Os Estados Unidos sempre buscaram
se apropriar do nosso segredo para processamento de urânio. O brasileiro
Almirante Othon por trás do desenvolvimento tecnológico obtido por nossa ciência
nuclear não sucumbiu ao canto das sereias e o país conseguiu o que julgavam
impossível: tecnologia própria e independência no assunto. Um assombro, que
tornaria o Brasil integrante de um clube restrito a poucas potências, assim que
o urânio aqui processado viesse a ser utilizado em escala, o que ocorreria com
Angra III funcionando e, possivelmente, com a conclusão do submarino nuclear.
Antes de tudo, uma questão de
soberania em jogo: ou nos submeteríamos ao jogo estadunidense ou dele nos
libertávamos para sempre. E nos libertamos.
No curso do processo da Lava Jato
Rodrigo Janot se encontrou – em território estadunidense – com sócia de
concorrente da nossa Eletronuclear. Tal pessoa teria entregue provas de
falcatruas, que vieram a ser apuradas por Moro e, em desdobramento, pela
Justiça carioca.
A novela
é longa, caro leitor. E nebulosa... muito nebulosa. Temer pelo meio.
Moro absolveu quem podia incriminá-lo e o Ministério Público
Federal/Procuradoria da República – além de não incluir os nomes nas denúncias
– ‘esqueceu’ de apurar o verdadeiro escândalo: brasileiro entregando o Brasil a
troco de dinheiro, enquanto o Almirante Othon era condenado a 43 anos de
cadeia.
A omissão de Sérgio Moro e de sua
força tarefa reforça a suspeita de estarem a serviço de interesses estrangeiros
em detrimento até mesmo da soberania nacional.
Para registro da memória
disponibilizamos excelente matéria de Luiz
Nassif no GGN, que esmiúça os fatos.
Internacional
Aprofundando a desmoralização a que leva o país no concerto das nações.
Como registra Fernando Brito, no Tijolaço. E muito bem traduzido por Leo Villanova.
Mitos
Temos expressado em torno da
realidade brasileira contemporânea, no seu imediato, o instante em que vivemos,
quando os valores pátrios conquistados desfazem-se como castelos de cartas. Por
trás de tudo nenhum analfabeto, caso consideremos a escolaridade em seus níveis
superiores (graduação e pós-graduação) como paradigma de esclarecimento.
Desde Sir Francis Bacon, no
início do século XVII, a ideia de estruturação de uma metodologia dotou a
ciência de um instrumento para o desenvolvimento da humanidade. Na esteira de
acesso limitado a privilegiados desenvolveu-se o mito – atrelado ao Iluminismo
– de que a formação científica qualificava humanisticamente o homem.
De certa forma, muito antes de
Karl Marx e Friedrich Engels virem à luz, uma classe se sobrepunha a outra,
como nos primórdios da civilização, quando os sacerdotes faziam a diferença.
Texto de Ricardo
Cavalcanti, no GGN, traz um lado podre em tal visão, hoje amparada na
meritocracia oriunda de uma formação acadêmica. Mostra ele os cabeças da
crueldade nazista.
Quando vemos tal meritocracia em
nível de Brasil e o que parte dessa gente – no exercício de poder – faz ao país
e sua gente não temos como não concordar com Cavalcanti.
Não bastasse, outro estudo –
de Fernando
Horta – mostra a concentração de tal meritocracia em nível de famílias
(preferimos oligarquias) no Brasil. Como também o registra Antônio
Lassance.
Cabe-nos reconhecer a existência
das realidades. E desmistificar os registros que atrelam nossas misérias a
outros fenômenos.
Entranhas escancarando-se
Descobriram na tese de Moro uma
tradução absurda:
"It is emphatically the province and duty of the
judicial department to say what the law is."
A frase,
proferida pelo Chief
Justice John Marshall, nos Estados Unidos de 1803, foi
traduzida pelo acadêmico Sérgio Moro em tese de doutorado de 2002 como:
"É
enfaticamente a província e o dever do ramo judiciário dizer o que é o Direito."
Tradução
correta: "Enfaticamente, é função e dever do departamento judicial dizer o
que a Lei é."
Não somente arbitrariedades;
também limitações intelectuais. Acatadas pela Banca avaliadora.
Arrasador
Há malévolos que buscam denegrir
augustos magistrados (alguns poucos, naturalmente), haja vista que aqueles que
se encontram sob apuração das Corregedorias podem ser alvo de ‘perseguições’.
