DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Cozendo
o galo
Nomeie-se
o galo de Turquia. Bem analisa J. Carlos de Assis a histórica paciência dos
russos: “Foi
assim com Carlos XII da Suécia, com Napoleão e com Hitler. Os mais notáveis
comandantes militares russos, o Marechal Sucorov, que derrotou Napoleão, e
Marechal Zhukov, que derrotou Hitler, ganharam suas medalhas mais
significativas usando o recurso da paciência.”
Até porque – em nível da geopolítica regional – a
área de conflito está sob atenção direta da Rússia, em razão do posicionamento
estratégico em relação ao seu território.
Alerta
Apesar
de causar em torno de 5.000 óbitos anualmente pouco se sabe sobre a bactéria Legionella. Com sintomas parecidos com os da pneumonia sua percepção é difícil. Daí o alerta de especialistas.
O perigo oculto no lava-jato
“As reportagens devem sempre consultar pesquisadores” recomenda Bensoussan, que acrescentou: “a imprensa tem que tomar cuidado.” Contrariamente ao difundido, a bactéria pode estar em qualquer aerossol ou vapor de agua, e na lista preta entram chuveiros, fontes decorativas, jacuzzis, parques aquáticos, umidificadores de ar, torres de resfriamento utilizados na refrigeração e máquinas de lava-jato.
Os especialistas não se cansam de afirmar que no ano de 2013, quando no Brasil ocorreram 387 mortes por dengue, 4.600 por tuberculose e 41 de malária, pela “desconhecida” Legionella teriam morto em torno de cinco mil pessoas. Os idosos com problemas respiratórios e fumantes formam o maior grupo de risco. Mortes, custos médicos, absenteísmo em escolas e trabalho poderiam diminuir sensivelmente com mais informação. A única prevenção possível é evitar a sua proliferação nos ductos de água. Infelizmente, análises de amostras de água de todo o Brasil, mostram um percentual de 15% de resultados positivos para a bactéria.
Uma busca no Google, permite conferir facilmente o pouco destaque que a mídia brasileira tem dado ao problema que acaba com 13 vidas por dia no país, nos cálculos mas otimistas. A imprensa pode colaborar de diversas maneiras. Uma é simplesmente publicando notícias que atraiam a atenção do público e dos responsáveis. Em tese, a difusão de informações sobre a legionella poderia fazer pressão para que o Ministério da Saúde aborde o assunto de forma proporcional à sua importância. Os hospitais no Brasil não identificam o tipo de microrganismos que causa febre ou pneumonia, e se fosse feita a identificação, seria mais fácil localizar surtos ou regiões com problemas de proliferação da bactéria.
Uma busca no Google, permite conferir facilmente o pouco destaque que a mídia brasileira tem dado ao problema que acaba com 13 vidas por dia no país, nos cálculos mas otimistas. A imprensa pode colaborar de diversas maneiras. Uma é simplesmente publicando notícias que atraiam a atenção do público e dos responsáveis. Em tese, a difusão de informações sobre a legionella poderia fazer pressão para que o Ministério da Saúde aborde o assunto de forma proporcional à sua importância. Os hospitais no Brasil não identificam o tipo de microrganismos que causa febre ou pneumonia, e se fosse feita a identificação, seria mais fácil localizar surtos ou regiões com problemas de proliferação da bactéria.
Cartel
Prova
nada fácil de ser obtida: a de que houve conluio para o ajustamento dos preços.
O grande confronto ocorre com a ‘liberdade de mercado’. Sob esse prisma vendo por quanto quiser, compre quem o puder.
A
dificuldade de materializar o crime e indiciar os criminosos por sua prática
reside justamente em provar o conluio deliberado.
Mas
a PF, o MPF e o Cade dizem-se satisfeitos com as investigações em relação ao
cartel de combustíveis no Distrito Federal, segundo matéria de Bárbara Mengardo para o Jota.
Até que enfim!
Na última quarta 25 a Norte Energia anunciou haver conseguido a Licença de Operação da Usina de Belo Monte, concedida pelo IBAMA.
