DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Califado(s)
O
mundo vê-se estarrecido. O recente atentado em diferentes pontos de Paris (há
uma unidade neles, em razão da fonte) – e o número de mortos – demonstra a
insegurança do Ocidente diante de um fenômeno que – apesar de conhecido e
vigiado – não consegue ser evitado.
Para os que vivemos na banda ocidental do
planeta – assim nos fazem crer – tudo cheira a uma descabida agressão aos valores construídos no curso de séculos
onde inocentes são vitimados sem motivo aparente. Tudo visto como um ataque
insensato de gente oriental à civilização de outro lado.
As falas soam em torno
de concreta guerra de infiéis contra fiéis, do Mal contra o Bem.
E
tudo vem à tona – em nível de informação – como se brotado do nada, como se geração
espontânea o fosse.
Ao
largo a análise fria das causas. Em nenhum instante é posto na mesa do
raciocínio se a casa de lá já foi ou não atacada. Se inocentes de lá (como
daqui) foram vítimas de insensatez. De intolerante insensatez.
E
muito menos se a razão maior – o interesse de alguém – não está por trás de tudo,
como causa primeva do que acontece.
Talvez
se entendêssemos como reação melhor ficaria encontrar uma explicação para o
inexplicável. E caminhar para uma solução.
Triste
– muito triste, mesmo – que vidas inocentes se esvaiam pelas mãos de interesses
que as exploram.
Não
que busquemos encontrar justificativas comparativas. Mas, se as explosões que
geraram mais de uma centena de mortes em Paris fossem comparadas com as
explosões causadas através de ataques do Ocidente ao Oriente Médio em guerras
pré-elaboradas para corresponder aos interesses dos que dominam a ‘democracia
ocidental’ teríamos um placar de goleada em favor desta.
Onde
hoje o palco de um conflito maior (como já o foram – e ainda o são – outros pontos da região)
existiu um secular Império Otomano (1299-1922), que chegou a 5 milhões de Km².
Também denominado Califado ou Estado Islâmico a partir de 1517. Onde conviviam
todos os diferentes que ora se conflitam (cristãos, xiitas, sunitas, curdos, muçulmanos
vários), unidos em contribuir para o Sultão que os governava. Simplesmente foi
destruído no imediato do pós-guerra e suas áreas de influência rateadas entre França e Inglaterra.
Desfizeram o cadinho da unidade. Dividiram para controlar.
Há
um sonho de reunificação do Califado. Através dos meios de que dispõem os seus
artífices. Fornecidos pelo próprio Ocidente, quando lhe interessou. Uma coisa
assim como Bin Laden e a Al-Qaeda.
Vitimando, como vitimados.
Na
esteira da lembrança do Califado os muçulmanos todos: do Oriente Médio e da África.
Miseráveis ainda alguns milhões, enquanto saciados – às suas custas – os interesses de um milhar
de ocidentais.
Aí
as causas. Não tão remotas. Tampouco maniqueístas. Muito menos de luta entre Democracia
e Tirania.
Nada
pode justificar a morte de inocentes. Em guerras pré-elaboradas ou fora delas.
Nada pode justificar a barbárie: causadora ou causa.
A
tragédia de cada um I
A
sanha capitalista é o centro das tragédias da Humanidade. Da ocupação pela
hegemonia geopolítica à má utilização do meio ambiente.
Refletimos no rodapé acima em torno de uma das formas de tragédia.
Estamos vivenciando uma outra (não a primeira), em território brasileiro, decorrente da irresponsável conduta de empresas mineradoras em relação ao ambiente.
O desastre causado pela Vale do Rio Doce e a australiana BHP – docemente denominadas de Sanmarco – é de proporções inimagináveis. Populações afetadas em decorrência das regiões atingidas, economia regional destruída e sonhos levados no caudal da lama.
Cidade distantes de Mariana assustam-se com a extensão da tragédia, alcançadas pelos efeitos do rompimento da barragem de detritos. A ponto de um prefeito de uma delas, Neto Barros (PCdoB) – de Baixo Guandu-ES – promover a interdição da ferrovia Vitória-Minas, usada pela Sanmarco, até que venha o seu presidente explicar-se e ofertar concretas soluções para o drama.
Para compreender a extensão e gravidade do ocorrido, veja o leitor (foto abaixo) o quadro com que se apresenta o rio Doce em Vitória.
Se fosse isso não seria nada |
A tragédia de cada um II
A recuperação da região levará décadas e o meio ambiente jamais será revertido em 100% do que fora.
Denuncia o prefeito Neto Barros no Site Barra que a lama contém 'resíduos de manganês, arsênio e alumínio', que estão na água e serão causa de doenças várias, inclusive o câncer.
Hiroshima, Nagasaki e Chernobyl em outra extensão. Como mostra o vídeo.
A tragédia de cada um III
Não falta quem afirme que tudo ocorreu em razão de catástrofe natural, depois tremores. Comuns estes no país (como recentemente em Iguaí, Nova Canaã, Ibicuí e Itororó e, nos anos 60, em Ibicaraí).
Deslavada mentira. Caso tal versão fosse verdade não mais teríamos uma só hidrelétrica em pé.
Quem defende a irresponsabilidade da empresa mineradora certamente mais está para manter ocupados espaços de publicidade para a Vale do Rio Doce.
Que brevemente exibirá os benefícios que promove. Minimizando, ou anulando, os malefícios.
Que brevemente exibirá os benefícios que promove. Minimizando, ou anulando, os malefícios.
Repetindo o como age a imprensa mundial, pondo a democracia como álibi para a desmedida ambição de grupos capitalistas.
Vivemos, sim, a tragédia de cada um. Aqui e alhures.
