Evidentemente o que – técnica e formalmente – seria chamado de governo do inquilino do Alvorada, apenas no quesito combate ao Covid-19, há muito está à deriva. A aposta política, copiando o deus que idolatra (Trump) deu errado. E ficamos naquela de termos visto o jogador apostar o dinheiro que deveria entregar ao credor e perdeu tudo. Só que no caso do jogador há uma dimensão moral que não vemos no inquilino: de, pelo menos, arrepender-se de haver apostado ou introjetar nos limites de sua consciência o cometido.
Reportagem
da Piauí, repercutida em comentário de Cruvinel publicado no 247, mostra a quantas
anda o ‘jogo’ neste Brasil perdido nas águas turvas em que se encontra a piscina
democrática.
“Reportagem da revista Piauí, divulgada nesta quarta-feira (5), destaca que Jair Bolsonaro teria comunicado a ministros militares que iria designar tropas para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 22 de maio, após o ministro Celso de Mello pedir parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma possível apreensão dos telefones celulares do ex-capitão e do filho, Carlos Bolsonaro. ‘Vou intervir’, teria dito Bolsonaro na ocasião.
“Bolsonaro
queria mandar tropas para o Supremo porque os magistrados, na sua opinião,
estavam passando dos limites em suas decisões e achincalhando sua autoridade.
Na sua cabeça, ao chegar no STF, os militares destituiriam os atuais onze
ministros. Os substitutos, militares ou civis, seriam então nomeados por ele e
ficariam no cargo ‘até que aquilo esteja em ordem’, segundo as palavras do
presidente”, diz a reportagem assinada pela jornalista Monica Gugliano.
A
ideia de intervir no STF foi feita uma reunião com os ministros militares
Walter Braga Neto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e
Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional. A decisão teria sido bem
recebida por Luiz Ramos, mas Braga Netto e o general Heleno teriam argumentado
o contrário. ‘Não é momento para isso’, teria dito o ministro do GSI”.
Somente tal fato acontecendo em ‘repúblicas de
banana’ para não repercutir como deveria. Por que assim indagamos? Por uma
razão elementar: em jogo a democracia ou o que dela nos resta em nível de
fachada. Tanto que, para o general, a pretensão é concreta: mantê-la é uma questão de tempo e de
oportunidade.
O que nos cabe registrar transita entre um e outro
fato – neste final de semana em que superamos 100 mil óbitos vinculados ao
Covid-19: apostam com a vida alheia quando “não é momento para isso”.
Em suas pretensões o inquilino do Alvorada – assim nos parece –
parece enxergar benefícios diante de tantas mortes, porque os vivos
beneficiados pela tragédia através de programas sociais podem reconhecer nele o salvador de que necessitam.
Então chegará o “momento”.
Quando restarão os que forem vacinados (se não faltarem seringas –
alerta da OMS).
Certamente não os povos indígenas, que caminham para a extinção, iniciada
com o enterro de quase uma dezena de seus chefes (Carta Capital).
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