DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Argentina
Não
se deve negar que a eleição de Macri na Argentina vai realizando os sonhos
neoliberais de alguns brasileiros, que esperavam em Aécio o seu mágico e redentor.
A
recente atitude dos hermanos foi dispensar os médicos cubanos do programa Mais
Médicos de lá. Que – como aqui – trabalhavam onde os de lá – como os daqui – não queriam servir.
Há
gente exultante por aqui.
Laboratório de nosferatu
A
Argentina vai funcionando como laboratório para o decadente neoliberalismo.
Típico laboratório de nosferatu, palavra aqui posta em sua significação românica, como sinônimo de vampiro.
Para quem deseje sentir o clima pode buscar os filmes homônimos de Friedrich W. Murnau (1922) e Werner Herzog (1979).
A banca exulta.
O filme perfeito
Nos
tempos do ‘milagre econômico’ na ditadura a mensagem do dia era ‘fazer o bolo
crescer para depois distribuir’.
Ao lado, sustentando tal política no
imaginário da população, como mantra da elite, o famoso ‘ensinar a pescar é
melhor que dar o peixe’. Vinculando o ensinar a pescar com o fazer crescer o
bolo chegaríamos à perfeição na distribuição de renda.
Quarenta
anos são passados. O mantra se repete a cada instante. Temos mais de 600 bilhões
de dólares escondidos no exterior e anualmente a sonegação beira outro meio
trilhão de reais.
Não
precisamos ir longe para compreender quem fica com o bolo. Ainda que o povo
tenha aprendido a pescar.
Até os indiozinhos de colo!
Em
nosso Amendoeiras de Outono (Via Litterarum) um dos personagens, aboletado em
Paris, por lá sempre ouve que somos descendentes "dos 'irresponsáveis' perante a mata e o índio: – se a este matam, àquela extinguem."
Doída
realidade. Já dizimaram praticamente os povos indígenas. Pela fome, doenças e
aculturação.
Passam à conclusão pelo extermínio direto.
Como fizeram com a
criança índia Kaingang, de dois anos, no município de Imbituba-SC, conforme denúncia do CIMI-Sul; degolada enquanto era amamentada dentro de
uma estação rodoviária.
Em avançado estágio a destruição da biodiversidade. E de roldão, a fauna
primitiva: índio.
A
ilusão
O
não-sujeito de direitos preenche considerável parte do universo adolescente
brasileiro. O ordenamento jurídico – capitaneado pela Constituição Federal –
outorgou-lhe garantias várias. Dentre elas – a mais elementar e primordial – o direito
à vida e à liberdade de ser e viver como criança e adolescente. Na esteira, a
educação.
Na
sociedade excludente – por vocação e princípios – onde o indivíduo não passa de
peça de reposição na massa uniforme da força de trabalho para corresponder à
máquina coordenada pelo capital, negar o menor dos direitos à criança e ao
adolescente corresponde a torná-lo inexistente, porque nunca chegará àquela utilidade.
E não chegando jamais se tornará parte desta
sociedade.
A saída – dolorosa – é buscar quem o reconheça, enquanto vida ainda
tiver.
Amparando-o, o crime, o único que o reconhece útil.
Esclarecendo
Bastante
singular o que está ocorrendo no seio da Operação Zelotes (e seus promovidos
desdobramentos). Os senhores investigadores esqueceram-se – pelo menos por
conveniência ou desinteresse – de vazar informações (certamente por falta de
algum petista entre os apurados) em torno do real objeto daquela operação:
definir autoria e indiciar os responsáveis pelo escândalo que envolve prejuízos
de cerca de R$ 20 bilhões para o Governo.
Esqueceram-se do Bradesco, do Bank
Boston, do Pactual, do Santander, do Itaú, do Safra, da Gerdau, da Ford, da
MMC-Mitsubishi, da RBS (Globo), etc. etc. e cuidam de ‘apurar’ vantagens
obtidas por parlamentares para a aprovação de Medidas Provisórias.
Para
tanto o ex-presidente Lula foi convidado a esclarecer em torno de fatos
envolvendo a edição de Medidas Provisórias que desoneraram empresas.
O
que falta esclarecer
Lula
esclareceu. Não custa agora o brasileiro comum cobrar da Polícia Federal, e seus
delegados, bem como do MP, do Judiciário, o "esclarecimento" – à
sociedade que paga seus gordos salários, como funcionários públicos que são – do
porquê da guinada da operação Zelotes em relação a seus objetivos originais.
A
operação já em abril de 2014 se arvorava em apurar até as últimas consequências
o que começou com a venda de "soluções mágicas" dentro do CARF, órgão
de apoio a Receita Federal, com vários empresários gordos do Brasil, bem como
bancos, rede de televisão, e um monte de gente graúda envolvida, e que agora descamba
para uma suposta investigação sem pé nem cabeça.
Limites (ou a falta de...)
Queremos
crer que se trate de uma montagem veiculada por algum irresponsável na
internet.
O outro lado
De
postagem/comentário do delegado da Polícia Federal Armando Rodrigues Coelho Neto
no blog de Marcelo Auler:
“Sr.
Repórter. Sou contra o impeachment da presidente. Como delegado federal atesto
que a PF vive seu melhor momento. Só Dilma, entre 2011/2014, aprovou 13 normas
pró PF. A citação ao meu nome está truncada. A PF não está lutando contra a
corrupção e sim contra o PT. A campanha salarial está contaminada pelo clima de
golpe. Os delegados têm feito uma avaliação equivocada do momento político e
descontextualizado, seja da crise mundial, da crise nacional e
descontextualizada no tempo. Afinal, não comparam passado e presente. Usam a
LAVA JATO como chantagem, mas a democracia sobreviverá”.
Para não esquecer
Há coisas que não podem cair no esquecimento. Por mais amparados que estejam os atores principais.
Insaciabilidade
No
entanto imaginar-se insuscetível de contingenciamento – quando até a Saúde e a
Educação sofreram cortes – é imaginar-se ou sentir-se a ‘dona da bola’.
Assim
caminha esta terra de São Saruê. A Polícia Federal quer autonomia total.
A
grita da PF por mais recursos não destoaria da realidade se não estivesse ela
exercitando sua atividade em dimensões como nunca antes.
O
número de operações confessa a melhoria/aumento de recursos alocados pelo Governo para a PF.
Chapéu
alheio
A
‘ajuda’ da Veja pode complicar o juiz Moro, divulgando o que ele dispôs (depósito
judicial) quando não podia dispor.
Mas
– talvez – para quem compete apurar ‘não venha ao caso’.
A ‘bondade’ do juiz
Sérgio Moro para com a PF no Paraná cheira a esmola roubada de chapéu alheio.
Dinheiro havia
A 'ajuda' do juiz Sérgio Moro decorreria (no condicional, mesmo) da falta de recursos para a manutenção de veículos. Tal não ocorria, demonstra-o Fernando Brito no Tijolaço. Que observa:
"Mas
creio que está mais do que suficiente – e existem mais valores – para
demonstrar que há algo de muito estranho com este chororô de que o Governo,
malvado, não dava verbas para manter os carros da PF paranaense e os delegados
da Lava Jato tiveram de ir passar o chapéu diante do juiz Sérgio Moro que,
embora “não sendo apropriado”, liberou recursos sob sua guarda para evitar o
colapso da operação".
O homem (Moro) ou anda mal orientado ou mal intencionado, a ponto de cometer um ilícito para beneficiar a turma insaciável.
O mais grave
Para Fernando Brito, em "Documentos: Moro tirou da própria cabeça 'urgência' e ameaças a Lava Jato", todo o 'enfeite' moriano saiu de sua própria mente.
Inclusive a alusão – desnecessária – à Lava Jato.
Stalinismo I
O mais grave
Para Fernando Brito, em "Documentos: Moro tirou da própria cabeça 'urgência' e ameaças a Lava Jato", todo o 'enfeite' moriano saiu de sua própria mente.
Inclusive a alusão – desnecessária – à Lava Jato.
Stalinismo I
Muito
de desgraça já aconteceu neste país sob a égide da guerra fria. Pensar
contrariamente ao consenso nascido nos EUA e levado ao planeta pela CIA
constituía crime de lesa-majestade. Todos comunistas.
E por tal razão muitos
não só presos, também torturados e mortos.
