Fato público e notório, amplamente divulgado pela Folha de São Paulo, em junho de
2016: “Léo Pinheiro não conseguia fechar o acordo de delação premiada porque
havia poupado Lula das acusações."
E
nos vem neste abril, às vésperas do Tiradentes, a delação de Léo Pinheiro –
somente agora admitida, porque antes de nenhuma serventia por não incluir Lula
em ilícitos – da qual fica uma lição basilar: o que não faz o constrangimento
imposto pelo Estado de Exceção.
Quando
a pena de Léo Pinheiro for reduzida tudo ficará mais claro.
Na
ausência de provas contra Lula tentam encontrar uma convicção (que ainda lhes
faltava) para condená-lo. Nascida de uma pressão criminosa contra um homem
combalido pelo constrangimento a dizer o que o acusador precisa – ou quer – ouvir,
sob a máxima ‘dize-me na forma que o quero ou apodrecerás na prisão.
A
condenação que resta a Moro é a de – não tendo provas contra Lula – dizer que
Lula fez desaparecer as provas contra si. Supimpa!
E
não se culpe um grupo de violadores especificamente. A descrença de Léo
Pinheiro – que o leva ao degradante resultado atual – nasce de um Judiciário que perdeu a
razão de ser, desde o dia em que julgadores passaram a defender que uma operação conduzida sob critérios típicos de regimes de exceção
justifica meios excepcionais. Ou seja: a exceção pela exceção, e tenho dito!
Estamos concluindo o primor tupiniquim: “o país de tristes figuras”.
Desmoralização
Quando
a documentação existente afirma ser da OAS a tal cobertura no Guarujá,
inclusive arrolada judicialmente para garantir credores em pedido de
recuperação da empresa; depois de tantas dezenas de testemunhas de acusação
ouvidas onde nenhuma afirma qualquer ilação/insinuação que torne Lula agente do
ilícito; ainda que a hoje testemunha tenha negado participação do
ex-presidente, vem a imprensa antecipar o que resolveu falar em Juízo (Deus
sabe sob que estado emocional – o tom de voz nas respostas bem o demonstra), ainda
que detido em presídio, tudo está a demonstrar o estágio a que chegou determinado magistrado e sua singular prestação jurisdicional para coleta de provas.
Haja
espontaneidade!
Renúncia
coletiva
De acordo com o antecipado (por Valor), o acordo será fechado
com a Procuradoria Geral da União após a colaboração de Leo Pinheiro no
processo do triplex.
A banca de advogados do empresário deve renunciar.
Faltou explicar por que.
Nada
escapa
Aqui
se plantando tudo dá – disse-o Pero Vaz de Caminha. Ou, aqui em se querendo tudo se vende e tudo é mercadoria.
Como registra Jeferson Miola, no GGN:
“O depoimento de Emílio Odebrecht evidencia
a hipocrisia da mídia, sobretudo da Globo, que dissimula indignação com os
procedimentos conhecidos há pelo menos 30 anos. Assim, a mídia constrói a falsa
narrativa de que a corrupção no Brasil nasceu nos governos petistas [sic]. O
patriarca da empreiteira explicou, contudo, que a promiscuidade da empreiteira
com o Estado advém da época do seu pai, Norberto Odebrecht, que fundou o
conglomerado em 1944.
A
dinheirama da Odebrecht que irrigou o sistema político brasileiro só nos
últimos 10 anos atingiu a cifra assombrosa de US$ 3,3 bilhões [R$ 10,6
bilhões], valor superior ao PIB de mais de 40 países. Isso expressa o poder de
dominação do capital sobre a política; esclarece como o capital deforma a
democracia. O dinheiro é um poder que frauda a soberania popular e corrompe a
política para orientar, a partir do controle do Estado, a concretização dos
seus interesses e negócios.”
Na mesma esteira Aldo Fornazieri:
“[...]
delações revelaram, em termos políticos, é que quase tudo
está a venda e quase todos se vendem. Vendem-se medidas provisórias,
licitações, leis, tempos de TV, alianças eleitorais, perguntas em debates
presidenciais, notícias, fim de greves, impeachments etc. E se vendem o pastor,
o sindicalista, o índio, a polícia, o delegado, o prefeito, o deputado, o
governador, o senador, o presidente, o juiz. Vende-se a soberania popular e a
democracia.
[...] No vasto balcão da corrupção brasileira, a saúde, a
cultura, a educação, as creches, os direitos, a ciência e a tecnologia
esvaem-se nos imensos recursos que empresas entesouram pelas valas medonhas da
privatização da res publica.”
Ainda que não se deva generalizar (e não o pretendemos) o
sistema, em seus tentáculos, está viciado em suas origens. Do cidadão que vende
o voto ao servidor público ou funcionário privado que contribui com aquele jeitinho, do médico ao empresário,
todos os componentes de raças da classe dominante, por suas diferentes elites, das
socialites aos falsos jornalistas e os não pouco corruptos meios de
comunicação, nada fica de fora.
Afastá-los é apenas a hipocrisia maniqueísta de
ver nos outros o centro de todos os males enquanto os que causo pairam acima da
ordem, das leis, da Moral.
No
fundo, vivemos a plenitude da apropriação do Estado Democrático de Direito pelo
capital, que se tornou um estado paralelo, como observa Jeferson Miola.
Nada
escapa à sanha criminosa.
O grosso da patranha
Caso
a cruzada contra a corrupção tenha os valores($) roubados como paradigma a hora
chegou de alcançar alguns ‘privilegiados’.
Não
que se não deva esperar punição a ilícitos cometidos por Lula, por menores que
sejam – mesmo o de não possuir um apartamento que nunca foi dele, mas que serve de
base para uma condenação com base em convicções” – mas não custa comparar com
algumas quantias citadas pela Odebrecht em relação a Alckmin, Marcondes Perillo
e Beto Richa, mesmo deixando de lado José Serra, Aécio Neves etc. etc.
São R$ 180 milhões envolvendo campanhas somente dos governadores tucanos acima... alimentados pela Odebrecht.
Sem dispensar todos os demais partidos, sem esquecer aqueles US$ 40 milhões (de DÓLARES) capitaneados pelo interino tornado presidente para o seu PMDB.
Sem dispensar todos os demais partidos, sem esquecer aqueles US$ 40 milhões (de DÓLARES) capitaneados pelo interino tornado presidente para o seu PMDB.
Aguardando
as provas
Há
muito evitamos comentar em público (conversas) fatos relacionados a Lula, sob o crivo da lei como premissa da prestação jurisdicional. Ou seja, emitir raciocínio como advogado.
Por aquilo que nos chega, não sabemos se na
atualidade alguém no planeta Terra sofre um massacre em nível de lawfare como o ex-presidente.
O
que está por acontecer confirmará o porquê – ainda que advogado – deixamos de
acreditar na Justiça a cargo de alguns agentes do Judiciário.
Preferimos
copiar Assis Ribeiro, do GGN:
“O massacre diário de Lula na imprensa visa municiar o
Ministério Público a criar a sua verdade, mesmo sem fatos suficientes para
fundamentar minimamente uma denúncia, e com isso influenciar a sociedade a
aceitar ilações como verdades e blindar o juiz para a suas decisões
antidemocráticas, injustas e ilegais.”
Até que – com provas, e não ‘convicções’ – nos provem o
contrário Lula é inocente.
O butim
O
jogo se sustenta porque o tabuleiro fica nas costas do povo. Caso o povo se
levante acabará o jogo? Ou, tem como o povo se levantar?
Correm para aniquilar conquistas dos trabalhadores, para violentar o sistema previdenciário e de seguridade social.
Eis o busílis: o povo. Que contra ele é usado o aparato policial... pago por ele (povo).
Jânio
Ridículo
em sua mesquinhez, prepotência, pequenez humana, egoísmo funcional etc. etc. registra Jânio de Freitas, na Folha:
"O juiz Sergio Moro ofereceu mais uma demonstração
de como concebe o seu poder e o próprio Judiciário. Palavras suas, na exigência
escrita de que Lula compareça às audiências das 87 testemunhas propostas por
sua defesa:
'Já que este julgador terá que ouvir 87
testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (...), fica consignado que
será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências na
quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua defesa, a fim de prevenir
a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que
poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas'. É a
vindita explicitada.
Um ato estritamente pessoal. De raiva, de prepotência.
É uma atitude miúda, rasteira. Incompatível com a missão de juiz. De um
"julgador", como Moro se define.
O Judiciário não é lugar para mesquinhez."
De nossa parte registramos: à procura
de uma mísera prova contra o ex-presidente ouviu 73 testemunhas de acusação.
E – certamente
porque ganha pouco – se sente ‘achacado’ em cumprir o seu dever funcional:
ouvir as testemunhas arroladas pela defesa de Lula.
Gargalhada
Gargalhada
Quando
João Alves de Almeida, um quase eterno presidente da Comissão de Orçamento do
Congresso Nacional, flagrado em corrupção, depondo perante a comissão de Ética
que veio a recomendar a sua cassação, respondeu sobre o porquê ganhara muitas
vezes na Loteria e saiu-se com o antológico “Deus me ajudou muito”, a gargalhada
foi geral.
Daquele
escândalo, em 1993, nasceu uma CPI, a das Empreiteiras, que nunca deu em nada.
E a gargalhada continua.
Para rir
A lista de apelidos de políticos do Senado (apenas do Senado) na relação de trambiques da Odebrecht.
Aécio Neves (PSDB-MG) - Mineirinho
Antônio Anastasia (PSDB-MG) - Dengo
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Prosador
Ciro Nogueira (PP-PI) - Cerrado
Dalírio José Beber (PSDB-SC) - Conquistador
Edison Lobão (PMDB-PA) - Esquálido
Eduardo Braga (PMDB-AM) - Caderudo
Eunício Oliveira (PMDB-CE) - Índio
Fernando Collor de Mello (PTC-AL) - Roxinho
Ivo Cassol (PP-RO) - Massaranduba
Jorge Viana (PT-AC) - Menino da Floresta
José Agripino Maia (DEM-RN) - Gripado
José Serra (PSDB-SP) - Vizinho / Careca
Omar Aziz (PSD-AM) - Ganso
Renan Calheiros (PMDB-AL) - Justiça
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) - Duro
Romero Jucá (PMDB-RR) - Caju
Valdir Raupp (PMDB - RO) - Alemão
Saída
Desemprego
em alta, expectativa de crescimento em baixa.
Busca-se uma luz no fim de um
túnel que não surge.
Eliana
Calmon
A
entrevista concedida causou lacunas profundas à credibilidade e à seriedade da
ex-Ministra Eliana Calmon. Mormente ao dizer – ela que parecia o terror para muitos enquanto corregedora – que viu mas não coibiu exageros da Polícia
Federal em relação a vazamentos para a mídia.
Na
lama
Na
lama, ops!, na lona!
Iniciativa
do PSOL junto ao STF pretende que o interino tornado presidente seja
investigado.
Juristas são claros: não pode ser acusado, mas investigado, sim.
Aguardemos a solução
(salomônica) do STF e veremos o caminho que a turma pretende dar ao arrecadador
mor do PMDB.
Didaticamente objetivo
Não
pelo fato de se originar de um dos advogados de Lula, mas em razão do conteúdo
da refutação (aqui) a Merval Pereira, de O Globo.
Intervenção
Crise
na Venezuela somente acabará com eleições livres, diz o interino tornado
presidente. E a do Brasil?
Até
porque – em nível de método – o golpe em andamento por lá – desenvolvido desde
2002 – é o mesmo consolidado aqui. Que deu no que deu.
Não
bastasse, ‘sua excelência’ (com letra minúscula mesmo) ao fazer tal declaração
promove indevida intervenção em assuntos internos de outro país, postura
incompatível para um chefe (?) de Estado.
Francisco,
o único
Com todas as letras confirma: não virá ao Brasil. E diz por que (ainda que utilize como álibi a agenda):
“Sei
bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem
raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao Papa dar
uma receita concreta para resolver algo tão complexo (…) Porém, não posso
deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes
se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais
amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que
vão muito além da esfera meramente financeira”, acrescentou. Inflação: Por que os pobres
sofrem mais?”
Mas Bessinha tem outra interpretação.
.
Circula
na rede
A
recusa do papa Francisco em vir ao Brasil do interino tornado presidente pode levar
a uma saída: condução coercitiva.
É
só falar...
Igreja Viva
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