A Europa
imperialista ocupou a África, dividiu-a como se traçada geometricamente, pôs no
mesmo espaço territorial tribos adversárias que se digladiavam (mortais
inimigas) enquanto as riquezas (diamantes, ouro etc.) encaminhadas para o continente europeu.
Inglaterra, Holanda, Alemanha, França, Itália entre outras.
No
Oriente Médio, depois da Primeira Guerra, os povos que viviam em paz sob tutela
Otomana (cristãos, drusos, palestinos, árabes etc.) foram divididos entre os
vencedores de então (Inglaterra, França). Até hoje vivem em permanente conflito
engordando com suas riquezas (petróleo) as burras dos invasores (hoje coordenados pelos Estados Unidos, de
um lado, e a Rússia como contraponto).
Nossa
leitura gira para concluir em torno da América Latina. As mesmas forças querem
dividir o continente, pôr antigos irmãos em conflito, em guerra permanente. Para
engordar as mesmas burras.
Não são
eles burros; burros somos nós.
Incompreensão
Não
entendemos o porquê de tanta incompreensão diante do benfazejo gesto da
ministra (em todos os sentidos) Damares, de que teria retirado indevidamente
uma índia de sua família.
A bondosa e graciosa senhora apenas cumpriu uma
orientação, que dirá, divina: de levar a menina para prepara-la para ver,
vestidinha de rosa, Jesus Cristo na goiabeira!
Desmoralização
suprema
Prenderam
Lula como preso comum. Inventaram o que de (não)provas lhes interessava. Sempre
negaram o caráter político-eleitoral de sua condenação (processo tramitando em
velocidade nunca vista no país).
Escancaram
a realidade: Lula é um preso político. Prova está quando sob argumentos pífios,
lhe negaram um direito assegurado em lei. E que nem a ditadura militar lhe
negou.
Caso
outra a leitura e tomando as ‘razões’ do impedimento de o Judiciário e o
Sistema Penitenciário Federal fazerem cumprir a Lei uma nada velada confissão:
a) de que ditas instituições só funcionam para corresponder aos interesses;
b)
estão incapacitadas para o exercício das funções institucionais.
No
fundo, no fundo chegamos ao fim dos tempos para as instituições do país.
Para
ferir, magoar e humilhar Lula vivemos o absurdo de o país perder a vergonha.
Não tem mais vergonha de cometer qualquer absurdo, desde que para atingir Lula
se faça necessário.
Muito
provável que qualquer destes (e mais alguns) nunca tenham ouvido falar em Antígona.
Mas, muito neles há de Mamã Grande, da alegoria de Gabriel Garcia Márquez.
Porque, como
no enterro desta correm para garantir o butim mantendo afastado o morto-vivo.
Chame o
guarda da esquina
No ridículo por que passamos, com Judiciário capitaneando a farsa, tudo
começa quando quem detinha a competência administrativa para decidir
transferiu-a para os ‘guardas da esquina’ encastelados no Judiciário e na
Procuradoria da República.
Os que traduzem Hannah Arendt e aquela ‘banalidade
do mal’ para nomear a personalidade dos sem caráter e sem escrúpulos
O crime
agradece
A
confissão – caso levada a sério, porque muito mais está para piada – de que a
Polícia não tinha condições de fazer cumprir a lei em favor de Lula pode ser
motivo de festa para o crime dito organizado (que já manda no Estado em muitos
lugares, ou das prisões ou das instituições).
Porque a conclusão é a de que se
não pode garantir direitos de um custodiado como garantirá o da sociedade?
Ocaso aperfeiçoado
DEM
preside Câmara e Senado. Militares tutelam o governo atual, do qual fazem parte
democraticamente.
A
história do DEM é a história da arrumação de uma concepção político-entreguista
no curso dos tempos nestes 70 anos de República, em meio à ditadura e instantes
democráticos, sempre encabeçando interesses de fora (ainda que, no passado,
abrigasse intelectuais – o que pouco significa – o que não é o caso de hoje) e que se aperfeiçoa
neste 2019 com as eleições acima referidas.
Na
leitura antiga, de trás para frente, do ontem para o hoje: UDN-ARENA-PDS-PFL-DEM;
Na atualidade, do hoje para o ontem: DEM-PFL-PDS-ARENA-UDN.
Nada
mudou. A História se repete. Como farsa, lembraria Marx.
Um pouco de poesia
Urupês
“Só ele não fala, não canta, não ri, não ama,
só ele, no meio de tanta vida, não vive”, não vê
como tudo que aí existe é seu, lhe pertenceu
por herança natural, até o instante em que
os degredados aportaram e plantaram, logo
que puderam, a escravidão dos sonhos
dos romanos, imaginados conquistadores
de bárbaros, os que aqui em paz vivíamos
Os séculos vão passando, como primeiro dia
de uma eternidade que somente existe
por aqui, onde a vocação dos que comandam
é tornar triste o dia que ainda não seja
triste
“Só ele não fala, não canta, não ri, não ama,
só ele, no meio de tanta vida, não vive”, não vê
Nenhum comentário:
Postar um comentário