DE RODAPÉS E DE ACHADOS
___________________
Até que enfim!
O título do rodapé não se vincula ao fim de um ano conturbado e atropelado. Mas ao comum e significativo fato de que tivemos a oportunidade de vivenciar as agruras dos que dependem da ditadura/monopólio da OI. Por tal circunstância ficamos sem internet desde a publicação no dia 20, sem levarmos ao leitor nada do elaborado para o último fim de semana.
Não desejamos ao pior inimigo viver o que passamos durante estes dias. Duas dezenas de 'protocolos' estão a dizer que nada representa comunicar à empresa de que você mudou de endereço (ainda que a poucos metros do anterior). A deselegância e o desrespeito são a tônica do serviço.
Somente hoje tivemos acesso aquilo que por ele pagamos (tão caro).
Só nos restou, como único alento, um 'até que enfim'!
Entre o fim e o limiar
Reeducando o verbo aproveitaremos para desenvolver a coluna entre este 31 e o amanhã. Entre o estertor de 2015 e o alvorecer de 2016, aproveitando e ampliando nossos registros para a coluna anterior, para que não morra sem ter nascido.
E o faremos tudo dedicando a Elenn Bortoncello e Antonio Sobrinho (sem os correspondentes acentos agudo no Elenn e circunflexo no Antonio, coisa da inventiva cartorial nesta terra brasilis), visitantes ilustres que nascem dos sonhos da vocação advocatícia (ela) e do debruçamento sobre a graduação em sistemas de Informática (ele), afastados da estiagem em Feira de Santana e Santo Estêvão para reencontrá-la em Itabuna.
Tempo de começar
Ainda que tenha o cheiro de tardio há sinais concretos – estabelecidos com visibilidade cristalina – de que a presidente Dilma Rousseff pode voltar a presidir o país. Basta-lhe continuar ‘ouvindo’ as ruas. E ouvir as ruas – nada mais nada menos – é perceber o clamor que vem dos desassistidos de sempre que encontraram melhoras para suas vidas e se vêem no risco de voltar ao antes. O ‘antes’ de desemprego alto, de inflação descontrolada, da falta de apoio material.
Os governos petistas anteriores ao presente conseguiram a proeza de transferir e distribuir renda (ainda que longe do ideal para reduzir desigualdades a níveis civilizados), dar aumento real para o salário mínimo, implantar e desenvolver programas sociais do quilate do Bolsa Família, do Luz Para Todos, do Minha Casa Minha Vida, Pronaf, Pronatec, de reduzir a miséria e retirar o país do ‘mapa da fome’ da ONU.
Não bastasse o salto quantitativo em número de Universidades Federais e Escolas Técnicas Federais, o assegurar a maior redução de desempregados no curto espaço ao
alimentar investimentos espalhados em todo o território nacional e em todas as
frentes: rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrelétricas, transposição
do São Francisco, descoberta e exploração do pré-sal, retomada e ampliação da força da indústria
naval.
Caso
o queira, Dilma Rousseff pode começar a governar. Mostrará, então, que tudo fez
para atender políticas adversárias – garantia ao rentismo etc. – mas que nada
disso bastou para melhorar a vida do povo. Por fim, que sua experiência de vida
na adversidade a fez viver, em outra conjuntura, o que viveu no passado recente
sob a tônica da busca pela ‘governabilidade’.
Ao largo I
Ao largo I
“O
ano que não existiu”. Assim o economista André Perfeito definiu 2015, em
entrevista no Band News.
E tudo muito mais pela crise política que pelo ajuste
econômico. Que em agosto ameaçava a total perda de controle no Congresso, sob o condão de Eduardo Cunha.
Ao
largo II
A
Copa de 2014 foi criticada em razão do desperdício do poder público (União,
Estados e Municípios), que nela teria gasto o equivalente a 30 bilhões de
reais.
Os
juros decorrentes da Selic no curso de 2015 chegam a R$ 500 bilhões. Sem deixar
uma mísera cadeira na arquibancada de qualquer estádio de periferia.
Ao
largo III
As
reformas que o Estado exige, dependentes da classe política no Congresso,
continuou a passo de cágado.
Com
um detalhe: para trás.
Em
busca do tempo perdido dos que ainda não concluíram o processo eleitoral de
2014.
