Os dados do cotidiano nesta terra
brasilis – reflexos da crise no costado do povão – aliados aos de
pesquisas de opinião não demonstram saída alguma para o desastre que aí está. A
desculpa – que somente parece verdade no telejornalismo capitaneado pela Globo
– de que a economia começa a deslanchar, ainda que lentamente, não encontra
apoio na realidade (assista a Família Dinossauro, no fim desta artigo).
Afinal, desemprego e renda despencando ladeira abaixo e o desmonte do estado e a entrega do patrimônio pátrio na bacia das almas, em nada sinaliza para o mínimo resquício de veracidade a tal afirmação oficial, desmentida, inclusive, pelo próprio governo ao anunciar um número para o PIB de 2017 menor do que o esperado e por ele anunciado (0,5% em vez de 1,%).
Afinal, desemprego e renda despencando ladeira abaixo e o desmonte do estado e a entrega do patrimônio pátrio na bacia das almas, em nada sinaliza para o mínimo resquício de veracidade a tal afirmação oficial, desmentida, inclusive, pelo próprio governo ao anunciar um número para o PIB de 2017 menor do que o esperado e por ele anunciado (0,5% em vez de 1,%).
Já registramos nesse espaço, em mais
de uma oportunidade, que somente um crescimento médio de 7% a 8% nos próximos
sete/oito anos poderia alimentar a melhora da economia diante dos quase 8% nos
últimos dois anos.
A queda contínua do emprego, com
desempregados já somando 13,2% da população ativa, mais encerramento de
atividades no quesito serviços e indústria não contribui por mais empedernido
seja o otimismo global. Apenas para ilustrar: cerca 1300 concessionárias de
veículos cerraram as portas, em torno de 900 somente em São Paulo. Na cadeia produtiva
autopeças, serviços, balança comercial etc.
Na seara política o desastre do
estamento vigente mais se aprofunda. Espoucam denúncias a cada minuto e se não
fora o apoio midiático mais estaria à deriva. O respaldo
politico-administrativo, portanto, não seduz a classe política tradicional a
manter apoio a quem a destrói. Tanto que já se fala no desembarque de Renan
Calheiros do bloco. Isso para usar um nome simbólico, uma vez que – em nível de
base parlamentar – o ‘meu pirão primeiro’ demonstra fissuras não de
hoje, mas de ontem, já nessa legislatura.
Daí porque, diante do PMDB rachando
resta ao (des)governo o PSDB como tábua de salvação.
Ocorre que o tucanato embarcou imaginando sair-se no retrato da sucessão como capitão de longo curso. E certamente começa a perceber o rombo no casco do navio que ajudou a construir.
Ocorre que o tucanato embarcou imaginando sair-se no retrato da sucessão como capitão de longo curso. E certamente começa a perceber o rombo no casco do navio que ajudou a construir.
O interinato – há quem o diga – já
revolucionou a Física: pesa mais que chumbo para os 'aliados'.
Por outro lado, os números em torno
de Lula – nome indeglutível para a classe dominante e partidos que a
representam – sinalizam para um futuro inteiramente distinto do planejado.
Ainda que produzam filme contra o ex-presidente, que o prendam, que o
enforquem, sua liderança é inconteste. E liderança inconteste é aquela capaz de
indicar com o dedo um nome e o eleitor seguir a orientação.
A saída já o dissemos em outro
instante: a ruptura institucional – mais uma – para inviabilizar um governo
trabalhista e suas políticas de Estado incompatíveis com o status quo da
aristocracia escravocrata nacional.
Para tanto, pelo menos duas saídas: prorrogação do atual mandato ou implantação do parlamentarismo.
Para tanto, pelo menos duas saídas: prorrogação do atual mandato ou implantação do parlamentarismo.
Muito viável a prorrogação de
mandato, inclusive porque há quem sonhe com eleição/nomeação. Tanto que
permanece a espada de Dâmocles sobre o mandato tampão do interino.
Na esteira do sacrifício pela pátria
FHC, Gilmar Mendes. Ou qualquer outro tucano. Afinal, ninguém melhor que tucano
para acabar de entregar o país.
Caso o leitor afirme que o país não
mais tolera ruptura cabe lembra-lo de que no Brasil não mais se usa a palavra
no singular, tantas as ocorridas. Mais uma é... apenas mais uma!
Modelo
Como o Paraguai tem sido exemplo para
o Brasil – o mesmo método golpista contra Lugo foi utilizado aqui – a reeleição
por lá aprovada será dignificante exemplo para essa terra brasilis.
Quando nada uma prorrogação de mandato.
Por lá para alcançarem o intento
imediato destituíram o presidente do Senado, mudaram o quórum de 2/3 para
maioria simples e aprovaram o que queriam (reeleição) a portas fechadas.
O povo incendiou o Congresso. Coisa
que nunca acontecerá no Brasil.
Para análise
Na Venezuela não é tanto o que propagam, como registra Jair Ribeiro no GGN. Além do mesmo, idêntica técnica, para igual nível de classe dominante. O resto é o controle.
Bem ilustrado por George Carlin em didático humor.
Tam-tam-tam-tam!
A condenação de Eduardo Cunha,
por Moro, a 15 anos, embute outra vertente, não palpável pelo leitor comum: a
condenação de Lula.
A ‘imparcialidade’ morina em fase
de exaltação abre a avenida. Ninguém está acima da lei – o filme. Lula entre
eles... especial e fundamentalmente ele.
