Dos que somos de tempos
outros, nada mal-agradecido com o que de útil nos traga os atuais, folheávamos na rede novas referências em
relação a Machado de Assis e sua obra. Dele descobriram escritos inéditos
levados à imprensa em tempos idos e não a livros impressos.
Não poucos desta geração
desconhecem um processo utilizado a partir da popularidade decorrente da invenção
de Gutemberg: muito do que veio a se tornar livro foi publicado capítulo a
capítulo em jornais até que compilados em volume único com direito a capa
elaborada e quejandos outros.
Mas, às vezes o pretérito pode
não ser tão pretérito. Ou – mais preciso – se repete de tempos em tempos. Basta
reunir os capítulos.
Mas, certo é que,
inspirados em dito alhures por Machado, resolvemos reunir capítulos.
E trilhamos por caminhos
específicos, tais sejam escândalos governamentais envolvendo desvios de
recursos; uma prática neste mundo que tem a acumulação – não importa o meio – como
o instrumento de afirmação e poder. E não falta quem a exercite para
chegar ao poder ou dele participar.
Nesta atualidade espoca
aqui e ali a forma de retorno dos gastos para chegar ao poder – e nele se
manter – sempre sob o viés de “inconveniências” (conforme o inconveniente e o
custeio que faça para pô-la em prática) adjetivadas conforme o ‘poder’ exercido sobre os meios de comunicação, que nesta contemporaneidade mais está para
confundir do que para explicar para que não seja esquecido o singular ‘tempero’.
Os de antanho acompanhamos
escabrosos escândalos envolvendo governantes africanos, beneficiando-se do
estado para locupletamento pessoal. Citamos os africanos como referência na
mídia ocidental. Mais ‘fáceis’ de agravantes pelo viés da discriminação até que
muitos deles começaram a controlar as próprias riquezas e menos transferi-las
para os ‘civilizados’.
Em sede tupiniquim a
experiência se nos chegou, naturalmente, através da imprensa – assim que tomou
fôlego – que nunca deixou de exercer o sagrado dom sem descurar da oportunidade
de afirmar o que não era e negar o que fosse. E ficar por isso mesmo.
Mas um registro daqueles
tempos – para os que somos dos tempos de antanho – ficou a cargo de um cofre
recheado de dólares do governador Ademar de Barros – que estocava anos de ‘profícuo
e laborioso’ trabalho – objeto de ação de grupo que enfrentava a ditadura
militar e buscava capitalizar-se para tal luta e – quem sabe? – distribuir a
riqueza entre os povos.
Para os de hoje – que amanhã
serão ‘de antanho’ – a guerra dos capítulos da singular disputa midiática
envolvendo presentes recebidos e vendidos – alguns recomprados – por próceres
de um governo que – como ainda insiste parte da mídia – veio para acabar com a
roubalheira.
Quem sabe encontremos um
Machado de Assis contemporâneo para aplicar a ironia necessária ao fato
concreto em torno da sobrevivência dos “mais aptos” neste estágio!
Até porque entre a
sociedade escravista do Séc. XIX e as ideias do liberalismo europeu (em sua
fase neoliberal) neste primeiro quartel do Séc. XXI, como postos sob o prisma
contemporâneo nesta terra brasilis, mudou
o regime apenas.
O que nos falta é Quincas
Borba.
Afinal, “Ao vencedor, as
batatas!”
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