votos, perdendo nada mais nada menos que 12 mil somente em Itabuna.

Nessa esteira, Itabuna se torna apenas mais um município para integrar seu colégio eleitoral. (As razões disso? disporemos em artigo a qualquer momento)

Fazendo o povo feliz!

chargeConfirmando

A coluna Z do Diário Bahia deste fim de semana diz que Eduardo Anunciação foi convidado para assumir a direção da rádio Difusora. Como o empresário adquirente nada conhece de Itabuna e Geraldo é amigo de Duda, faz sentido.

Detalhe: quando telefonamos a Eduardo para antecipar a venda da Difusora por interessados ligados a GS disse-nos, peremptório: “não é verdade”.

O detalhe está no intermediador: Raimundo Vieira. A mais recente conquista da família Geraldo Simões para as hostes do convívio social – Luzimares em especial – não fora mesas de churrascarias.

A lição de Josias

Postura escorreita e lúcida a do deputado Josias Gomes, diante de conquistas de opositores internos em Ilhéus.

Exemplo de maturidade em defesa do interesse da coletividade política (o PT) em detrimento da política individualista.

Lição de mestre!

O “Maria Rosa” e a lavagem do Beco do Fuxico

lavagemPinçamos do Blog do Ari Rodrigues o seguinte material, alusivo ao verdadeiro carnaval de Itabuna, que dispensa atrações onerosas e faz a festa/tradição e não a festa/produção. Uma combinação nestes últimos anos garante sucesso:
O bloco “Maria Rosa” e a “Charanga Elétrica”.
A Lavagem do Beco do Fuxico é uma tradição que nem o tempo e nem as administrações municipais conseguem apagar. Assim também é a história do bloco Maria Rosa.
Geraldo “Caçolinha” mais uma vez, faz parte da coordenação da Lavagem do Beco... é o maestro que com sua batuta cor-de-rosa, leva as “meninas” mais irreverentes para o beco mais famoso da cidade.eugenio
A banda Charanga Elétrica já é figurinha carimbada na Lavagem.  
Eugênio, músico dos melhores da região, dali de Itajuípe, é useiro e vezeiro dos carnavais. A Charanga tem um repertório de marchinhas dos antigos carnavais, que dá inveja a Luís Caldas, Armandinho e Moraes Moreira.

Como Itabuna não terá carnaval, ou melhor, não terá “o carnaval do Centenário de Jorge Amado” a expectativa é que mais de 10.000 pessoas compareçam no próximo 4 de fevereiro no Beco do Fuxico para conferir as atrações, beber uma batida no ABC da Noite, do Cabôco, tomar um banho de carro pipa e escrever mais uma página desta centenária Itabuna. 

Atendendo

cançãoEm defesa dos que nos cobraram a tela referida no texto, reproduziremos o material da semana passada no rodapé “Encantador II”, do inusitado encontro “ocorrido no Conservatório de Moscou, quando lá se apresentava Dave Brubeck, em dezembro de 1997. Instado a desenvolver sua estética sobre a famosa ‘Canção dos Barqueiros do Volga’ (A. Alexandrov-O. Kolichev), inspirada numa pintura de Ilya Repin (ao lado), foi acompanhado pela ‘interrupção’ do violonista Denis Kolobov (hoje também maestro, à época estudante) que com o piano estabelece um breve diálogo, de imediato aceito pelo pianista americano...”.
Com tela e vídeo.

cabocoCantinho do ABC da Noite

Em salvador 2 de fevereiro é dia de Iemanjá, “de festa no mar”; em Itabuna, de Cabôco Alencar. Lá com direito a música e homenagens de seus adeptos; aqui, de abraço do alunado. E uma batidinha, que ninguém é de ferro!
Anedota, caro leitor, fica para a próxima semana!
Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum

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