Reduz-se mais ainda o risco de um apagão, como aquele ocorrido entre 2001/2002, no tempo de FHC.
Tardou, mas chegou!
Militares
da Democracia
A
redemocratização não fez, ainda, a justiça que inúmeros fardados ao tempo do
golpe civil/militar merecem. Até porque poucos – quem? – hão de lembrar da
postura do capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, o “Sérgio Macaco, do PARA SAR” (falecido em 1994, aos 63 anos), em não atender ao que pretendia o Brigadeiro João Paulo Burnier e
explodir, em 1968, o gasômetro do Rio de Janeiro (uma tragédia que geraria em
torno de 100 mil mortos) para jogar a culpa nos comunistas e gerar um banho de sangue
inominável para fortalecer a linha dura do golpe.
Enquanto
a Pátria não lhes faz Justiça, documentários como o "Militares da Democracia: os militares que disseram Não", de Sílvio Tendler, para a TVBrasil, alimentam
a História.
Delcídio
O
PT mais uma vez toma na cabeça por admitir qualquer um em seus quadros. Basta
querer assinar a ficha – quando não convidado – para esquecer o partido de suas
‘históricas’ exigências em passado não tão recente para admitir uma filiação.
Para
compreender a trajetória político-ideológica de Delcídio do Amaral basta uma
consulta ao Wikipédia. Compreenderá – inclusive – porque o senador apóia José
Serra no desmonte da participação da Petrobras no pré-sal: trabalhou para a
Shell por dois anos, na Europa, e fez parte da diretoria de Energia e Gás da
Petrobras quando FHC dirigia o país, com ‘louvável’ iniciativa de trazer
Cerveró e quejandos para a estatal (lá nos tempos de FHC, que o juiz Sérgio Moro não
quer ver).
Saia
justa
A
influência do banqueiro André Esteves sobre a mídia é fato sabido e consabido.
Que farão seus acólitos diante dos fatos denunciados?
Tremenda
saia justa!
'Não
contavam com minha astúcia'
A
prisão do senador Delcídio do Amaral não poderia ser prato melhor para a mídia
exaltação: um líder do Governo teve a prisão decretada – e confirmada pelo
Senado.
Não
é assim ‘qualquer coisa’ para o Governo – e a Presidente – que o tinha em
grande conta.
Mas
– sempre surge um mas – o estrago vem
à cavalo, como vingador em faroeste: já pululam as origens e tramóias do
senador. Desde os tempos gloriosos em que comandou diretoria da Petrobras no
governo FHC.
A
verdade – de tanto selecionada – que atingia um lado só tomou a iniciativa de
alcançar o outro lado e está a dizer – como aquele Chaves/Chaolin: não contavam
com minha astúcia.
Contorcionismo
O manipular a informação é flagrante na mídia. Por exemplo: em que
pese Delcídio do Amaral ter começado a sua carreira no PSDB, indicando Cerveró e
quejandos, a sua condição circunstancial de estar no PT leva o noticiário a
frisar somente este aspecto.
A ponto de o Jornal da Band falar em “preocupação” do PT com delação de Delcídio. Ou seja, nada de PSDB e FHC é publicado, ainda que a gravação em que se sustenta a matéria não deixar margem de dúvida.
A ponto de o Jornal da Band falar em “preocupação” do PT com delação de Delcídio. Ou seja, nada de PSDB e FHC é publicado, ainda que a gravação em que se sustenta a matéria não deixar margem de dúvida.
O
Boechat da rádio Band difere daquele do Jornal. O que diz pela manhã (vídeo) não
edita à noite.
Contorcionismo
editorial do Grupo Bandeirantes
Os amigos I
A imprensa insiste – para vincular – em citar Bumlai como “o amigo de Lula”.
Poderia aproveitar e citar Galvão Bueno, João Carlos Saad (do Grupo Bandeirantes) e Beto Mansur.
Os amigos II
Por outro lado a imprensa evita – ou não tem interesse – exibir os amigos do banqueiro Esteves. Dentre eles, Aécio Neves – com lua de mel custeada pelo próprio no Waldorf-Astoria.
