DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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Arauto das trevas
As instituições de um país são a sua marca existencial. De democracia ou de ditadura, versando em nível de extremos. Constituem-se no arcabouço de regras que instrumentam as relações em sociedade, desde as mais comezinhas (família, comunidade etc.) àquelas que sustentam a Nação: Poderes constitucionalmente definidos, interdependentes e autônomos (fruto da conformação Iluminista) como contrapesos (entre uns e outros) exercitando suas competências (definidas constitucionalmente) conforme a função a que cabe cada um exercer.
Assim, Judiciário julga, Legislativo vota leis que hão de ser executadas pelo Executivo, a quem compete a administração geral. Sob esse jaez, não se concebe que atribuições de um e outro sejam interpenetradas, tampouco usurpadas, a não ser por omissão, nos limites estabelecidos pela própria Carta.
O ministro Gilmar Mendes – amparado no que tem dito no passado – continua a exercitar o julgar (que lhe é competência funcional) antecipadamente. Como se fosse a coisa mais natural. Viola o dever funcional, de não antecipar ou se manifestar sobre o que lhe cabe julgar.
Parece-nos que ele está certo. Não há quem se levante contra a figura.
Ainda que sua postura seja contributiva para a instalação do caos.
Falta esclarecer
O
ministro Tóffoli – como presidente do TSE – alerta para o ‘retrocesso’ do voto
manual nas eleições de 2016 em razão da falta de recursos para atender à
licitação de urnas eletrônicas.
O
judiciário é assim: quando tem dinheiro simplesmente constrói prédios
nababescos.
De
nossa parte vemos uma ameaça ao grande avanço do voto impresso, recentemente
aprovado. Do
qual a Justiça Eleitoral foge como o Diabo da cruz.
Presumindo
que as urnas utilizadas em 2014 não tenham sido jogadas no lixo, temos que o
que Tóffoli não exibe ao público é a sua menina dos olhos: a identificação
biomédica nas novas urnas eletrônicas, que lhe daria os holofotes pela implantação.
O que também não explica o Presidente do TSE é o fato de que as urnas de 2014 podem ser utilizadas em 2016, sem causar nenhum problema.
O que bem pode estar implícito no que cheira a uma chantagem é a
aquisição dos equipamentos de identificação biométrica, a menina dos olhos do
Toffoli.
Ah! Em tempos de crise não custaria – por constituir-se valiosa ajuda – cortar umas diariazinhas!
Ah! Em tempos de crise não custaria – por constituir-se valiosa ajuda – cortar umas diariazinhas!
Combate
Sugestão de internauta, preocupado com a saúde (do Brasil): 'Temos também de combater o chicunCunha'.
À sorrelfa
Mais
que irresponsável e individualista Eduardo Cunha acaba de demonstrar que – em
defesa de si mesmo – é capaz de tudo. Até de jogar o país no abismo sem fim.
Bem lembra Leonardo Boff, em artigo publicado no seu blog: “Seu ato irresponsável
pode lançar a nação em um grave retrocesso, abalando a jovem democracia, que,
com vítimas e sangue, foi duramente conquistada. Não podemos aceitar que um
delinquente político, destituído de sentido democrático e de apreço ao povo
brasileiro, nos imponha mais este sacrifício.”
Razões
abundam em Leonardo Boff. Que enxerga não perdendo o retrovisor da História
pátria.
Quanto
aos delinquentes políticos, destituídos
de sentido democrático e de apreço ao povo temo-los às burras. Basta ver os que apoiam
Eduardo Cunha e com ele confabulam e tramam.
Inclusive no Supremo Tribunal Federal.
Inclusive no Supremo Tribunal Federal.
E
a vida continua...
O
país não parou. O povo não está nas ruas... como querem os ‘pró-impeachment’.
Já
em São Paulo...
Difícil de entender
Distante
de São Paulo não nos afirmamos acreditar no que vemos. Mas, não deixa de ser estranho o
comportamento do governo Geraldo Alckmin de tratar à base de cassetete e gás de
pimenta a mobilização social – envolvendo diretamente pais e alunos – contra a
reformulação pretendida pelo governo que – dizem – prejudicaria 311 mil
estudantes com o fechamento de 93 escolas.
A
foto (anônima) fala mais que as palavras todas contra o que soa como absurdo.
Quem
há de lembrar?
Escândalo
dos precatórios. Hoje esquecido. Impunes todos. Inclusive o então Advogado Geral da União – Gilmar Mendes – hoje ministro tucano do STF.
Saia
justa
ACM
Neto entrou na saia justa de optar pelo corrupto Eduardo Cunha em razão do
interesse pessoal ‘contra Dilma’.
Sentiu o peso da irresponsabilidade e andou se desdizendo
Exibiu sua pequenez! Antes e depois.
Para entender
A arrogância editorial dos que se servem e se servirão de um golpe contra as instituições democráticas brasileiras encontra no pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff a festa que não existe.
