Quando o tema se esgota em si mesmo, um rodapé pode definir tudo e ir um pouco além.
Adylson Machado
Calcinhas a meio-mastro
A foto que ilustra este rodapé não traduz condolência de japonesas à memória do cantor Wando. Mas, a cultura da verificação, em sede da disciplina escolar, para conferir se a meninada anda usando a dita cuja.
Afinal, em trajes quase sumários a ausência da peça pode gerar confusão ao pegar uma caneta no chão.
De novo?
Outro prêmio internacional para Lula. Desta vez uns trogloditas da Holanda, do Instituto Roosevelt, premiam-no por suas ações governamentais no combate à pobreza e desigualdades sociais.
Viajará em maio para recebê-lo.
Cumplicidade
Ouve-se a divulgação da morte de jornalistas na Síria, a bola da vez para a indústria da guerra em favor da geopolítica estadunidense para o Oriente Médio. Nenhuma palavra sobre o que está acontecendo na Líbia pós Kadafi.
Ali, apresentadora de tevê Hala Misrati foi assassinada na prisão, vítima de torturas e de estupros. Falam mesmo que sua língua foi arrancada. EUA e Europa confirmam a morte, mas silenciam. Como a mídia internacional.
Chama ainda a atenção os milhares de vítimas da vingança dos “rebeldes”. A existência de 8 mil vegetando em calabouços são relatadas pela ONU, Anistia Internacional e a ONG Médicos Sem Fronteira. (detalhes em www.tribunadaimprensa.com.br de terça 21).
E olhe o leitor que tudo ali começou com uma resolução da ONU para criar um espaço aéreo de proteção entre as forças de Kadafi e os “rebeldes”, naturalmente financiados por quem pretendia o petróleo líbio e seu fundo soberano.
A apresentadora gritava contra isso. Enquanto teve voz e língua.
São Paulo
Deu de entrar no anedótico. O judiciário já condenara morador de rua à prisão domiciliar. Desta vez um cachorro foi detido na desocupação da USP e em seguida liberado.
Dispensado da fiança. Cremos que pelo fato de que não latira quando da desocupação.
Debate
OAB defende punição de magistrados corruptos, recomendando a edição de uma lei que possibilite a exoneração de juízes que pratiquem ilícitos no desempenho de suas funções. É a opinião de Wadih Damous, da Seccional do Rio de Janeiro. (Detalhes em texto de Paulo Peres no www.tribunadaimprensa.com.br de quarta 15).
Aprovado
Câmara aprovou, no dia 2 de fevereiro, projeto que responsabiliza civilmente juízes por erros judiciais. A matéria irá ao Senado. (Detalhes em www.conjur.com.br de 2 de fevereiro).
Na Itália... na Itália!
Em fogo lento
Geraldo Simões começa a encontrar resposta à forma como defenestrou Miralva da Direc-7. Caso o esquecimento não tome algumas mentes indignadas.
Não por discurso de Miralva.
Proeza
Geraldo Simões conseguiu inverter um imaginário – que se construía na esteira dos “blocos do eu sozinho” existentes no PT local – de que Miralva Moitinho traduzia arrogância e prepotência onde se fizesse presente.
Arrogante e prepotente é a imagem que hoje muitos têm do deputado pela forma como afastou Miralva.
Não descurar que, para muitos, Miralva tornou-se vítima, traída por GS.
Itabuna não está só
Por aqui denunciam cidadão que enxergaria mas se aposentou por cegueira irreversível (que certamente foi concedida com apoio em perícia do INSS). No Rio de Janeiro há um ex-policial, aposentado por surdez aos 29 anos, que não tem nada de mouco. (Detalhes no blogue do deputado Anthony Garotinho).
É aquele Rodrigo Pimentel que anda pela rede Globo exercitando uma de comentarista em segurança.
Depois não descobrem as causas do déficit da Previdência!
Vício
O imbróglio em que se envolveu a Secult, inserindo em edital privilégios a militantes partidários – mais uma para ratificar Otávio Mangabeira de que “pense num absurdo e na Bahia já há precedente” – apenas escancara a dimensão em que se encontra a cultura baiana submetida ao tacão da política.