Detalhe: provas sobejam contra Eduardo Cunha. Nenhuma contra Lula. Mas, o domínio do fato e as convicções estão aí para quê?
Detalhe: provas sobejam contra Eduardo Cunha. Nenhuma contra Lula. Mas, o domínio do fato e as convicções estão aí para quê?
Não vem ao caso
Denúncias contra Aécio Neves não
mais causam espécie. De estranhar tão só a passividade como tratado pelo
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot (que já deixou prescrever os
crimes cometidos por Aécio em 1998) – como já o fora por Roberto Gurgel e o
juiz Sérgio Moro, que dispensou a informação de Yousseff de que Aécio recebia
entre US$ 100 e 120 mil mensais oriundos do esquema de Furnas (lembra o leitor
da famosa lista?).
Desta vez outros R$ 70 milhões,
da Odebrecht. Só ele.
Nestor Cerveró – também depondo
para o juiz Sérgio Moro – disse que uma propina de US$ 100 milhões para o PSDB,
entre 2001 e 2002 (governo tucano de FHC), oriundos da compra, pela Petrobras,
de uma petrolífera argentina.
O ínclito José Serra, por sua
vez, recebia propina, também, para uso pessoal. Dá para entender porque Paulo
Henrique Amorim ‘acha’ que José Serra é um dos homens mais ricos do Brasil.
Mas os olhos contra a bandalha somente quando envolve petistas.
Mas os olhos contra a bandalha somente quando envolve petistas.
Concessionárias
Cerrando as portas, em torno de
1300 concessionárias de automóveis, das quais 900 somente em São Paulo.
Atinge 13,5 milhões de trabalhadores, alcançando 13,2% da população ativa.
Almoço grátis
Citibank recomendando o Brasil e orientando em torno de nossa economia.
Nunca houve almoço grátis. E não o seria agora.
Dois
detalhes
A
partir do portal da Procuradoria-Geral do Ministério da Fazenda a informação de
que foram recuperados R$ 22 bilhões em crédito previdenciários. E mais: que “O estoque da dívida ativa previdenciária atingiu o montante
de R$ 432,9 bilhões em janeiro de 2017 e continua crescendo a um ritmo de
aproximadamente 15% ao ano”.
Dois
detalhes nos ficaram da matéria. Ambos importantes, sem dúvida alguma.
O
primeiro: de que o tal déficit da Previdência não existiria se a execução da
dívida ativa fosse mais efetiva. No entanto, compreendemos, porque vemos que tal não acontece a contento por uma
razão simplérrima: não é o povão quem deve.
O segundo, lá no final da matéria,
que reflete a síndrome do dedurismo como instrumento de salvação nacional: “Até
meados de 2017, a PGFN contará com um canal de denúncias, que permitirá ao
cidadão apontar o patrimônio de devedores, muitas vezes oculto ardilosamente
por mecanismos fraudulentos. Além de envolver toda a sociedade no combate à
corrupção e à sonegação fiscal, o canal de denúncias será mais um aliado na
recuperação dos créditos da União”.
Para não perder o mote e a ironia não custa indagar: precisa a PGFN de dedo-duro
para descobrir patrimônio escondido (comumente em paraísos fiscais)? Bastaria a
Polícia Federal deixar de investigar pedalinho e barco de lata em Atibaia e dono
de apartamento que a ele não pertence e partir pra cima da turma graúda.
Quando
começou
Claro
que não podemos afirmar que tal não tenha ocorrido, mas desconhecemos um
trabalho acadêmico que analise em profundida – incluindo as razóes históricas em
que acontece – de a insegurança pública caminhar passo a passo e
proporcionalmente com o sucesso da segurança privada. Caso algum leitor souber
de sua existência ou mesmo o tenha lido aceitamos a informação.
Em
nosso romance (Amendoeiras de Outono – Via Litterarum) a personagem jagunça
lamenta a escassez de trabalho diante de uma ‘nova’ concorrência: de alguns profissionais oriundos de órgãos de segurança estatal praticando desmandos na vida privada.
Não
carece perguntar o porquê. Afinal, a ditadura civil/militar se foi mas deixou
essa conquista, bem analisada por Ciro de Barros e Iuri Barcelos no Agência Pública.
Prêmio
A
arrumação de Marcelo Odebrecht em depoimento ao TSE – de que o interino tornado
presidente não estava na hora do acerto final – gera na rede uma certeza: está
garantindo participação naquela “ponte para o futuro”.
Caridade
médica
Para
o Programa Mais Médicos no interinato a coisa está nesse viés: trabalhar e não
receber. E não é uma questão de dias de atraso. Os que ingressaram no fevereiro
– brasileiros todos – estão sem ver a cor do dinheiro até agora.
Presuma-se
que seja decorrente da burocracia. Caso contrário o programa passa a ser
Programa Caridade Médica.
Não
esquenta
A análise de Wilson Ferreira no GGN, observando o interesse, inclusive do interinato, em fazer com que todos tenham acesso a TV digital (utilizando, inclusive, o Bolsa Família) levou-o a extrair do episódio 42, terceira temporada (O Casamento de Roy), esta pérola:
“Não esquenta, o Governo nunca deixaria isso
acontecer... a televisão é uma ferramenta essencial para manter as massas
empobrecidas distraídas e confiantes”.
Qualquer
semelhança com esta terra brasilis e o noticiário da Globo... tudo a ver.
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