O senador Roberto Requião desmistifica, em artigo, o móvel do pedido: as tais pedaladas fiscais.
Alerta
Sempre
alerta! É o lema do escotismo. O governo deve ficar muito mais alerta. Confiar
em Michel Temer pode ser sinal de inocência. Vislumbrando a possibilidade de
assumir a cadeira presidencial e sendo um homem forte no PMDB duvidar de sua solidariedade não
ofende sua honorabilidade.
Gênese
O
senador Aécio Neves sempre buscou atrelar as suas origens ao seu tio Tancredo Neves (irmão de sua mãe),
respeitado nome da política nacional e personagem em momentos únicos da
história do país nos últimos 60 anos.
Certamente
o sobrinho não seguiu a cartilha do tio, basta ver seu discurso oportunista e antidemocrático.
Sabe-se
agora a gênese política de Aécio Neves. O que bem justifica a sua irresponsável
postura para com a Pátria e suas instituições é a história de um membro da
família: o próprio pai.
Enquanto
Tancredo esteve ao lado de Getúlio e enfrentou a ditadura, o pai de Aécio – da oligarquia Tristão
Ferreira da Cunha, deputado conservador de 1946 a 1963, premiado com a presidência
do CADE em 1964 por seu apoio ao golpe civil/militar, em cujo órgão ficou até
1974, quando morreu – se elegeu em 1962 e – apoiando a ditadura – foi deputado
pela ARENA, PDS e PFL – até 1986.
Em
sua primeira eleição, em 1962, o deputado Aécio Cunha foi financiado com
dinheiro dos Estados Unidos, integrando a famosa lista do IBAD.
Nada
a ver com Tancredo Neves.
Estado
de (não) Direito
Os jovens estavam a comemorar o primeiro salário de um
deles, que tinha apenas 16 anos e já começara a trabalhar; outro, com 20 anos, concluiria o curso de administração neste em dezembro.
Para melhor entender tamanha estupidez sugerimos a leitura de "Como Nascem os Monstros", do ex-PM Rodrigo Nogueira Batista, para quem "A perversão começa na formação".
Quem administrará?
O
Governo anuncia ação de R$ 20 bilhões contra a Sanmarco e controladoras para
formar um fundo para recuperar os danos causados pela tragédia de Mariana.
Não
vai longe o tempo em que as obras contra a seca no Nordeste eram o ‘fundo’ para
gerir a crise, gerando trabalho (escravo) para os miseráveis.
Ganhavam os
latifundiários, em cujas terras trabalhavam os miseráveis construindo açudes e
aguadas. Além do empreguismo de compadrio para fins eleitorais.
Ateando fogo I
Ao atear fogo às próprias vestes – para utilizar expressão de Maurício Dias na Rosa dos Ventos da Carta Capital – o deputado Eduardo Cunha apenas reflete o desespero.
Afinal, nunca o vimos na condição de monge, tampouco idealista...
Ateando fogo II
Mais
que escancarada ficou a iniciativa do deputado Eduardo Cunha. Ao autorizar a abertura
de procedimento de impeachment – as contestações formais e legais começam a vir
à tona – somente encontra aplauso dentre os que entendem que o humor de cada um
justifica o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Pipocam
– interna e externamente – as críticas.
É
que ficou flagrante a reação de Cunha ao voto dos petistas pela instauração de
processo de cassação de seu mandato.
O
que de remoto está na declaração do governador da Bahia Rui Costa ficou
escancarado: “Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política,
com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas”.
A
iniciativa – ou, mais precisamente, a revanche – de Eduardo Cunha sinaliza –
assim vemos – dois desdobramentos imediatos: 1. Acolhimento e sucesso, com o
afastamento da presidente Dilma Rousseff; 2. Não afastamento.
No
plano mediato, os desdobramentos ocorrerão na seara política dos envolvidos.
Caso a presidente Dilma não seja defenestrada (coisa tida como difícil, tanto
por juristas – em relação à fragilidade dos fundamentos do pedido de impeachment
– como por observadores políticos – o jornal O Globo vê sucesso em favor da
presidente) o Governo sairá fortalecido.
Por
outro lado, a última cartada de Eduardo Cunha escancara o seu caráter e o joga
mais profundamente contra a opinião nacional (e internacional, se importância
tivesse lá fora), levando os pares da aventura.
Entre
eles, o ministro Gilmar Mendes.
A
aventura política em que se meteram – ao arrepio da lógica política – os partidos
de oposição pode levá-los ao precipitamento da extinção.
Especialmente
se – depois de escancaradas as suas intenções e ficarem nominados simplesmente de
‘golpistas’ – o impeachment não se consumar.
Paralelamente
ao imbróglio em que se meteu o PSDB e quejandos – áulicos do impeachment, em
estado orgástico – o tucanato paulista ganha um herói digno das telas:
“Alckmin, o exterminador de futuros”.
Aplausos em novo formato
Fátima
interrompe reportagem de rua diante dos calorosos aplausos à emissora.
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