O tema motiva
tratados. Um clássico gira em torno dela – “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu (544
a.C. – 496 a.C.) – há 25 séculos, elevando o tema ao patamar da Filosofia,
migrado até mesmo para o universo de economistas e administradores. Nenhum
estrategista o dispensa.
No entanto, o caráter sazonal da guerra contemporânea a Sun Tzu, com códigos de certa forma estabelecidos, levava o estrategista/general a exercitar a dissimulação, o segredo e a surpresa dentro do objetivo da vitória militar, sem que com isso a força pela força, em detrimento do fraco, fosse a tônica.
Cabia ao governante de boa índole “não massacrar cidades”, nem mesmo “emboscar exércitos adversários”. Nela, “A Arte...”, um tratado de ética norteando a batalha. A deslealdade não se integrava àquele momento histórico. Vencer, pura e simplesmente, não consistia na arte de guerrear.
Os tempos são outros, não de agora.
As guerras permanecem, destituídas de ‘arte’. Os últimos acontecimentos na
Síria confirmam-no. Para gáudio de muitos.
Enquanto os sírios vão morrendo –
sendo imolados, melhor se aplica – as potências mantêm seu processo de controle
hegemônico. Paquistaneses, africanos vários, iraquianos etc. etc. sabem muito
bem o que isso significa.
Sob esse viés, o ataque estadunidense a uma base síria mais nos cheira a enfrentamento interno. Não de agora a especulação de que Putin ‘ajudou’ a eleição de Trump e que este se encontrava harmonizado com o russo em relação a algumas políticas do atual presidente dos EUA.
Sob esse viés, o ataque estadunidense a uma base síria mais nos cheira a enfrentamento interno. Não de agora a especulação de que Putin ‘ajudou’ a eleição de Trump e que este se encontrava harmonizado com o russo em relação a algumas políticas do atual presidente dos EUA.
A briga, assim, deve ser vista, ainda
que palpável, sob vertentes diversas: 1. externamente, porque – a não ser por ato
insano – seria deflagrada uma guerra atômica se efetivamente vingar o conflito
entre as duas potências; 2. internamente, porque a indústria bélica – que
sustenta governos (democratas ou republicanos) precisa vender o seu pão, que
não é feito com farinha-de-trigo mas com guerras. Consumado o ataque Trump sai
vitorioso politicamente em seu terreiro: atende aos falcões e cala adversários
de sua postura ainda não definida em plenitude.
Os próximos passos definirão o que
efetivamente está por vir. Caso contornado o impasse fortalecido internamente
ficará Trump, que sofre riscos perante o Congresso justamente pela tal
‘aproximação’ com Putin (que foi notificado antecipadamente do ataque a ser
desferido, uma vez que na base atacada há russos).
Caso contrário – de uma guerra nuclear – pode haver uma intervenção estranha, muito estranha.
Caso contrário – de uma guerra nuclear – pode haver uma intervenção estranha, muito estranha.
Há alguns anos os Estados Unidos
tentaram ativar mísseis em defesa de suas usinas nucleares e tudo foi
impossibilitado/paralisado inexplicavelmente. (A ameaça residia na presença de
OVNIs no entorno de tais usinas). Nessa mesma Síria a intervenção russa já
inviabilizou a ação desses mesmos tomahawk.
Dizem que o abraço do urso (símbolo
russo) pode ser fatal para muita gente, ou para todos; menos para Assad e o
regime vigente na Síria. E os Estados Unidos – incluindo Tump – sabem disso.
No absurdo das guerras – onde os
mesmos poucos ganham e quase a totalidade envolvida perde – não há que se falar
em ética e respeito à vida humana, tampouco “não massacrar cidades”.
Caso não houvesse tanta manipulação quanto à informação certamente saberíamos quão sujos são os propósitos.
Caso não houvesse tanta manipulação quanto à informação certamente saberíamos quão sujos são os propósitos.
Quinze minutos...
No mais, resumimos citando José
Ignácio Torreblanc, editor do El Pais:
"É
certo que esses mísseis incomodam um pouco Moscou, transformado no garantidor
da integridade do regime sírio. Mas não cai mal para Trump aparecer, ainda que
por apenas dez minutos, como alguém que não está plenamente alinhado com Putin,
a quem, recordemos, um líder com a incontinência verbal de Trump não dedicou uma
só diatribe ou reprovação".
Razão por que – não
nos custa afirmar – tudo está em processo de freio de arrumação.
Nem tudo é vitória. Que o diga Pirro
Defendíamos nosso cliente da acusação
de homicídio qualificado. Todos os elementos configuradores da legítima defesa
se achavam presentes no processo. Inclusive a perseguição pela vítima e seu
grupo ocorrida recentemente que escorraçara o acusado de um campo de futebol
dizendo-lhe que se o encontrasse de novo “ele veria”.
O briguento não perdeu a hora quando o reencontrou (com o grupo, naturalmente). Viu-se imprensado pelo agressor. Uma facada só alcançou um vaso grosso no alto da clavícula etc. etc.
O briguento não perdeu a hora quando o reencontrou (com o grupo, naturalmente). Viu-se imprensado pelo agressor. Uma facada só alcançou um vaso grosso no alto da clavícula etc. etc.
Nossa análise não distorcia de que
outra pudesse ser a reação do júri: a absolvição, amparada na tese da legítima
defesa própria.
No entanto, um oficial de justiça da
comarca, indagado por nós sobre a repercussão do caso, na véspera do júri,
alertou-nos: - Muito cuidado, doutor. Fulano (a vítima) era sobrinho da mulher
do prefeito e ela e ele saíram ontem, de casa em casa de cada um dos 21
selecionados para o sorteio do júri, pedindo pela condenação.
Munido da informação nos vimos diante
de que certa se tornara a condenação – que implicaria em mais de 12 anos – e a
necessidade de recurso ao Tribunal e quejandos tais caso mantivéssemos a tese
pretendida.
Como o acusado se encontrava preso há
quase três anos desenvolvemos a seguinte solução: legítima defesa, como
primeira tese de defesa e homicídio privilegiado (após injusta provocação da
vítima), como segunda. Não deu outra: o conselho de sentença negou a legítima
defesa por 7 x 0 e acolheu o homicídio privilegiado por 6 x 1. A condenação, em
pouco mais de quatro anos, assegurou-lhe a saída da cadeia, por já haver
cumprido tempo suficiente à mudança do regime.
Todas as decisões de um advogado
devem estar pautadas no bom senso; o que melhor se adapta à realidade, quando
possível escolha. Alguns jactam-se de defender ao sabor dos fatos disponíveis
no processo (no caso de réus levados a júri popular) sem observar fatores
alheios àquele mas que nele se inserem por via indireta, como no caso dos
crimes que vão a júri, quando a decisão cabe a membros da sociedade e ao juiz
prolata-la declarando a absolvição ou a condenação com respectiva pena sob sua
dosagem. Até mesmo o tipo de ação pode levar a um resultado positivo conforme a
escolha do tipo de ação, a forma como conduz etc.
O que ora registramos vai posto em
relação ao pedido de advogados da chapa Dilma-Temer sob julgamento no TSE.
Sabido e consabido – declarações do boquirroto Gilmar Mendes, que a tudo
sinaliza – que há um consenso que em muito extrapola o universo do direito como
instrumento de efetivar Justiça.
Afastada a petista da presidência – ainda que a tragédia presente levasse a uma outra consideração – não falta quem veja na permanência do interino tornado presidente a solução. Não para o Brasil, mas para o entreguismo desenfreado aliado ao ataque como nunca ocorreu às várias conquistas do povo, mormente aos trabalhadores e aposentados, passando pelo privilegiamento ao capital financeiro em todas as suas vertentes. Mais Médicos minguando, Bolsa Família sob ataque...
Afastada a petista da presidência – ainda que a tragédia presente levasse a uma outra consideração – não falta quem veja na permanência do interino tornado presidente a solução. Não para o Brasil, mas para o entreguismo desenfreado aliado ao ataque como nunca ocorreu às várias conquistas do povo, mormente aos trabalhadores e aposentados, passando pelo privilegiamento ao capital financeiro em todas as suas vertentes. Mais Médicos minguando, Bolsa Família sob ataque...
A decisão sob plenitude dos fundamentos
jurídicos, que, constitucionalmente, norteiam a unidade de uma chapa
majoritária – não deixa qualquer dúvida de que o resultado do julgamento
atingirá a ambos. (Não enveredamos aqui nem nesta ou naquela circunstância do
processo em si).
Naquele ‘augusto’ Tribunal apenas uma ou duas peças não se ajustam ao lógico (da manutenção do interino, por via do desmembramento da chapa indivisível) e poderiam melar a pretensão ventilada pelos açougueiros da Constituição (muito em voga nos Tribunais atuais).
Tais entraves, no entanto, estão prestes a deixar a Corte, quando serão substituídos no galinheiro por ordem da raposa.
Como a sorte está lançada, a permanência do atual conjunto mais atenderia aos interesses de Dilma Rousseff.
Seus advogados, porém, conseguiram
adiar o julgamento. Tenho dito. Nada a dizer. A não ser apelar para tribunais
internacionais.
O adiamento é uma vitória, dirão
muitos.
Pirro também venceu.
Nova classe média
Queiram ou não os anos de governo
petista parecem haver gerado uma nova perspectiva de observação por parte da
sociedade. Aquela gente que passou a integrar a classe média nestes últimos
anos apresenta contornos que sustentam uma diferente visão da realidade quando
comparada com a forma de ver da tradicional.
É a conclusão de uma pesquisa do Instituto Perseu Abramo, tendo como palco as
periferias de São Paulo.
Nossa crítica reside – sem demérito
ao proposto, um avanço – no que vemos como campo da pesquisa: apenas São Paulo.
Tal nos cheira aquele velho ranço de São Paulo como locomotiva do país, centro
do pensamento e quejandos.
E tal ranço norteia muito o Partido dos Trabalhadores (a quem vinculada a FPA).
E tal ranço norteia muito o Partido dos Trabalhadores (a quem vinculada a FPA).
Mesmo porque, no que pertine ao
objeto da pesquisa, não somente ‘a periferia’ paulistana há de repercutir o
resultado das Políticas de Estado postas pelos governos petistas.
À guisa de provocação: pode-se afirmar que o resultado nas periferias de São Paulo é idêntico em relação ao Nordeste, Norte, Centro-Oeste no âmbito de oferta de Universidades, Prouni, Fies, Institutos de Educação, Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos e agricultura familiar?
À guisa de provocação: pode-se afirmar que o resultado nas periferias de São Paulo é idêntico em relação ao Nordeste, Norte, Centro-Oeste no âmbito de oferta de Universidades, Prouni, Fies, Institutos de Educação, Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos e agricultura familiar?
Tanto que – salvo melhor juízo – aquela batalha
perdida pelos governos petistas no âmbito da comunicação gerou essa 'nova
classe média' amparada em valores em muito tradicionais, desprovida de sentido
crítico (sob observação à luz da História) sobre o que ocorreu no país e com
ela.
Isso fica claro – consta do resultado da pesquisa: eleitoralmente "votou no PT de 2000 a 2012, mas não votou em Fernando Haddad nas eleições municipais de 2016 e em Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014."
Isso fica claro – consta do resultado da pesquisa: eleitoralmente "votou no PT de 2000 a 2012, mas não votou em Fernando Haddad nas eleições municipais de 2016 e em Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014."
Talvez aquelas periferias como campo de estudo – pode ser
cisma individual – sejam, como amostragem, coisa de São Paulo e de paulistas.
Praga se alastrando
Não nos poupamos de criticar os
“concursos” pátrios nesta contemporaneidade, daí o “concurseiro” como
instrumento da imbecilidade que hoje norteia carreiras que dependem da Ciência
do Direito. Não nos cansamos de afirmar que a ausência de questionamentos em
áreas como Geopolítica, Economia Política, História Geral, Geografia,
Filosofia, Sociologia fazem de muitos dos nossos “aprovados” figuras
inexpressivas no exercício da função – apenas aplicadores da lei pelo texto
nela exposto – respeitadas pelo poder que detém e não pelo conhecimento que
deveriam ter.
Não bastasse, as provas nos concursos
passaram a traduzir o que foi dito neste ou naquele “cursinho” preparatório.
Todos eles movidos a resumos, apostilas etc. Ocupado o foi pela
mercantilização, resultados financeiros.
Muito a propósito "A teoria da graxa, a concursocracia e o Direito mastigado", por Lênio Streck, no GGN.
Muito a propósito "A teoria da graxa, a concursocracia e o Direito mastigado", por Lênio Streck, no GGN.
Batalhas
Quando os campos de batalha falam do
mesmo fato e os comandantes da guerra tratam-no ao seu modo de ver.
Crueldade
sem peias
Não
há pruridos para com povo. Desemprego nas nuvens, nenhuma expectativa para a
economia, inadimplência aumentando. E o que faz o governo usurpador: libera o
FGTS para garantia de empréstimo consignado.
Não
há risco para o sistema financeiro: servidor, público ou aposentado, garante.
Ataca – diante da
queda da renda – a poupança dos mais vulneráveis.
E para mais dourar a pílula
aumenta o prazo para o empréstimo.
CNBB
e as reformas
“É o
momento de chegarmos nas pessoas pois a mídia não está possibilitando fazer com
que a população entenda a gravidade do que está acontecendo e o que aparece nos
meios de comunicação é muito favorável às reformas”, analisou Dom
Leonardo durante encontro com lideranças sindicais.
Gostaria muito, muito mesmo, de ver do púlpito de todos os templos católicos a mensagem de Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário-Geral da CNBB sendo levada aos fieis.
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