O ineditismo causou
espécie à época: o chefe de estado de um país prestando continência a uma bandeira
estrangeira. Desde as lições do catecismo da Educação Moral e Cívica (EMC) ou
da Organização Social e Política Brasileira (OSPB) de tempos idos sabia-se que
os símbolos da Pátria dizem respeito à própria nação que apatria o cidadão e a
este cabe lhes prestar respeito: a Bandeira e o Hino dentre eles.
Mas, com tudo que já nos
aconteceu, sabemos que a visão de subserviência colonialista permanece
impregnada em parcela considerável da sociedade. Especialmente quando esta
passa a incorporar o fanatismo religioso como reforço. A construção da idiotia
cívico-religiosa aí está – mais viva do que possamos imaginar – atropelando o
país dos brasileiros.
É também essa parcela do
‘pensamento’ pátrio que aplaude ‘continência’ a pavilhão estrangeiro, mesmo
porque sonha – nos limites de sua insignificante compreensão da História, da
Geopolítica, da Economia Política etc. etc. (para não dizer, de tudo) – em ser
comparado de alguma forma com o colonizador contemporâneo e a ele subserviente.
Para ela seus povos
originários devem ser tratados como o foram os “peles-vermelhas” do ‘grande
irmão’ exaltado.
A mesma gente que somente
entende viagem ao exterior se for para a Disneylândia, comer na origem sanduiches
cancerígenos e beber refrigerante que compete com tal finalidade. Supimpa – o máximo
em estesia e deslumbramento – morar ou admirar quem mora em Orlando ou Miami.
Até mesmo importou
movimento antidemocrático e buscou “na mão grande” destituir mandatário legitimamente
eleito como, naturalmente, o fizera um punhado de extremistas estadunidenses.
No entanto a gente que
aplaude e endeusa quem se humilha a outro país e outra gente, ainda que à época
não traduzisse o melhor de exemplos gestores, começa a espernear quando por
aqui ensaiam fazer o que fizeram por lá: investigar ex-presidente.
Certo que nada custa aos
seguidores compreenderem os riscos por que passa o ex-presidente dessa Terra de
São Saruê. Afinal, por muito menos Trump corre risco de ir para a cadeia. Pelo
menos respondendo à Justiça já está.
Nessa terra brasilis aprendemos como respeitar as instituições no exemplo
de um ex-presidente, indiciado, julgado e condenado em 2ª instância no curso de
anos-luz de 1 ano e 8 meses. Mais de
ano e meio passou preso. Para depois descobrirem a trama armada desde o início
e que, por ser tão medíocre, desmoralizada interna e externamente.
Por aqui também
responderam a processo e curtiram cadeia políticos outros, incluindo governador
de estado membro.
E muito avançamos. Porque
tempo houve não tão distante que preferiam ex-presidentes suicidas ou mortos em
circunstâncias até hoje pouco explicadas.
Que essa gente aplauda –
como o faz em relação aos Estados Unidos – o que deram os senhores do
Judiciário pátrio de imitar: investigar, processar e condenar quem atente
contra as liberdades democráticas e o Estado de Direito.
Sejam ‘patriotas’ .
Por amor à pátria.
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