domingo, 31 de maio de 2015

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Reconhecimento internacional
Lançado recentemente pela FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – o primeiro relatório sobre Segurança Alimentar e Nutricional, envolvendo apenas um país (em meio a 180), o Brasil, como registra Najar Tubino, na Carta Maior (leia em Brasil, um país desconhecido pelos brasileiros).

A FAO destaca o país como referência internacional de combate à fome.

Os programas sociais (com destaque para o Bolsa Família) e as ações de apoio à agricultura familiar, como o PRONAF são contributivos para os resultados obtidos, com gastos que aumentaram 128% entre 2000 e 2012. 

Razão tem o autor do texto: Brasil, um país desconhecido pelos brasileiros.

Não se culpe os brasileiros, mas os que noticiam o país internamente. O que inclui a péssima comunicação do Governo Federal.

Tecnologia nas alturas
Assim que anunciada a ferrovia Transoceânica Brasil-Peru, com apoio da China, não faltou quem pusesse em dúvida a empreitada. 

Sairá, tenhamos a certeza.

Primeiro: no plano geopolítico  onde inserido o Brasil através dos BRICS – muito interessa ao gigante asiático ocupar espaço na América Latina, mormente abrindo caminho para baratear o acesso às riquezas aqui produzidas; segundo, assegurar ocupação para sua mão de obra. Não à toa, anuncia presença na construção nacional.

As dificuldades levantadas pelos críticos – em razão de altitudes etc. – apenas demonstra desconhecimento (ou má-fé) em relação à tecnologia desenvolvida pela China, como bem registra o NatGeo.



Desastre moral I
Não fora os desdobramentos no plano social e econômico – o primeiro por conseqüência do segundo; tudo em razão do primeiro – um fato é flagrante: o desastre moral. A diferença entre a remuneração básica de potentados do serviço público – considerando a magistratura como base, com piso em torno de 22 mil reais – encontra no STF o paradigma maior de R$ 33.7 mil, diante de um salário mínimo em R$ 788,00, o que significa aquele corresponder a 42,8 vezes o valor deste.

A diferença entre a menor e a maior remuneração no Brasil beira o surrealismo. Esta uma das causas da desigualdade social. Com a não distribuição de renda agravando a situação.

Não bastasse, o que em si já escandaliza, tramita projeto de lei oriundo do STF que assegura – caso aprovado – alguns avanços no bolso do contribuinte, onde se destaca, como denuncia Maricato no jornalggn:

Além da remuneração, o PL propõe: a- auxilio creche (5% do salário); b- auxilio para cada filho estudante (5%); c-planos de saúde para cada cônjuge (10%) ; d-para cada filho (5%); e- um salário por semestre como premio de produtividade; f- aumento de 5% da remuneração a cada 5 anos, até atingir 35% da remuneração (pelo Ministro Luiz Fux, deve ser a cada 3 anos até atingir 60%), auxilio moradia, auxílio deslocamento, auxílio funeral, auxilio transporte se não tiver veículo e motorista fornecido pelo Poder Público. Há ainda previsão do direito a ressarcimento integral se o juiz ou um dos familiares despender recursos com tratamentos não cobertos pelos planos de saúde.
Teriam continuidade os 60 dias de férias, 13º, 5% de auxílio alimentação, etc. Detalhe: como a remuneração mínima do juiz é de aproximadamente R$ 22 mil, cada 1% representa R$ 220,00, cada 5%, 1.100,00. Na prática, a remuneração poderá dobrar.”

Definitivamente o país vai assumindo a natureza da sociedade indiana, de castas.

Autoimposta. Legal  caso aprovada nos termos propostos , mas imoral.

Desastre moral II
Tamanha desconexidade com a realidade está amparada – conforme os que justificam a iniciativa – na premissa de “atrair os melhores”. Ou seja, aumentando as vantagens materiais a seleção traria “melhores” integrantes para o quadro da magistratura.

Tal justificativa torna-se irônica e desrespeitosa para com a sociedade que não integra a casta em movimento.

Afinal, estabelecer a presunção de que a péssima prestação jurisdicional decorre da falta de incentivo salarial beira o deboche. E depõe – como testemunha – contra os atuais integrantes da magistratura, visto que – ganhando o que ganham – não se constituem os melhores.

Outra falácia (a de que os melhores adviriam da remuneração) sustenta-se em premissa caricata, uma vez que passar em concurso não significa dispor de conhecimento pleno. Não só porque tais avaliações não refletem domínio de conhecimento geral (Sociologia, Filosofia, Geografia, História, Antropologia etc.) como decorrem muito mais do aprendizado de ‘pegadinhas’ desenvolvidas a partir de cursos preparatórios para concursos.

Desastre moral III
Toda a discussão aqui posta trilha pelo universo federal. A coisa se agrava em alguns estados de Federação que, através de legislação própria, transforma magistrados, promotores, procuradores.

Caso o leitor se debruce em buscá-los encontrará remunerações superiores a 80 mil mensais. A dificuldade reside em que estejam disponíveis nos ‘portais de transparência’ próprios.

Estão chegando
Um dos resultados (negativos) da Operação Lava Jato – desde que nela a ‘proibição branca’ de empreiteiras investigadas contratarem com o poder público – começa a aparecer: empreiteiras estrangeiras passam a ser contratadas para obras no Brasil.

Quando se deveria punir o agente criminoso (diretor, funcionário etc.) pune-se a empresa nacional. E com ela reduz-se a poupança interna.

Jabuticabas brasileiras.

Mais virão
Uma das tentativas – coerentes que seus propósitos neoliberais colonialistas – do senador Jose Serra é atingir o pré-sal. Vendê-los inviabilizá-lo e por aí.

Talvez não precise.

A Lava Jato anuncia analisar os contratos do pré-sal.

Os chineses – com altos interesses em energia e transporte – já anunciaram que entram de sola no processo de ocupação dos espaços. 

Sempre cobramos deles os prejuízos a nossa indústria. Agora estamos a convidá-los para ocupar outros espaços onde brasileiros fizeram nome.

Falando em PIB I
A queda do PIB brasileiro no trimestre chegou a 0,2% – que tende a se agravar com a política recessiva trazida no bojo da receita neoliberal para embalar o governo Dilma – leva a orgasmo cívico alguns comentaristas de economia da terra brasilis.

Não bastasse a política econômica em curso – por si mesma recessiva – outras vertentes contribuirão, como as dificuldades de compradores de nossos produtos lá fora, que não e recuperaram ainda da crise iniciada em 2007.

Falando em PIB II
A propósito de PIB, dificuldades na Suiça (!) e... nos Estados Unidos, onde o caiu a 0,7%.

O que a turma não comenta, tamanho o deslumbramento com a metrópole.

Vitoriosos
A manobra regimental de Eduardo Cunha transformou uma derrota em vitória. Saem vitoriosos o próprio Cunha – beneficiário emérito do financiamento privado de campanha – e o ministro Gilmar Mendes – que segurava a derrotada ação no STF com um pedido de vistas.

Na atual composição da Câmara – afirma-o o deputado Jean Wyllys – há (dos 513) 255 deputados que receberam recursos de empresas envolvidas na Lava Jato.

Nada a questionar. Ainda que enganado pelo sistema este é o congresso que o povo/eleitor elegeu.

Vitória de Pirro
Pode tornar-se de Pirro a vitória de Cunha e Gilmar Mendes. A manobra de Cunha – cunhada de vícios – feriu dispositivos constitucionais, fato levado ao STF por partidos com assento na Câmara.

Caminho aberto
Em defesa dos interesses escusos que orientam o jogo do financiamento privado de campanhas políticas – muito bem ensaiado na proposta do distritão – pode levar a que os senhores congressistas o aprovem futuramente.

Um outro interesse os regerá: a possibilidade de mudar de agremiação sem risco de perda do mandato para o partido.

Tornada majoritária a eleição parlamentar (hoje proporcional) encontraria apoio no STF, para quem na majoritária o mandato pertence ao eleito e não ao partido.

Reeleição I
O PSDB ser contra a reeleição é coerente com sua circunstância de oposição. Principalmente diante do sombrio futuro imediato: possibilidade, concreta, de Lula se eleger em 2018. 

Ser contra a reeleição é, portanto, estratégia política coerente com o instante. Caso não eleja alguém de suas hostes em 2018 fácil tentar em 2022. Difícil ficaria admitir a reeleição em 2022 com o risco concreto de ficar de fora mais quatro anos.

Ninguém imagine, no entanto, que algum viés de ideologia alimenta o comportamento tucano imediato.

Caso o fosse não estaria extinguindo o que ele mesmo criou – comprado a preço de ouro – para assegurar a reeleição do tucano FHC.

O que pode voltar a acontecer quando retornar ao poder.

Razão por que fica fácil entender: o PSDB é contra a reeleição... de Lula.

Reeleição II
O que é estranho mesmo é o PT ter votado agora a favor da eleição sem reeleição. Parecerá coerência. Mas tal o faz justamente quando poderia se beneficiar dela.

A não ser que Lula esteja se tornando inconveniente.

Tiro no pé
O que hoje é festa poderá se tornar velório. Imagine que Fernando Haddad se reeleja em 2016. O mandato vai a 2020. Lula no Planalto a partir de 2018 alimentando a gestão petista para fazer de Haddad a vitrine que ele mesmo pensou para 2018 caso não houvesse a manipulação político-eleitoral na Lava Jato. 

Haddad pode estar muito mais maduro para 2022. Com a vitrine de uma administração paulistana.

Lugar comum
Ainda que possa parecer fogo amigo a afirmativa de Goldman de que o PSDB não tem projeto para o país reflete análise de muitos cientistas políticos brasileiros.

E cutucou Aécio, responsabilizando-o pela circunstância na atualidade tucana.

Pelo andar da carruagem, apenas mais dos partidos brasileiros.

Futebol I
A indagação de muitos: por que o FBI investiga membros da CBF e não a Polícia Federal nossa.

Aqui – nos últimos 15 anos – foram instaurados cerca de 13 procedimentos contra a entidade. Nenhum resultado.

Por coincidência o então presidente Ricardo Teixeira destinou 400 mil reais para o 4º Congresso Nacional da Associação de Delegados da PF, em Fortaleza, em 2009, como denuncia a Folha. 

E ainda cedeu a Granja Comary para peladas dos meninos durante três dias.

Está explicado. A turma estava ocupada com futebol.

Futebol II 
Em rápida crise financeira Ricardo Teixeira pôs à venda a mansão de 600 metros quadrado em Miami.

Não sabemos se o iate de 60 pés que está por lá ancorado.

Ironia, que seja!
A oportuna ironia de Paulo Henrique Amorim vincula dois fatos, naturais à Globo: apoio à CBF e à ditadura.



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