Imediatamente
Cabia – para não afirmar “cabe” – ao Governo sustar a concessão da Vale e da estrangeira BHP, na Sanmarco.
Vivemos, sim, a tragédia de cada um. Aqui e alhures.
Imediatamente
Cabia – para não afirmar “cabe” – ao Governo sustar a concessão da Vale e da estrangeira BHP, na Sanmarco.
Imediatamente. Não perdendo a oportunidade de mandar apurar em torno das autorizações para a liberação de funcionamento da barragem de resíduos
Caso precise de orientação, dispense a do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e mire no exemplo do prefeito de Baixo Guandu.
Crise
A estúpida postura das apurações na Lava Jato – ao que parece, voltadas para arrebentar a Petrobras e não punir criminosos – tende a um desdobramento de pior resultado: crise bancária, em decorrência da inadimplência dos que dependem da estatal e estão sem receber e não terão como honrar os compromissos, em razão dos impedimentos estabelecidos judicialmente. É o alerta de Luiz Gonzaga Belluzzo – entre outros.
Ferrovia
Há
quem não acredite. Gente que brinca com a capacidade de outros interesses
internacionais competirem na América Latina além dos estadunidenses.
A China já deu o primeiro passo; agora a Alemanha ensaia o mesmo bordão: ferrovia bi-oceânica.
A China já deu o primeiro passo; agora a Alemanha ensaia o mesmo bordão: ferrovia bi-oceânica.
Do Sputinik – "Uma comissão especial da
Alemanha chegará à Bolívia em janeiro do ano que vem para avaliar a construção
da ferrovia bi-oceânica e chegar ao Peru através da Bolívia - garantiu o
presidente Evo Morales".
Enquanto TCU e quejandos vão retardando a ferrovia Oeste-Leste - e sua ligação com o Porto Sul - o Brasil vai alimentando seus projetos.
Os que atrapalham o Porto Sul não enxergam o mapa.
Sentados
É o que se presume que façam os advogados do filho de Lula, que protocolaram representação junto ao Ministério da Justiça para apurar vazamento em processo que corre em sigilo.
Muito melhor acreditar em mula sem cabeça do que na atuação de José Eduardo Cardozo.
Perdendo
utilidade
Há
um cheiro de podridão no ar. Ao que parece, no instante em que começam a aparecer
nomes do tucanato e quejandos na Lava Jato trabalha-se para aprofundar as
nulidades. No fim, até Eduardo Cunha se beneficiará.
É o que se pode depreender (não pela primeira vez) do quanto exposto por Jânio de Freitas em Pendência inesperada, na Folha, a partir do protagonismo de Procuradores da República em busca de holofotes... e material para vazamentos.
De útil na Lava Jato restará sua manipulação político-partidária.
Da
Câmara e de outras homenagens
O
juiz Sérgio Moro atende a convocações de João Dórea Jr. – pré-candidato do PSDB
à prefeitura paulistana – e da imprensa sensacionalista – Globo, Veja, Isto É,
Época etc. –, sindicato de empresários da construção civil, expondo-se a
situações que beiram o ridículo, como comparecer a um lançamento editorial onde
foi ‘agraciado’ com a elaboração do prefácio.
Ao
recusar homenagem da Câmara dos Deputados – sobejas razões quando a observa a
partir de parcela considerável dos representantes da casa – assegura a certeza de que seus atos são de
natureza político-publicitária.
Faz o jogo da mídia manipuladora.
Isto porque, a recusa atende ao jogo que faz com a mídia. Esquece de que a instituição tem
representantes mas não se define por eles. A Câmara é expressão de uma
instituição da República. Diferentemente de Veja, Globo, políticos e quejandos.
O
juiz Moro – que se apresenta como paradigma institucional para eliminar a
corrupção no Brasil – recebe homenagem de sonegadores (como a Globo) mas se recusa a
receber de uma instituição da República.
Concordaríamos
com a sua recusa se também já o tivesse feito em relação aos anteriores.
Mas,
não é o caso.
Antônio Lopes
No colo da irreverência com o cotidiano à sua volta o macuquense Antônio Lopes voltará a nos brindar com o lançamento de "Com o Mar Entre os Dedos" em sua Buerarema tolstóica, de onde brota a universalidade de seu texto.
Na próxima sexta 20, na
Casa de Cultura Jonas & Pilar, praça Cristovaldo Monteiro, 21, às 18h30min.
Que será pequena para os tantos que admiram Lopes.
a.M.
– d.M.
O ex-superintendente da CEPLAC, Juvenal Mainart recebeu homenagem da Universidade Federal do Sul da Bahia por sua atuação, à frente do órgão que dirigiu, em relação ao que estabeleceu de vínculo entre a UFSB e a CEPLAC.
Certamente um ponto para aquele por nós aventado a.M - d.M.
Leitor
de muitas histórias
Gervásio
Santos descansou deste mundo. Cansou dele, melhor diremos. De tempos outros fez
histórias e sua vida é uma história por contar.
Itabuna
vai perdendo sua história viva a cada Gervásio que se vai. Sem registro, como a
sua arquitetura histórica.
Em Coimbra
O professor José Orlando de Carvalho tem hoje as suas obras no catálogo da Universidade de Coimbra, em Portugal.
Certamente não as tem na Universidade Estadual de Santa Cruz, onde lecionou por mais de 20 anos.
Mais fácil por a sua marca/mão na Faculdade de Direito da secular Coimbra que na UESC, marco físico da inspiração que o eleva ao panteão dos maiores processualistas brasileiros vivos, tamanho o conteúdo revolucionário de seu pensamento jurídico.
Apenas para lembrar
Enquanto o mundo se constrói em tragédia ficam-nos os poetas que musicaram os seus sonhos de vida planetária, aqui expostos através de "Brothers in Arms" e "Imagine".
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