domingo, 22 de julho de 2018

Entre anúncios, conclusões, inovações, novos conceitos etc. etc. etc.


Em meio à ausência de rumo e de perspectiva por que passa essa terra brasilis há de um lado uma parcela insignificante no plano quantitativo e de grande significação em relação ao que pretende e uma outra, pequeno burguesa, que sonha em realizar aquilo que a primeira pode porque dispõe dos recursos oriundos da concentração de renda que aquela nunca chegará a dispor.

No jogo político-eleitoral – que sinaliza ocorrer ainda que dúvidas em nós permaneçam – os interesses dos detentores da riqueza em defender os privilégios, aliados ao capital internacional monopolista, tudo farão para manter o que aí está: entrega em plenitude da riqueza nacional para o controle e domínio do estrangeiro, deixando à míngua o investimento público, e legando desemprego e miséria.

Os do andar de cima dispensam preocupação, porque vivem e utilizam o primeiro mundo como lar. Filhos por lá estudam, não lhes falta apartamentos para fins de semana e férias. Há mesmo os que residem longe de cá e somente vêm aqui para conferir como anda a senzala e se a escravatura está bem regida. Não há compromisso com o país além de explorá-lo. É fato histórico, que remonta à Colônia.

Prestes a iniciar-se o processo eleitoral muitos partidos já promoveram convenções e outros lhes seguirão os passos. São os rumos vários os caminhos da promissão como mantra.

O eleitor escolherá(?) entre um extremista, que se destaca por defender intervenção estrangeira, a defesa da tortura nos porões do sistema prisional/policial (até que uma ditadura possa reentronizar os Ustra da vida, de que e quem faz apologia), a lei de talião para os criminosos (como sói ocorrer, os de sempre: negros e desamparados todos que pululam nas periferias alimentando o maior índice de mortalidade por violência – privada e oficial/policial  e, naturalmente, a manutenção da agenda neoliberal à qual assegura o prêmio de ratificação da condição de colônia a este país que andou ensaiando altivez recentemente. 

Outro tenta dar sabor ao chuchu arregimentando o que ora garante o estamento oficial, já cobrado pela negociata que lhe assegure apoio entre partidos de um denominado ‘centrão’, contra o qual (o candidato) ninguém da imprensa lembrará de ter sido chefe de governo de corrupção e escândalos fenomenais. E para que não haja dúvida de quem manda nele ou a quem servirá (interesses) a análise de Fernando Brito, no Tijolaço.

Alguns que anunciam a defesa da nacionalidade, da riqueza pátria para seus filhos (ainda que um deles ande na corda bamba de um discurso que busca agradar também os que pensam como Lampedusa e pretendem deixar tudo como está como revolucionária forma de mudança, porque para eles está ótimo e melhor não fica).

O observador sentirá um cheiro de surrealismo. Mas não se trata de tal fenômeno. E sim, de realismo em toda plenitude. A demonstrar o buraco em que estamos e que os que o cavaram exigem que assim permaneça.

Tanto que – com a gloriosa participação de juízos e tribunais – o candidato que o povo sinaliza como ideal está preso e – ainda que proclame inocência pela falta de provas que alega existir no processo que o condenou (em outras investigações anda inocentado) quem poderia defini-lo culpado ou inocente se recusa a apreciar seus recursos. E o faz deliberadamente, para não concorra.

Nesse particular não há que se falar em surrealismo, mas em golpismo, mesmo. 

Que rima com todos os ismos a que levados os que o comandam: entreguismo, banditismo, etc. etc. etc. etc.

Mais uma!
O Ministro Ricardo Lewandowski exarou decisão no sentido de que não fossem promovidas alienações do patrimônio público (a Eletrobras entre outras), sem o devido processo legitimador, o que inclui licitações, autorização do Congresso Nacional (à qual condicionou a iniciativa do procedimento), anuência do tribunal de Contas da União e quejandos. 

Na realidade nada fez além de dizer o que a lei já diz (Constituição, entre elas, a maior).

O presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, decidindo em torno de liminar de magistrado que ia na linha da decisão do Ministro do STF, cassou a decisão de primeiro grau e, por consequência, a do superior hierárquico, STF.

Nessa terra de São Saruê a coisa caminha assim: Ministro do STF determina; Tribunal Regional desdetermina.

Em terra de Moro a hierarquia é coisa secundária.

Primor de conclusão

As férias de Suas Excelências, titulares do Poder Judiciário, em especial o muito visibilizado STF, já não remetem à discussão em torno da razão de tanto descansar para quem pouco responde à espera por resultados da prestação jurisdicional.

Passam a exigir a indagação do porquê saem para descanso quando não cumpriram as obrigações imediatas a que estavam sujeitos, como, por exemplo, pautar julgamentos que esperam por decisão há meses ou anos.. 

Em risco
Não só a candidatura: a eleição e a própria vida. O candidato Ciro Gomes anunciou aos quatro ventos que – caso eleito e o negócio concretizado – anulará a negociata entre Embraer e Boeing.

Como não nasceu hoje sabe que a ‘criança’ tem poder e força de convencimento capaz de invadir países em defesa da “liberdade”. 

Deles, naturalmente! 

Novo conceito
Dia desses João Roberto Marinho ‘editou’ um AI-5 assim que um repórter publicou opinião contrária à atuação judicial no caso Lula. 

Em seu arrazoado (expressão natural a quem decide) expressou que “em sua atuação nas redes sociais, o jornalista deve evitar tudo o que comprometa a percepção de que o Grupo Globo é isento. Por esse motivo, nas redes sociais, esses jornalistas devem se abster de expressar opiniões políticas, promover e apoiar partidos e candidaturas, defender ideologias e tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pelo Grupo Globo”.

Não há exagero em considerarmos piada a menção de que “o Grupo Globo é isento”. Para quem lembra da ‘isenção’ do sistema Globo no curso da ditadura civil/militar (a qual ajudou a implantar), do debate Lula x Collor, em 1989, da cobertura em defesa do impeachment etc. etc. etc. passamos a exigir mudança na definição e no conceito de isenção.

Lições para entender o noticiário da Globo. Poderia muito bem ser o título de uma matéria histórica como conteúdo obrigatório em salas de aulas (de todos os níveis – do primeiro grau a pós-graduação) – incluindo doutores e pós-doutores, juízes, procuradores da república, titulares do Ministério Público, desembargadores, ministros. 

Deixemos de lado parlamentares, porque estes já estão – em maioria – a serviço de um sistema ao qual a Globo serve de quatro.

Por tudo que conhecemos resta, em relação à ‘isenção’ da Globo, lutar para que o termo encontra nova definição e conceito.


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