A prisão de ‘comunista’ poderia
constituir-se na sua sentença de morte. Coisa assim, tipo stalinismo – o método
pelo qual uma prisão ou julgamento já tinha antecipadas a sentença e a execução;
bastava ser adversário. O processo instaurado dele já se sabia o resultado.
Polícia só
tem autonomia em ditadura. Quando age no modus operandi stalinista.
Stalinismo
II
O
stalinismo em regime democrático somente pode ocorrer à luz da ausência de
comando, de desrespeito à lei. Assim têm agido alguns policiais e delegados
federais.
Mas,
na falta de comando, a bagunça se torna ‘lei’.
Como bem observa Paulo
Henrique Amorim em comentário em sua TVAfiada, a proeza de José Eduardo Cardozo
é haver transformado a Polícia federal num DOI-CODI em plena democracia.
Apareceu a Marina
Não a Margarida, como diz a canção. Marina Silva aparece para defender a cassação da chapa Dilma-Temer por possível recebimento de recursos de propina para a campanha.
Não lembrou – ou deixou de aproveitar a oportunidade – de informar a quem pertence o jatinho que a conduzia na campanha política até a morte de Eduardo Campos.
E – para mostrar quão límpido era o seu dinheiro de campanha – explicar aquele jogo contábil que fez transferir R$ 2,5 milhões da conta pessoal de Eduardo Campos (depois de morto) – valores superiores a cinco vezes ao que declarara ao TSE – para os gastos de sua campanha em 2014.
Lição não aprendida
Lição não aprendida
A
situação por que passa o jornal O Estado de Minas é gravíssima. Assim que ficou
um ano longe da cornucópia do poder capitaneado por Aécio Neves/PSDB se viu no que sempre foi: um nada, que só vivia como dependente de recursos públicos.
A
lição pode ser levada a outros veículos de comunicação
Quem
nunca exerceu a lição governamental foi o Governo Federal.
Licitação questionada
Robenilson Torres – vice-presidente do Conselho Municipal de Transportes de Itabuna – questiona em artigo publicado no Pimenta o processo licitatório para o transporte urbano itabunense lançado pelo Município.
Sua análise decorre do fato da inserção dos critérios "Melhor proposta técnica" e "Menor tarifa de remuneração' concomitantemente, fato que – na forma do art. 46 da lei geral das licitações (8.666/93) – somente poderia ocorrer exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual.
Assiste razão a Robenilson.
Bastaria o Município exigir a 'melhor proposta técnica' para todos e – dentre os que a apresentarem em igualdade – vencedor seria o que oferecesse a 'menor tarifa de remuneração'.
Simples assim. Evitaria suspeita de possível interpretação subjetiva em torno da 'proposta técnica' para assegurar a alguém desvantagem, ainda que apresente 'menor tarifa'.
Estrela
branca
O
símbolo do Partido dos Trabalhadores é uma estrela vermelha. Impregnado no
imaginário popular (ou de parte dele) pela força de ações do Governo Federal.
Não
tenhamos dúvida de que a ‘estrela’ deu de amarelar. E brevemente será branca.
Ou seja... nada.
Mas
o ministro amarelado, José Eduardo Cardozo, permanece no trabalho de
branqueamento.
Não faltando o apoio da presidente Dilma... que aproveita as horas vagas para escrever artigos para o ‘”Opinião” da Folha de São Paulo.
Não faltando o apoio da presidente Dilma... que aproveita as horas vagas para escrever artigos para o ‘”Opinião” da Folha de São Paulo.
Licitação questionada
Robenilson Torres – vice-presidente do Conselho Municipal de Transportes de Itabuna – questiona em artigo publicado no Pimenta o processo licitatório para o transporte urbano itabunense lançado pelo Município.
Sua análise decorre do fato da inserção dos critérios "Melhor proposta técnica" e "Menor tarifa de remuneração' concomitantemente, fato que – na forma do art. 46 da lei geral das licitações (8.666/93) – somente poderia ocorrer exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual.
Assiste razão a Robenilson.
Bastaria o Município exigir a 'melhor proposta técnica' para todos e – dentre os que a apresentarem em igualdade – vencedor seria o que oferecesse a 'menor tarifa de remuneração'.
Simples assim. Evitaria suspeita de possível interpretação subjetiva em torno da 'proposta técnica' para assegurar a alguém desvantagem, ainda que apresente 'menor tarifa'.
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