sexta-feira, 22 de maio de 2015

Um registro

“Seu” Netinho
Hoje sexta-feira, amanhã sábado. Dias de comprar farinha de mandioca, simplesmente farinha. A referência itabunense em farinha não mais atenderá. “Seu” Netinho morreu. Hoje sepultado com as honras do reconhecimento popular. Afinal, ‘Farinha de Buerarema” tinha um sinônimo: “Seu Netinho”.

Das priscas eras incrustadas no primeiro quartel dos anos 60 o jovem se enfeitou para o comércio. Lá no Bairro de Fátima. E fez história. Desde então marcou referência/marca: dos rincões de Buerarema a “farinha de Buerarema” era a farinha do rapazola ousado que se tornou “Seu Netinho”, que dela se tornara sinônimo.

Naqueles anos 60 na velha Macuco Paulo Portela ensaiava a vida política  quando Antônio Lopes ainda espreitava o texto e não imaginava conviver com Sérgio 'Stanislaw Ponte Preta' Porto  Vivi trabalhava o ‘pano verde’ enquanto não infernizava o lateral-esquerdo adversário, Alício ‘Peixe Louro’ traçava o meio-de-campo do Brasil para alimentar João Calça-Frouxa no ataque do ‘invencível’ até que jogasse com o 22 de Agosto de Waldélio Campos, em Itororó.

Buerarema era o Brasil. E a farinha de Buerarema com “Seu Netinho” ensaiava a marca que o faria famoso sem o saber, no Bairro de Fátima, em Itabuna.

Mas “seu Netinho” foi – antes de tudo – a certeza de que a credibilidade, a honestidade e o respeito pelo semelhante existiam(ram). O que o marcou não foi a qualidade insuperável da farinha que vendeu, mas a forma que impregnou ao negócio que fizera frutificar.

Neste anos de altos e baixos da economia regional, da insegurança precial, em “Seu Netinho” tinha-se a certeza do preço justo, relacionado entre o custo-produção.

Apenas à guisa de exemplo: a farinha de “Seu Netinho” chegara a R$ 8,00 por quilo, depois de saltar dos R$ 3,00.

Quando se imaginava que aquele seria o preço dali para diante eis que retornou a R$ 4,00.  Aritmética de custo de “Seu Netinho”.

Estamos aqui a lembrar de “Seu Netinho”. 

Antes de tudo, uma referência do Bairro de Fátima. Que não foi lembrado em vida por aqueles que tinham obrigação de fazê-lo.

Na falta do(s) depoimento(s) de “Seu Netinho” vai-se de roldão uma parte da história da Itabuna que amou e respeitou.

Resta a fotografia do Diário Bahia reproduzida no Pimenta com a exigência de a ele vinculada. 

Sem o depoimento.




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