Perceber algo onde não
haja qualquer significado, prevalente a aleatoriedade e em torno dela destilar
ódio parece-nos fenômeno que nos foi impregnado recentemente. Em espacial
quando arautos de tal contemporaneidade se tornam(ram) referência ‘pela insistência’
com que são vistos, acompanhados ou percebidos.
Temos – quando a paciência
se nos acomete amparada na perspectiva de percebermos se algo está mudando ou
sinalizando para tal – o bissexto hábito adquirido de gastar o tempo (no
sentido estrito) tentando assistir os atuais ‘debates’ em comissões (mistas ou
não) do Congresso Nacional.
Tal sacrifício para os que
não se amparam em “minhas convicções” abre as portas para um universo desconhecido
da capacidade humana de ‘involuir’ quando o processo civilizatório se propõe a avançar.
Percebe-se no imediato –
como ocorre assistindo sessões de tribunais superiores – que a possibilidade de
ter sua imagem vista por milhões aprofunda o narcisismo de cada um e sublima
tal entender em imaginar-se capaz de impor ‘suas razões’ ainda que não haja
razão alguma com fundamento lógico em torno de muitas das ilustres
interpretações e conclusões.
Neste particular não há concorrência
de quem quer que seja diante de pronunciamentos legislativos hodiernos.
Em tal seara percebemos
que aquilo que tornou notáveis Padre Antônio Vieira, Joaquim Nabuco, Otávio
Mangabeira, Carlos Lacerda, Milton Campos, Paulo Brossard, Waldir Pires,
Antônio Balbino (entre centenas Brasil a fora) não encontrou substitutos, seja
no campo da retórica, do domínio do idioma pátrio, da eloquência e –
principalmente – de convicções.
Muitos dos atuais
discípulos de Péricles, Demóstenes e Cicero enchem os pulmões para vociferar em
torno do que reputam como imaginação fértil e somente os discípulos de Zenão de
Cítio (Séc. III a.C.) conseguem ouvi-los exercitando mais a comiseração que a
paciência e pondo em dúvida se o cosmos em que vivemos é o mesmo que lhes deu
origem.
Eis que percebemos que
aquele fenômeno
psicológico comum em todos os seres que somos, conhecido por levar as pessoas
reconhecerem imagens de rostos humanos ou animais em objetos, sombras,
formações de luzes e em qualquer outro estímulo visual aleatório em nuvens,
paredes, sombras e quejandos tais tornou-se paradigma realístico.
Então nos descobrimos helenicamente
estoico, como utilizada a palavra na contemporaneidade: resistindo paciente e
indiferentemente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário