domingo, 13 de março de 2016

Destaques

DE RODAPÉS E DE ACHADOS
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É o petróleo, burro!
Cuidamos de ainda escrever muito mais para deleite pessoal no futuro. Claro que dos leitores que temos queremos imaginá-los todos capazes de entender o que escrevemos. Tanto que não os temos aumentando. Talvez até reduzindo.

Mas, temos afirmado que a crise por que passa o Brasil somente pode ser compreendida por quem domine minimamente os alfarrábios da Geopolítica, porque nela estão as razões da crise política brasileira.

Aí está o texto Pepe Escobar O terremoto brasileiro  didático e conclusivo: “É o petróleo, estúpido!”

No caso do Brasil o pré-sal.

Quem está por trás
É o mesmo Pepe Escobar, em "A luta é de vida ou morte; porque Lula é BRICS", que mostra aos que vão à rua – como simples marionetes embaladas pela mensagem do combate à corrupção – quem está por trás de tudo.

Registramos no rodapé "Vassalo(s)", no domingo passado:

"A luta de vida e morte por que vivem os Estados Unidos diante da China como vocacionada à liderança mundial em tempo não tão distante exige que aqueles ocupem o quanto antes os espaços que guardavam para mais tarde (África), ou detinham sob pleno controle (Brasil neoliberal entre eles e o restante da América Latina)."

É a Eletronuclear, burro!
Na esteira de registrar o instante para (re)leitura futura, eis outra dimensão da (não)razão de atos sustentados no combate à corrupção que menos visam esta e mais a desconstrução da inteligência e pesquisa nacionais.

Destacamos, de "Corrupção e soberania nacional", de Reinaldo Del Dotore, no Brasil 247, a propósito da prisão do Vice-Almirante Othon:

O motivo, porém, que faz acender a tal "luz amarela": o vice-almirante preso ontem foi o responsável pelo início e pela continuidade do desenvolvimento da tecnologia nuclear brasileira. A questão, aparentemente, começa a extrapolar o universo da corrupção e, ao que tudo indica, já esbarra na própria soberania nacional.
O programa nuclear brasileiro (e isso não é sabido pela maioria dos cidadãos) é de excelência ímpar, e já há muito tempo despertou o interesse de potências estrangeiras. As ultracentrífugas para enriquecimento de urânio desenvolvidas no Brasil pelo programa conduzido pelo Vice-Almirante Othon são muito mais eficientes, em termos energéticos, do que as mais modernas centrífugas em utilização na Europa ou nos EUA. Segundo o almirante Alan Arthou, diretor do Centro Tecnológico da Marinha, o Brasil foi o único país a desenvolver ultracentrífugas por levitação magnética, tecnologia que proporciona esse desempenho energético significativamente maior. Quem conhece efetivamente o ramo assegura que as centrífugas brasileiras só encontram concorrência naquelas desenvolvidas no Irã (o que, se confirmado, explicaria muita coisa que ocorreu nos últimos anos). É de se ressaltar que, além do aspecto estratégico do tema e de sua evidente vinculação ao futuro da soberania nacional, o mercado do enriquecimento de urânio, segundo estimativas, movimenta cerca de 20 bilhões de dólares por ano. Além disso, sob a batuta do Vice-Almirante está sendo desenvolvido o primeiro submarino nacional movido a energia nuclear, fundamental se considerados os aparentemente intermináveis campos de petróleo do Pré-Sal localizados em mar aberto na costa brasileira. Segundo a agência de notícias Defesanet, especializada em defesa, estratégia e inteligência e segurança, a prisão do Vice-Almirante Othon pode incentivar o ataque ao único projeto estratégico brasileiro que realmente eleva a nação a um patamar vários níveis acima. Nas entrelinhas: não seria o Vice-Almirante o alvo, e sim a Eletronuclear e toda a estratégia nuclear brasileira.
Norberto Bobbio
O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele acusa, insulta, agride como se fosse puro e honesto. Mas o fascista é apenas um criminoso, um sociopata que persegue carreira política. No poder, não hesita em torturar, estuprar, roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos. Mais que corrupção, o fascista pratica a maldade.

E completamos: no Brasil, continuam falando. Autodispensados de ler “Do Fascismo à Democracia”, do italiano.

Como ontem
Incendiar o país faz parte do método. Basta ver como funcionaram as ‘primaveras’ no continente africano. Tudo fomentado a partir dos Estados Unidos. 

Objetivo: controle da energia. Fóssil e nuclear.

A desculpa posta para a verdade é a de que  os que enxergamos  estamos vivendo uma 'síndrome conspiratória'.

Gasoduto
Destacamos a partir de informação da Reuters – O gasoduto que estava sendo construído pela Odebrecht no Peru foi para o espaço. A brasileira deixou um projeto de US$ 5 bilhões para uma peruana e uma espanhola.

Na esteira do projeto, "A Braskem tinha planejado construir uma unidade de polietileno no Peru, que seria ligada ao oleoduto de 1.000 quilômetros, para transportar gás da Amazônia para a costa do Pacífico". (A Braskem  para quem não sabe  é brasileira).

Viva este Brasil da elite, que em vez de prender criminoso quebra a empresa nacional. 

Outros tempos, mesmas soluções
Em tempos de guerra fria – quando a geopolítica estadunidense se sustentava na proteção ao ‘mundo livre’, para livrá-lo das garras do comunismo soviético – a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, gerou a resistência da oposição – amparada em setores da cúpula militar aliada aos Estados Unidos – e levou ao confronto político-institucional que resultou no parlamentarismo.

Líderes políticos voltam a aventar o parlamentarismo – agora travestido de semiparlamentarismo – como solução para a crise política em andamento.

O caminho sempre o mesmo: ruptura das instituições.

O caminho está traçado. Onde o impeachment é última solução, política.

Falta combinar. Com muita gente.

Afinal  tirando a participação dos Estados Unidos  2016/2017 não é 1961.

Abortamento
As indagações ainda permanecem e uma maior fica no ar: o que impediu a Polícia Federal de levar Lula para o Paraná. O blogueiro Esmael Moraes já havia matado a charada. Valdir Cruz, do Notícias Paraná, especulou, afirmando que muita gente sabia que tal ocorreria, inclusive a presença do deputado Jair Bolsonaro em frente a PF de Curitiba soltando foguetes.

Não tardou a verdade aflorar. No Carta Maior, Jari Maurício Maurício da Rocha, em "O plano de prender Lula poderia ter acabado em tragédia", detalha  passo a passo  os momentos de tensão que levaram à frustração do sequestro, a ponto de, por ordem do Coronel comandante da Polícia da Aeronáutica, que fez reunir centenas de comandados, levar 100 deles a cercar "o jatinho que levaria Lula".

Jânio de Freitas, na Folha, confirma-o em "O plano obscuro", aqui disponibilizado através do GGN Lula foi efetivamente sequestrado e somente não levado para Curitiba graças à reação de um coronel da Aeronáutica que comanda o aeroporto de Congonhas.

A coisa andou feia
O recuo da Polícia Federal  incluindo o do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato  caro leitor, não foi nada daquilo que eles mesmos anunciaram.

De nossa parte interpretamos a assunção da operação pelo juiz Sérgio Moro como uma forma de proteção para a Polícia Federal, uma vez que se tornou os quindins da mídia e dispõe de mais visibilidade favorável perante a opinião pública/publicada.

Foca no pedalinho
A Polícia Federal – capaz de atos significativos – ainda não se deu ao trabalho de se debruçar sobre aquela cocaína.

Dizem as más línguas – Duke entre elas – que anda ocupada demais com pedalinhos.

                                 

Da página do Henfil no Facebook


Na rede não faltou quem fizesse comparações.

"Este desenho foi feito por Henfil no início dos anos 80.

Substituindo os escândalos do segundo e terceiro quadro por ...

- Você está envolvido no Trensalão?

- Você está envolvido no mensalão mineiro?

- Você está envolvido no escândalo do HSBC?

- Você está envolvido na lista de Furnas?

- Você está envolvido na operação Zelotes?

- Você construiu aeroporto nas terras da sua família com dinheiro público?

A primeira acusação nem precisa atualizar.....parece mais atual do que nunca...450Kgs atuais!!"


De nossa parte não nos fica a dúvida de  poderíamos comparar o magistrado de Henfil com aquele outro do 'não vem ao caso'. 

Ao caro leitor: para MEDITAÇÃO um provérbio mexicano, que diz:

Tentaram nos enterrar,
mas não sabiam
que éramos sementes.

Os canhões de Amaralina
Não bastasse o conteúdo de violações cometidas no sequestro do ex-presidente Lula temos ainda a reconhecer o quão ridícula se portou a Polícia Federal (na pessoa de seus agentes presentes, naturalmente sob determinação superior) armados até os dentes, com fuzis semiautomáticos, alguns com o pente de balas na arma.

Fomos buscar no Heléboro (1974), livro de estreia de Ruy Espinheira Filho, o singular “Marinha”, onde faziam-se ainda presentes – destituídos de utilidade – os canhões em frente ao Quartel de Amaralina, em Salvador. 

Ruy Espinheira metaforiza em metonímias a natureza em todas as dimensões (brisa, mar, verde, coqueiros, recifes, ondas, nuvens etc.) e os artefatos de guerra.

Como hoje podemos perguntar: para que aquele aparato de mais de duas centenas de homens armados para sequestrar Lula?

MARINHA

Meus olhos testemunham
a invisibilidade das ondinas,
a lenta morte dos arrecifes
e os canhões de Amaralina.

Vou, a passo gnominado,
pisando a areia fina da praia.
Pombas sobrevoam
os canhões de Amaralina.

 Parece a vida estar completa
na paz que o azul ensina.
A brisa ilude a vigilância
dos canhões de Amaralina.

Nem a tua ausência, amor,
perturba esta alegria matutina
 onde só há o claro e o suave...
(E os canhões de Amaralina?)

Tudo está certo: mar, coqueiros,
aquela nuvem pequenina...
Mas – o que querem na paisagem
os canhões de Amaralina?

Leitura
A postagem de Noblat só nos permite uma conclusão: como o objetivo é a pura e simples extinção do PT, a derrubada da presidente Dilma Rousseff e a prisão de Lula, a Lava Jato estaria com os dias contados, assim que cumprida aquela  sua missão.

Afinal, com tantas delações citando tucanos e quejandos...

                            Se me deixarem solto viro Presidente  

Leitura
Considerando a 'angústia' e 'ansiedade de Noblat  sendo ele uma voz do sistema  razões não lhe faltam. Se a verdade não tarda, mas chega, sabe-o o porta-voz, que não tardará que uma dessas delações até agora não aproveitadas e lançadas nos escaninhos do esquecimento brotará das cinzas.

Quando, então, virão a público os fatos que se encontram postos sob a luz de eufemismos.

                              Mino magistral:  Moro não sabe nada da Mãos Limpas

A denúncia
Não fosse real o folhetim diríamos tratar-se apenas de mais uma dessas novelas que rolam na televisão brasileira. Mas a denúncia do Ministério Público de São  leia-se, subscrita por três de seus promotores  contra o ex-presidente Lula deixou no ar aquele cheiro de mofo e traça, natural a folhetins guardados no fundo baú de tão inúteis à leitura.

A peça  não afirmemos aqui, caro leitor, qual a interpretação a que se sujeita aqui a palavra peça  sofreu crítica de todos os lados. De juristas, de colegas, de juízes. Aplausos, mesmo, só da mídia.


Abusando da paciência
Não se tem conhecimento que, por intuição divina – ou mesmo a natureza que define a Divindade – da possibilidade de avaliar-se o desempenho e a cultura geral (incluindo a jurídica) de quem tenha sido aprovado em concurso. A experiência o afirmará.

A peça e as midiáticas explicações dos patetas do Ministério Público de São Paulo – cada um em busca de ‘um jornalista que seja seu’ – demonstra-o à saciedade.

É o resultado do abuso/estupro ao republicanismo que alimentou a autonomia do Ministério Público na Carta de 1988.

Do sublime ao ridículo I
O Procurador Vladimir Aras lembrou, na rede, da frase atribuída a Napoleão no imediato do desastre decorrente da campanha contra a Rússia, em 1812: “Do sublime ao ridículo, é só um passo”.

O pessoal de São Paulo – em busca de um jornalista que possa chamar de seu – nem alcançou o sublime. Nasceu no ridículo, e a peça por eles assinada já nasceu um fiasco.

        Miniatura

Do sublime ao ridículo II
O fiasco pode melhor ser compreendido a partir da afirmação do mesmo Vladimir Aras:

"Nunca vi nada igual. Todo mundo comete erros, mas não é possível tamanha inépcia e falta de técnica. O texto é imprestável a qualquer juízo."


Nada mais

Simplesmente um ato político e nada mais – afirma-o o jurista Dalmo de Abreu Dallari

Velório
E por falar em protesto cumpre-nos lembrar que São Paulo tem elegido tucanos há vinte anos.

Não fale na mesa em que um deles estiver de merenda, trens, metrô, água etc. etc. etc. 

Pode parecer alegria em velório ou conversa de corda em casa de enforcado.

               Miniatura 

Confirmando
A 'profecia' de Roberto Marinho  em nível de recomendação jornalística  volta a se confirmar nessas mobilizações; "Não quero preto nem desdentado no jornal nacional".

Para um país com  pelo menos meio a meio de brancos e pardos e pretos  estranha que na carioca Copacabana a turma do morro não tenha descido para o asfalto.

Em Salvador  maior concentração de negros do país por metro quadrado  o fato se escancara. 

Ações antidemocráticas
Reunião de sindicato no ABC paulista é invadida por prepostos da Polícia Militar de São Paulo. Sede da UNE é atacada. Também em São Paulo.

É assim que uns desejam a Democracia. Com aquele conhecido vigor que fez anteceder 1964.

O sonho se embalou no sequestro de Lula.



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