Demais disso a possível atuação desta ‘mínima minoria’ não pode alcançar a
hombridade e seriedade da grande maioria.
Mas, em certos corredores aqueles
malévolos citam um julgamento, em nível de tribunal estadual, ocorrido num país
qualquer de um continente qualquer, em que o presidente da turma julgadora
recebeu dinheiro dos dois lados, imaginando que o voto do relator seria
acompanhado pelo segundo vogal e ficaria ele a cavalheiro, isento de qualquer
possibilidade de resolver o problema de um e outro porque o caso já lhe chegara
‘perdido’. Mas – lá vem esse mas – os dois votos dados o foram
para cada uma das teses e o empate exigia o ‘desempate’ que cabia ao presidente.
E aí! Foi aquele vexame. Os
interessados presentes. E a decisão – qualquer que fosse – o faria herói para
um e bandido para outro. A solução encontrada no desespero foi – além de beber
copos de água – tentar adiar o julgamento.
Na agonia – uma das partes não suportou a indecisão – e gritou/apelou para que todos ouvissem: “E o meu, doutor! E o meu!”
Circula um vídeo (abaixo) de fato
ocorrido em tribunal de Santa Catarina.
Tudo o quanto expressado confirma a veracidade da denúncia. Confiamos no homem que o diz. Nunca o diria se não fosse verdade. Sua indignação é pura, transparente. Sua idade madura nunca o levaria a apelar.
Nulidade
I
Temos
revelado, desde o início, nossa preocupação com a Lava Jato. Justamente por
haver risco juridicamente concreto para sua anulação. Assim, uma operação que
reflete avanços no combate à corrupção – afastada a conotação
político-partidária, fato por demais concreto – tenderia (dizíamos) a
perder-se, como a Satiagraha, em razão das irregularidades cometidas.
A
cada dia vão surgindo denúncias – afora os absurdos flagrantemente observados.
Os
métodos utilizados começam a vir à tona e mesmo são questionados
judicialmente.
Como o faz Meire Poza, ex-contadora de Alberto Youssef, que enfrenta e denuncia a Lava Jato, (matéria de Marcelo Auler).
Não podemos esquecer que a função de Sérgio Moro – atribuída ou assumida – reside tão somente em prender Lula. Como o ilustra Pataxó.
Nulidade
II
Mas
há quem não veja nulidade alguma. E o expressa publicamente. Ainda que não o
devesse, por contrariar lei.
É o caso do presidente do TRF-4, aqui,
o Tribunal que julgará Lula.
Lançado
O
anti-Lula já está no mercado. Pelo menos a considerar a matéria de capa da Isto
É, defendendo Dória, o atual prefeito de São Paulo, como nome do PSDB à majoritária de 2018.
Acreditando, piamente, que a capa não seja matéria paga (há más línguas que chamam a publicação de
‘Quanto É’) temos o candidato ideal para a situação.
Resta
permitir eleições e Lula candidato. Duas coisas difíceis.
Não
é piada
Duas
garrafas de vinho foram apreendidas por suspeita de terem sido obtidas através
de vantagem ilícita. Está no despacho do Delegado da Polícia Federal que apura ilícitos de Brendine, ex-presidente do Banco do Brasil.
Na ausência de informação sobre o vinho apreendido há quem tema que o dito cujo venha a ser utilizado.
Como aquele veiculo importado apreendido por um magistrado no Rio de Janeiro, que dele se utilizava para umas voltinhas.
Barrosada
Ao que denomina de 'infantilização das pessoas' e 'vício paternalista' na relação trabalhador-direitos trabalhistas, nos leva a ver no Ministro Barroso um neologismo:
barrosada – doença típica da classe dominante brasileira diante das relações capital-trabalho; síndrome do escravizador; saudosismo incontido de fazer retornar o pelourinho.
Barrosada
Ao que denomina de 'infantilização das pessoas' e 'vício paternalista' na relação trabalhador-direitos trabalhistas, nos leva a ver no Ministro Barroso um neologismo:
barrosada – doença típica da classe dominante brasileira diante das relações capital-trabalho; síndrome do escravizador; saudosismo incontido de fazer retornar o pelourinho.
Um
pouco dos 60
Cansamos, por hoje. Para 'descansar' o
leitor – e em homenagem à atriz Eva Lima –, um pouco dos anos 60. Os Incríveis e o xote 'caipira' "Vendi os Bois", de Eustáquio Gomes de Farias (o Dom, da dupla Dom e Ravel).
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