O “QI” tem gerado absurdos, até mesmo manutenção deste ou daquele dirigente – ainda que flagrado em corrupção – porque é indicação de político.
Nenhuma referência a Aldo Bastos, que vai se tornando um paradigma de honradez, honestidade e competência, pela circunstância de ser indicação de Geraldo Simões, a pedido da mãe do deputado.
Mas, com ele a imagem do governo Wagner não se afasta da corrupção.
Panela fervendo
Em São Paulo, diante da possibilidade de aliança do PT com o PSD de Kassab (Serra não se definia), a ex-prefeita paulistana e atual senadora Marta Suplicy considerou “pesadelo” a circunstância, a ponto de afirmar que corria “o risco de acordar num palanque de mãos dadas com Kassab” (Agência Brasil, no www.advivo.com.br de quarta 14).
Em Itabuna não há esse risco. Fernando Gomes não subirá(?) em palanque do PT. Apenas determinará a seus aliados que o façam, ainda que na turma do gargarejo.
Óbvio ululante
Nélson Rodrigues, não fora o excelente autor de clássicos para o teatro brasileiro (que o tem dentre os mais inovadores), deixou através de suas crônicas frases que se imortalizaram, como o “complexo de vira-lata”, para definir a submissão do brasileiro a tudo que viesse ou fosse do estrangeiro, e “óbvio ululante”, para explicar o que dispensava explicação, tão claro estava, incontestável e insofismável.
Nessa última categoria andam algumas candidaturas, ainda na fase do “pré”: Juçara, Azevedo, Leninha, Wenceslau, Roberto Barbosa, Vane, Acácia Pinho.
O que não ulula
Dos tantos pré-postos, se hecatombe não ocorrer, Azevedo (sujeito a trovoadas que passam pela Câmara), Juçara, diante do controle que o marido Geraldo Simões exerce sobre o PT e Wenceslau, pela circunstância de ser a eleição de 2012 um divisor de águas para o PCdoB (ser eterno coadjuvante ou assumir a cena como ator) são candidatos.
As demais não ululam tanto.
Prazo expirando
Escrevemos nestes rodapés que em dezembro de 2011 houvera reunião entre Fernando Gomes e Roberto Barbosa. FG, conselheiro, recomendou atuações objetivas e diretas de Roberto para consolidar sua candidatura, que deveria ser avaliada, em termos de avanço no imaginário do eleitorado, em março. Este março, prestes a iniciar, logo findará.
Não se sabe de avanços da pretensão de Minas Aço.
Parece-nos que caminha em céu de brigadeiro a possibilidade de o PP de Itabuna apoiar a candidatura do PT. Dependendo apenas do PT da praieira se acertar com Jabes Ribeiro.
Ainda assim, Fernando Gomes confirmará apoio ao PT. Afinal, se a Difusora foi caminho o que não serão alguns argumentos a mais?
Miralva x Josias
Ao que parece Miralva Moitinho não atua somente nos limites da província itabunense.
Miralva conversando com Josias. Pode nada ser adiantado, mas daí pode sair uma dobradinha para 2014.
Itororó
Mantida a expectativa existente em Itororó, da impossibilidade de registro das candidaturas de Edineu Oliveira e Marco Brito o grupo adversário do prefeito Adroaldo Almeida concentrará apoio na candidatura de Rita Oliveira, esposa de Edineu, já que dificilmente admitirá a de José Vitalino Neto.
Liderança maior
Geraldo Simões, afastados os métodos, é hoje a maior expressão da política regional e particularmente, de Itabuna.
Afastou Fernando Gomes da competição direta e lança as bases para consolidar um feudo de fazer inveja a coroneis do passado. Com o invejável detalhe: nesse instante está sozinho.
Enfrenta não a força de uma liderança (como FG, no passado) mas tão somente a divisão do bolo eleitoral. Sob esse prisma, a importância da eleição de 2012 para consolidar o posto.