Ao
largo IV
O
ano chega ao fim. Duas agências de risco rebaixam a avaliação brasileira para
investimentos. O risco Brasil – no momento – gira em torno de 450 pontos (neste
auge da sanha financeirista). Em 2002 estava superior a 2.700. As reservas
atuais superam US$ 368 bilhões (dados do BC para quarta-feira passada); em 2002 aproximavam-se de 40 (em torno de 10,8%
da atual).
O
risco, mesmo, é a sanha de esfolar o país.
Bem
que o Governo poderia dar um chega pra lá nas agências. Bastava começar a
reduzir a Selic.
Mimimi
De Mimimi foi Aécio Neves alcunhado, em razão da ladainha contra o governo.
Já sondam chamá-lo de Mememé depois de O Globo e o Estadão estamparem sobre os R$ 300 mil recebidos a título de propina em 2013.
Detalhe: desde julho sabia-se de tais fatos (dentre os recentes) nada abonadores em relação a Aécio. Os 'amigos' – que ora o denunciam – cuidavam de protegê-lo.
Mimimi
De Mimimi foi Aécio Neves alcunhado, em razão da ladainha contra o governo.
Já sondam chamá-lo de Mememé depois de O Globo e o Estadão estamparem sobre os R$ 300 mil recebidos a título de propina em 2013.
Detalhe: desde julho sabia-se de tais fatos (dentre os recentes) nada abonadores em relação a Aécio. Os 'amigos' – que ora o denunciam – cuidavam de protegê-lo.
Em boa companhia
Aécio não está só. Em boa companhia anda ele. Basta reconhecer – como reconhecem em relação a outros políticos da situação – que os santos e imaculados tucanos não são tão santos assim.
Pelo menos afirma-o Cláudio Humberto (veiculado no GGN), a partir de delação de executivos da Andrade Gutierrez, de que 'estariam envolvidos no esquema de corrupção que tirou recursos da Petrobras.
Da Petrobras, ouviu Sérgio Moro!
E tem – para não esquecer – aquele dinheirinho (entre 100 e 120 mil dólares mensais) que o vestal tucano recebia do esquema de Furnas, como denunciou Alberto Yousseff, em março.
Que o Dr. Janot tem em mãos – toda a tramoia documentada – e anda esquecendo de (mandar) apurar.
Livros
"Palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro
falso; a palavra foi feita para dizer" – afirma-o Graciliano Ramos (Linhas
Tortas - 1962), parodiando as lavadeiras.
Assim o que esperamos
da boa e verdadeira leitura. Ainda que menos Literatura e mais pesquisa levada
à leitura.
Como exposto na tese do delegado Orlando Zaccone
"Indignos de Vida - A forma jurídica da política de extermínio de inimigos
na cidade do Rio de Janeiro" (Editora Revan-2015), sustentada no empirismo da pesquisa
no estudo dos pedidos de arquivamento, acatados pela Justiça, dos inquéritos
envolvendo 'autos de resistência'.
Sinais
Temos que este ano que passou, próximo ao
horrível, deixou legados positivos e imorredouros.
No final do ano passado começaram a espoucar – em
parte da grande imprensa – as denúncias contra tucanos. Destaque-se: na mídia
que os amparava, escondidas desde que evitadas em nível de vazamento.
A blindagem midiática que sempre protegeu partidos políticos que representam os interesses de oligarquias tende a não se sustentar. E levará até os setores conservadores do Ministério Público e do Judiciário a não mais se omitirem diante de fatos sobejamente denunciados e comprovados. As evidências forçarão uma tomada de posição. Ainda que tarde mais um pouco é inexorável.
A blindagem midiática que sempre protegeu partidos políticos que representam os interesses de oligarquias tende a não se sustentar. E levará até os setores conservadores do Ministério Público e do Judiciário a não mais se omitirem diante de fatos sobejamente denunciados e comprovados. As evidências forçarão uma tomada de posição. Ainda que tarde mais um pouco é inexorável.
Podemos estar sonhando, mas quando investigadores
e juízes puserem no mesmo saco os gatos/gatunos de todas as cores sentiremos um
alívio.
Basta não escolher lado para jogar no saco.
Basta não escolher lado para jogar no saco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário