O 2016 começa finar-se. Nada dele mais se espera. Os projetos individuais, congelados, na insegurança do dia de amanhã. Insegurança que passa a ser um componente do cotidiano.
Desemprego alcançando patamares de Grécia, Portugal e Espanha na crise. Dos oficiais quase 12% de desempregados tem-se que o número é bem maior. Beira os 20%.
Indústria aprofundando a retração. Comércio rezando para que a queda nas vendas não mais se acentue além do que já acontece.
O ano acabou-se. O desencanto se apossou do que antes era esperança de dias melhores e ocupou – parece que de vez – a leva de desvalidos que vai se formando país afora.
Falta de dinheiro é a palavra da vez. No mundo dos particulares. e dos governos.
Nada está acontecendo por acaso. O projeto posto a andar vai obtendo sucesso. Para os mesmos. Que se diziam prejudicados com ganhos reais de salário mínimo e distribuição de renda.
O ano poderia acabar hoje. Não seria percebido.
Malhando em ferro frio
Estamos resistindo a fechar o
espaço. Não por falta recursos financeiros porque – como o percebe o leitor – não o vendemos. Mas, fundamentalmente, por desencanto.
No país controlado – ao modo
1984 ou Admirável Mundo Novo, sem qualquer perspectiva literária – estamos na
viela do resistir até quando?
Mas, continuaremos.
Papa Francisco I
Não salvamos o homem, a
humanidade. Mas os bancos. Na crise entre um e outro a ação governamental
privilegia os últimos.
Papa Francisco II
Nos “olhos das crianças” nos campos de
refugiados a “bancarrota da humanidade” –
diz o Francisco.
Que a Igreja Católica neste Brasil ponha em
prática as palavras do Papa.
E muitos de seus setores renunciem ao ganho
material como construção do espiritual.
Teatro do absurdo
Ainda que invertendo o ônus da
prova – como pretensão de defesa – o escritório que defende o ex-presidente
Lula se vê diante do absurdo: não há prova na acusação, mas nem mesmo posso
provar que sou inocente.
PPP
Nota do portal Lula.com.br
ironiza a masturbação por que passa o ex-presidente sob o condão da espúria
relação Ministério Público-Globo-Judiciário, denominando-a de parceria público privada.
Sem esquecer de inseri-la no
processo de lawfare que busca desconstruir
a imagem de Lula e inviabilizá-lo para 2018.
Faz sentido.
O filho de Lula, o Lulinha,
torna-se matéria no Estadão, por dar “calote” na Anatel.
O 'calote' a que se refere a matéria é a fortuna que envolve uma cobrança de 500 reais.
Publicada duas horas depois da invasão de uma escola do MST pela polícia do tucano Geraldo Alckmin.
Justificada!
O povo paga a conta
No Brasil midiático, nada mais natural que
juízes aceitarem homenagens e patrocínios de empresas que – em muitos casos –
deveriam ser investigadas por eles. Que o diga Sérgio Moro, homenageado pela
Globo e quejandos.
Mas o interessante é o
pagamento de diárias para membros do Judiciário que participem do evento em
Arraial d’Ajuda, Porto seguro.
Claro que é o povo pagando a
conta.
Há quem veja no evento uma
reprodução do Baile da Ilha Fiscal.
Certamente a república não cairá, tampouco
será restaurada a monarquia.
Mas a natureza dos participantes, em essência, é a
mesma.
Porrada comendo solta
Estudante apanha, professor
apanha, o povo apanha. Uns, fisicamente; outros, indiretamente.
Que age cumprindo ordens
superiores.
Voltam a apanhar
Mudança. Imaginávamos que
ocorrera. Que neste ano de segunda década do século XXI nunca repetiriam aquela
segunda metade da década de 60 do século XX. Ledo engano.
A polícia é a mesma. E
governantes há, como aqueles.
Tortura chegando
Justiça de Brasília autoriza práticas de tortura contra estudantes.
Na ditadura militar a tortura estava a cargo da repressão escondida nos porões.
Boaventura
Do sociólogo português Boaventura Santos, à CartaCapital:
"O que
mais custa aceitar é a participação agressiva do sistema judiciário na
concretização do golpe."
“O sistema
judicial deve uma resposta à sociedade brasileira.”
Lula sai na frente
O conteúdo da palestra de Lula
a estudantes da USP, a teor do lido na Folha, nos desperta para uma situação
concreta: Lula saiu na frente – ou assumiu – a defesa da nação, a convocação da
juventude e a denúncia da conspiração (que ele diz não acreditar, acreditando)
para solapar o país.
Entrevista
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