Ocaso planejado
Fernando percebeu que se torna mais eficiente consolidando a vida privada sem sair da política. A coadjuvância lhe oferta, nesse instante, segurança material e estabilidade política como conselheiro. Torna, assim, a política em fonte de renda e não de gasto.
Tomou consciência de que o enfrentamento eleitoral em 2012 lhe renderia gastos (sabe quanto lhe custou para manter a candidatura em 2004). Ou seja, sem certeza de resultado positivo. Não fora riscos judiciais.
Sua renúncia ao processo se materializou com a venda da rádio Difusora, um pepino que somente assegurava o controle da informação para o desiderato político-eleitoral.
Dinastia
Geraldo define seu perfil de liderança – que se consolidará com a eleição da esposa – justamente por essa circunstância: alimentou Juçara como única pessoa competente dentro do PT para assumir uma candidatura.
Nisso Fernando Gomes nunca pensou. Das esposas, D. Neiva chegou a vereadora. Quando era ex.
Leitura
Temos que Miralva Moitinho se tornou peça inconveniente para Geraldo Simões. Seu afastamento da DIREC-7 faz parte da arrumação que GS pretende dar à base partidária. O que inclui a reformulação da Executiva do PT local.
Miralva, em que pese a solidariedade, não correspondia aos interesses de uma parcela de “blocos do eu sozinho” que encontram em Juçara a porta-voz e os tem como fundamental para o sucesso de sua empreitada.
Nesse particular, cabe registrar se a divisão em curso sustentará a candidatura do PT no enfrentamento a Azevedo.
Voltando aos arquivos... I
Concluindo a matéria posta na edição anterior, quando nos deparamos com fotografia ilustrando a matéria “Começam preparativos para centenário de Jorge Amado”, no Diário Bahia naquele fim de semana.
“Precisamos eleger alguém que tenha a coragem de extirpar da administração pública uma série de corruptos que ali está há décadas, vivendo de subornos, comissões, eventos sinistros”.
...
“Chega de puxar saco desse ou daquele candidato, visando um futuro cargo político. Fernando Gomes é passado, Geraldo Simões e família são passado, Ubaldo Dantas é passado, Azevedo é passado”.
Letras e Reflexão
Por Fernando Caldas
2º Caderno de Variedades, p. 8 da edição impressa do www.jornaldireitos.com.br SUL DA BAHIA, de 20 de outubro a 20 de novembro de 2011
Voltando aos arquivos... II
Diante de tamanha virulência, exposta um ano antes das eleições de 2012, estranhamos que o autor posasse como dirigente da FICC, justamente na administração Azevedo, um dos que possuem “as mesmas práticas dos velhos e centenários coronéis”.
Das duas uma: ou Azevedo mudou ou mudou o autor. Ou este foi convencido por aquele.
Fogo de monturo
Não sabemos até quando Geraldo Simões admitirá a atuação de Miralva Moitinho dentro do PT.
Como tem sido sempre vítima nestes últimos tempos aguardará a oportunidade de afastar Miralva. Principalmente quando a dirigente pode se tornar pé e mão de Josias Gomes no Diretório local.
Dois instantes
Quando do centenário de nascimento de Herivelto Martins (30 de janeiro), morre o filho, Pery Ribeiro. Dois ícones da música brasileira. O pai, dentre os grandes compositores; o filho, dentre os intérpretes.
Nossa homenagem a ambos, em dois instantes: “Garota de Ipanema”, de Tom e Vinicius (Pery foi o primeiro a gravá-la) e “Caminhemos”, de Herivelto.
Cantinho do ABC da Noite
Balcão sendo ocupado. Chegado o freguês, antes do pedido distrai-se saudando um e outro, envolve-se em conversa paralela. Logo depois se volta para Cabôco:
- Já serviu a minha, Cabôco?
- Por acaso sou Mãe Dinah para adivinhar qual a bebida ou o sabor que você quer?
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Adylson Machado é escritor, professor e advogado, autor de "Amendoeiras de outono" e " O ABC do Cabôco", editados pela Via Litterarum