Não pode ser considerada de outra forma a postura editorial da Folha de São Paulo em relação a fatos que vinculam a instituição e o pecuarista Bumlai.
Para melhor entender acesse A Folha errou
Bandidagem II
Mais bandidagem. Veja o leitor os envolvidos e a relação que mantêm entre si aqui.
Citados
O
inusitado – à luz deste ‘não contavam com a minha astúcia’ – é o fato de que os
também citados ministros do STF, dentre eles alguns determinando a prisão do
senador Delcídio, além de cometerem deslizes em relação às garantias constitucionais
(que a eles cabe defender e preservar) trataram de proteger sua própria casa (a
de cada um referido).
Afinal,
o crime não é inafiançável, tampouco flagrante haveria (os pressupostos
que assegurariam a efetividade da prisão).
Não
bastasse – por mais irônico que possa parecer – a decisão da Turma do STF se
baseou numa gravação ilegal, porque não autorizada judicialmente.
E
Delcídio não tem a quem apelar.
Confissão
O
argumento de que havia risco de a investigação ser prejudicada e de fuga de um
envolvido chega a ser pífio e desmoralizante em relação aos órgãos de polícia e
investigação do país.
Afinal, se você (Polícia Federal) já sabe – em razão da
gravação – que alguém pretende fugir e o prende para evitar o risco temos de
reconhecer uma confissão de incompetência em ‘acompanhar’ o pretenso fugitivo através
de uma simples campana.
Mais
grave e singularmente interessante: o pretenso fugitivo está preso.
Falando
pelos cotovelos
Perdeu
a oportunidade de manter a postura de julgadora a ministra Carmen Lúcia, quando
– a exemplo do colega Gilmar Mendes (que parece andar fazendo escola) – deu de
aproveitar a oportunidade para uma ‘declaração política’ em seu voto pela
prisão do senador.
Ah! Se viesse à tona!
Ah! Se viesse à tona!
Serra
procurou Delcídio, cercando-o para proteger Preciado, o artífice de negócios da
Petrobras na África antes de 2003 (período FHC).
Ainda que tenha, ao lado do PSDB, larga proteção da imprensa a coisa não anda tão tranquila assim!
Quem salva a turma – até agora – é o juiz Sérgio Moro, para quem antes de 2003 nada vem ao caso.
Para melhor entendermos todo o imbróglio ouçamos a íntegra do áudio de Delcídio, gravado por Bernardo Cerveró, falando dos 'negócios' e 'influências'.
Negócio rendoso
A considerar o número de vazamentos tem-se que – já que são remunerados – tornou-se um negócio rendoso.
O erro
Tucano
preso só quando deixa o partido e vai para o PT. Em relação às práticas,
Delcídio apenas mantinha a coerência com o passado e suas origens.
A plateia I
A plateia I
Temos
que o juiz Sérgio Moro tem razões para comparecer a eventos privados censuráveis:
afinal, carece de público. Como não encontra no mundo jurídico apoio para suas
aberrações vai buscá-lo na mídia que ataca o Governo e, justamente, aliada de
seu projeto discriminativo de apuração
Uma indagação se impõe: encontraria holofotes na mídia se apurasse em torno de tudo que já ouviu, incluindo o período de FHC?
Suas declarações em mais um evento privado – do qual deveria declinar, como o fizera, pelo menos, em relação à Câmara dos deputados – contribuem para o universo dos que tratam o Estado de Direito como ‘meu Estado de direitos’.
Uma indagação se impõe: encontraria holofotes na mídia se apurasse em torno de tudo que já ouviu, incluindo o período de FHC?
Suas declarações em mais um evento privado – do qual deveria declinar, como o fizera, pelo menos, em relação à Câmara dos deputados – contribuem para o universo dos que tratam o Estado de Direito como ‘meu Estado de direitos’.
Criticar, na condição de juiz, uma lei recém aprovada, que assegura ao ofendido pela mídia o mínimo sagrado
direito de resposta, não depõe por fazê-lo um juiz pela Democracia.
Ao
dizer o que a plateia quer ouvir o torna limitado em suas convicções, medíocre
como magistrado. E – psicanaliticamente – sublimando decepções ou – como diria
o caboclo – querendo aparecer.
A
platéia II
Moro
recebendo homenagem da imprensa que paga pelos vazamentos que saem de sua
jurisdição mais está para a hipótese de um juiz de futebol receber homenagem do time da casa no intervalo do jogo.
Dúvida
atroz
Com
o (re)surgimento – mais uma vez – do nome Gregório Marim Preciado (carimbada
figura ligada a Serra e ao PSDB) a dúvida que nos acomete é se para o juiz
Sérgio Moro vem ou não ao caso apurar em torno de tão ilustre personalidade.
Pode temer as ligações perigosas entre eles e aquele FHC de tempos não tão esquecidos, onde “A Privataria Tucana” imperou e deixou profundas raízes.
Pode temer as ligações perigosas entre eles e aquele FHC de tempos não tão esquecidos, onde “A Privataria Tucana” imperou e deixou profundas raízes.
Detalhe
A
prisão de Delcídio deixa-o livre do juiz Moro. Mas suas declarações refletirão
– necessariamente – na Lava Jato, nela inserindo tucanos de alto coturno.
Aguarde-se
o jogo de cintura de Moro ‘não vem ao caso’.
Cadastro de reserva
Ainda que não indiciado na Zelotes o filho de Lula passa a integrar o ‘cadastro de reserva’. É o que deixa a entrever a Folha, em reprodução no GGN.
Ainda que não indiciado na Zelotes o filho de Lula passa a integrar o ‘cadastro de reserva’. É o que deixa a entrever a Folha, em reprodução no GGN.
Quiá-quiá-quiá-quiá-quiá...
Para o juiz Sérgio Moro a prisão do pecuarista Bumlai
tem o condão de ‘preservar Lula’: “fatos da espécie teriam o potencial de
causar danos não só ao processo, mas também à reputação do ex-presidente, sendo
necessária a preventiva para impedir ambos os riscos”.
Quanta
bondade! Quanta preocupação!
Me
engana que eu gosto
Ultrapassada
a gargalhada – motivada pelo espírito de caridade cristã que norteia o juiz
Sérgio Moro – quem melhor analisa as declarações do magistrado – até por
conhecer os seus íntimos pensamentos, vazados não tão de vez em quando – é o
Merval Pereira:
“Antes
de representar um atestado de inocência de Lula, as ressalvas com relação a ele
feitas pelo juiz Sérgio Moro na decretação da prisão do pecuarista José Carlos
Bumlai significam que ainda não foi possível chegar a uma prova concreta que
determine com firmeza o envolvimento do ex-presidente nos fatos que estão sendo
investigados, embora ele seja presença freqüente nas colaborações premiadas e
sujeito oculto nas tramas que estão sendo reveladas.”
Tudo, pois, é uma questão de tempo. Assim interpretamos.
Muito provável entre o Natal e o Reveillon de 2015, 2016 ou
2017 – eis o sonho.
Merval
acertou na mosca das intenções – em nada de amor e carinho – do Sérgio Moro.
Para
o magistrado das confrarias com a oposição ao PT, Lula, Dilma e Governo o
tradicional: “me engana que eu gosto!”
Razão para se preocupar
A ‘preocupação’ do presidente do PT na Bahia,
Everaldo Anunciação, de que não há com que se preocupar em relação ao
ex-presidente Lula a partir da Lava Jato, partindo do ‘axioma’ Sérgio Moro
deixa-nos à deriva.
Primeiro:
porque não vemos como haver preocupação com investigações contra Lula (ou outro
cidadão qualquer) se inocente o é.
Segundo,
a declaração atesta inocência em relação ao que pretende Sérgio Moro: prender
Lula. Assim que – ainda que sob um ‘domínio do fato’ qualquer – encontrar/fabricar
indícios certamente o fará.
Demais
disso, Everaldo esqueceu de ler o porta-voz de Sérgio Moro: Merval Pereira.
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